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“Cultura nos faz pensar, questionar” pontua Márcia Tiburi


Temos uma tarefa histórica: que é a de resistência e de defesa da cultura plural, respeitosa e democrática. Essa breve síntese da fala da artista e filósofa Márcia Tiburi na abertura I Arte e Cultura em Rede: Tramas e Conexões vem ao encontro do objetivo do evento que une os três IFs gaúchos. Diretamente da França, Tiburi palestrou na abertura do encontro on-line, na noite de terça-feira, dia 27 de outubro de 2020. 

Perdeu a abertura do evento? Confira a gravação da transmissão

“Cultura é tudo”

A cultura não é “uma coisa em separado do todo da vida”. Para a artista tudo que se faz e se fala, como política, religião, arte, ciências, é cultura: “a cultura é o todo”. 

“Só há uma coisa que se opõe à cultura: a barbárie. A cultura e a arte são tão atacadas atualmente no Brasil, porque são elas que nos fazem pensar, questionar”, explica a artista.

Importância da cultura 

Tiburi centrou sua fala na importância da cultura do ponto de vista cognitivo, estético, ético, político e ecológico. Ela defende a cultura voltada para democracia, para o respeito e preservação ao meio ambiente. 

“Uma cultura ‘anti-cultural’ forma pessoas incapazes de pensar e de se tornarem sujeitos éticos, ou seja, sujeitos incapazes de reconhecer o outro como semelhante. Cultura acima de tudo é colocar os seres humanos em ação construindo e produzindo uma vida justa, digna de se viver para todos os seres”.  

A palestrante destacou a importância da formação integral dos estudantes, mesmo num contexto como o dos IFs, onde são especialmente preparados para o mundo do trabalho. Ao lembrar da situação dos professores no Brasil, se emocionou.

“Qual é a nossa tarefa?”

Estudar, ler, fazer congressos, organizar as universidade, institutos federais, escolas e lutar pela democracia nas instâncias privadas, organizacionais e institucionais, é o que defende a artista para lutar contra a guerra “anti-cultura”.

“É uma tarefa imensa, mas como lutar pela cultura? Renunciar à indústria cultural. Precisamos ter essa lucidez. Ocupar de maneira coerente as redes sociais e deixá-las de ser máquinas de produção de indústria cultural que devora nossa capacidade de pensar e tornar instrumentos revolucionários. Não digo revoluções sangrentas, mas uma revolução amorosa, pelo conhecimento, por uma cultura que valorize a democracia.” 

Abertura do evento

Antes da participação da convidada, os reitores do IFFar, IFRS e IFSul abriram a atividade com falas em defesa da arte e cultura nos institutos federais.

Após a palestra, dois trabalhos foram apresentados: o vídeo Dia a Dia na Quarentena a partir do Olhar dos Adolescentes (do IFRS), e o Arranjo Musical Dias Melhores – Jota Quest (do IFFar).

O Arte e cultura em rede continua na próxima quinta-feira (29), a partir das 19h30min, com a Mostra Mosaico.

Arte e Cultura em Rede: Tramas e Conexões

Datas: 29/10; 03 e 05/11/2020

Local: evento virtual, com transmissão pelo YouTube

Programação: ifrs.edu.br/arte-em-rede/programacao

Quem pode assistir ao evento: as transmissões serão abertas ao público

Como saber mais: acompanhe o site ifrs.edu.br/arte-em-rede/ 

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