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Seis estudantes de três campi do IFRS são finalistas da 21ª Febrace
Seis estudantes dos campi Bento Gonçalves, Feliz e Osório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) têm projetos finalistas na 21ª edição da Feira brasileira de ciências e engenharia (Febrace). A Feira ocorre de 20 a 24 de março de 2023, no Inova USP, em São Paulo/SP.
As representantes do IFRS são:
– Campus Bento Gonçalves: Bianca Elizabeth Suthoff Lunkes, sob orientação de Janine Bendorovicz Trevisan;
– Campus Feliz: Victoria Zimmer Gomes, sob orientação de Cínthia Gabriely Zimmer;
– Campus Osório: Amanda Ribeiro Machado, Victórya Leal Altmayer Silva, Laura Nedel Drebes e Camily Pereira dos Santos, sob orientação de Flávia Twardowski.
A professora Cínthia Gabriely Zimmer participará da feira pela primeira vez. Para ela, a principal motivação de estar em feiras de ciências é incentivar os estudantes a proporem soluções de problemas relevantes para a sociedade. “É fascinante ver o brilho nos olhos dos alunos defendendo suas ideias. Formar pessoas com vontade de mudar o mundo para melhor”, defende.
Já a professora Flávia Twardowski pode ser considerada uma veterana. Ela participa este ano pela décima vez da Febrace. Nessa extensa trajetória, ela soma a orientação de 23 projetos que foram para a Febrace até a edição do ano passado (com este ano serão 26). Dos 23, nove projetos foram encaminhados através da Febrace para a International Science and Engineering Fair (ISEF), considerada a maior feira de ciências do mundo.
Sobre a Febrace
Promovida anualmente pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e realizada pelo Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC), a Febrace é a maior mostra brasileira de projetos científicos em abrangência e visibilidade. Além de mostra, promove ações com o objetivo de estimular a cultura científica, a inovação e o empreendedorismo na educação básica e técnica, despertando novas vocações nessas áreas e induzindo práticas pedagógicas inovadoras nas escolas.
Confira os resumos dos projetos finalistas do IFRS na Febrace, enviados pelos orientadores:
– Ativismo político pentecostal nas eleições presidenciais de 2022 – Bianca Elizabeth Suthoff Lunkes (Campus Bento Gonçalves)
A pesquisa aprofunda a compreensão da relação entre religião e política no cenário democrático nacional, em especial a articulação entre lideranças de grupos pentecostais e os candidatos à presidência. O crescente ativismo político dos evangélicos pentecostais vem sendo demonstrado em diversos estudos acadêmicos e é muitas vezes justificado como uma missão divina de representação dos fiéis. As reivindicações desse grupo mobilizam os candidatos presidenciáveis, na medida em que o voto evangélico tem se mostrado relevante nas urnas desde a redemocratização do Brasil. Vários estudos mostram que todos os presidentes eleitos desde 1989 contaram com o apoio da maioria dos evangélicos e de lideranças religiosas.
A metodologia inclui uma ampla revisão bibliográfica, análises de pesquisas eleitorais, debates, declarações públicas e alianças realizadas entre lideranças evangélicas e os candidatos à presidência. Resultados preliminares sugerem a preferência desse grupo por Jair Bolsonaro por conta da pauta moral defendida por ele e pelas alianças feitas com o pastor Silas Malafaia e o bispo Edir Macedo, ambos líderes das maiores igrejas evangélicas do país, possuindo grande número de fiéis, os quais são deveras influenciados pelos seus discursos.
Pelo fato de Lula ter uma baixa popularidade entre esse grupo, o candidato promoveu inúmeros materiais de campanha voltados aos evangélicos, como um panfleto específico para tais fiéis e uma carta compromisso com os evangélicos. Apesar disso, o candidato petista não apresenta êxito, porém, ainda assim, consegue se eleger. Dessa maneira, Lula se torna o primeiro presidente eleito desde a redemocratização do Brasil a chegar ao poder sem o apoio da maioria dos evangélicos e de lideranças religiosas. Dessa forma, a realização desta pesquisa pode vir a contribuir com reflexões acerca dos resultados do pleito de 2022 e com debates sobre a influência que essa esfera de poder cristã ainda tem sobre a sociedade brasileira.
– Reciclagem ecoeficiente do vidro na produção de blocos cerâmicos: uma solução para diminuição do lixo ambiental – Victoria Zimmer Gomes (Campus Feliz)
O projeto teve por objetivo investigar uma forma de reduzir a poluição do meio ambiente causada pelo descarte inadequado do resíduo de vidro, visando alguma aplicação industrial. Primeiro foi estudada a inserção desse resíduo no processo produtivo de uma olaria, em que foi possível confirmar a viabilidade técnica e operacional na produção de blocos cerâmicos, com ganhos nas propriedades.
Em uma nova fase, a pesquisa apresenta uma abordagem sobre o custo-benefício da adição do resíduo nesse mesmo componente, como uma alternativa para obter um produto com menor quantidade de recursos naturais, melhores propriedades, menor temperatura e tempo de queima, agregando valor ao produto. Para isso, foram preparadas amostras de argila com adições de 20% de resíduo de vidro moído e então testadas quanto à absorção de água, resistência mecânica, quanto ao tempo e temperatura de queima. A partir dos resultados obtido, a pesquisa concluiu que essa proposta é uma alternativa mais sustentável, eficiente e viável tecnologicamente.
– Biogrape: inovação para tratamento de efluentes têxteis a partir de celulose bacteriana de vinho – Amanda Ribeiro Machado (Campus Osório)
O projeto teve como objetivo desenvolver um material alternativo e sustentável que fosse capaz de remover os corantes utilizados pelas indústrias têxteis da água. Esse material , a celulose bacteriana, foi desenvolvido através de processo fermentativo com os resíduos da produção de vinho. Assim, o projeto desenvolveu uma alternativa capaz de tratar os efluentes têxteis utilizando a celulose bacteriana do vinho, de maneira sustentável e ecológica. Dessa forma foi possível dar um fim nobre à quantidade de resíduos gerados após a produção de vinhos e fornecer uma alternativa ao tratamento aos efluentes gerados pelas indústrias têxteis.
– Eco-socius: jogo educativo sobre a economia circular – Victórya Leal Altmayer Silva (Campus Osório)
Foi desenvolvido um jogo didático-pedagógico sobre a Educação para o Desenvolvimento Sustentável, através de diferentes habilidades e competências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O jogo está disponível em formato de tabuleiro e aplicativo. O aplicativo pode ser instalado pelas lojas da Google Play Store (para celulares Android) e na App Store (para Iphones), além de contar com a versão Web App compatível com qualquer dispositivo. O tabuleiro, por sua vez, pode ser baixado no website de distribuição do jogo, para possibilitar que qualquer pessoa possa imprimir, recortar e montar o jogo Eco-Socius. Esses quatros formatos de disponibilização do jogo o torna barato e acessível para toda comunidade, colaborando com a democratização do conhecimento e com cinco dos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU.
O jogo foi testado por 273 jovens entre 12 e 19 anos de escolas públicas e privadas, obtendo ótimos resultados, sendo avaliado pelos jogadores como um instrumento de aprendizagem e transformação social dentro e fora da sala de aula, demonstrando que é possível aprender e compartilhar conhecimentos sobre a sustentabilidade de modo lúdico e divertido.
– Sustainpads: da concepção ao público – Laura Nedel Drebes e Camily Pereira dos Santos (Campus Osório)
Foi devido à problemática da pobreza menstrual e dos impactos ambientais causados pela utilização de absorventes higiênicos convencionais – que afetam diretamente o tripé da sustentabilidade (âmbito ambiental, social e econômico) – que surgiu o SustainPads: absorventes ecológicos e acessíveis. Já o objetivo da segunda fase do projeto consistiu em potencializar o processo de tratamento das fibras vegetais, proteger o produto desenvolvido e proporcionar o acesso da comunidade a esses produtos básicos.
Para tanto, a pesquisa foi dividida em três etapas. Na primeira foi adicionado o processo de branqueamento no tratamento das fibras vegetais absorventes que substituem o algodão convencional. Na segunda foi realizado o processo de depósito da patente do absorvente desenvolvido, que custa apenas R$ 0,02 e absorve 65% a mais do que os convencionais, através do auxílio do Escritório de Projetos do IFRS. Finalmente, foi desenvolvida uma plataforma web focada no mapeamento de mulheres em situação de vulnerabilidade, de modo a auxiliar no direcionamento das doações de absorventes. Assim, o projeto contribui para uma sociedade mais circular e para a dignidade humana. Contribui com cinco dos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU.
Veja também os últimos cinco anos do IFRS na Febrace
– Estudantes conquistam premiações na Febrace (2021)
– Campus Osório conquista cinco prêmios em edição virtual da Febrace (2020)
– IFRS conquista nove prêmios na Febrace (2019)
– IFRS conquista sete premiações na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (2018)