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Projeto do IFRS dá dicas para evitar acidentes com animais peçonhentos e venenosos
Em épocas mais quentes e úmidas, é comum o aparecimento de animais silvestres perto das residências. É quando ocorre o período de reprodução, aumentando a busca por abrigo ou alimento. E isso traz a preocupação de que eles possam ser peçonhentos (que picam e são capazes de introduzir uma substância tóxica) ou venenosos (que não possuem estruturas para inocular o veneno, porém se ingeridos ou pressionados podem liberam a toxina, normalmente pela pele).
Segundo Luciani Figueiredo Santin, a professora de Biologia – área Zoologia e coordenadora do projeto de extensão Peçonhentos e Venenosos, do Campus Sertão do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), no ano passado, mais de 240 mil acidentes com animais desse tipo foram registrados no Brasil. A maior parte envolveu escorpiões, serpentes, vespas, abelhas e lagartas. Porém, algumas orientações simples podem prevenir acidentes. O projeto Peçonhentos e Venenosos divulga dicas e informações. Confira algumas recomendações:
⚠️Como evitar acidentes com animais peçonhentos e venenosos:
- Não mexa em colmeias e vespeiros sem vestimenta adequada;
- Inspecione calçados e roupas antes de usá-los;
- Não acumule lixo nem mantenha vegetação alta próximo às residências ou em quintais;
- Limpe regularmente móveis, decorações e terrenos baldios;
- Controle roedores (alimento preferido de cobras) e combata insetos (especialmente baratas, alimento de escorpiões e aranhas);
- Vede frestas e buracos e utilize telas em janelas e ralos;
- Em locais com mato, olhe com atenção o caminho ou, se for o caso, o local de trabalho;
- Ao trabalhar no campo, utilize equipamentos de proteção individual (EPI’s), como botas e/ ou perneiras.
É preciso atenção também aos acidentes com peçonhentos aquáticos. Os cnidários, como as águas vivas, provocam lesões semelhantes a queimaduras na pele, e essas necessitam de cuidados especiais. A recomendação é nunca lavar a região com água doce. O indicado é utilizar vinagre, se estiver disponível, ou a própria água do mar. A água doce (seja na forma líquida ou gelo) sobre a lesão irá agravar o caso, devido à diferença de salinidade dos líquidos. O sintoma mais comum é dor e ardência local. Se esta persistir por mais de 24 horas ou se vier acompanhada de dor de cabeça, febre, náuseas, vômitos ou espasmos musculares, uma unidade de saúde deve ser procurada imediatamente.
Outras orientações importantes são de como agir caso encontre um animal peçonhento. A pessoa deve se afastar com cuidado e evitar assustá-lo ou tocá-lo, mesmo que pareça morto. Além disso, é importante lembrar que, para a maioria dessas espécies, há um soro antiveneno disponível. No Rio Grande do Sul, os soros estão disponíveis nas 19 coordenadorias de saúde (locais de soro antiveneno podem ser acessados pelo site do Centro de Informações Toxicológicas – CIT RS), as quais fazem a distribuição do soro para cidades menores ou conduzem o paciente até a sede para que o antiveneno seja administrado.
⚠️Confira medidas de segurança que podem ser tomadas:
- Ao encontrar animais peçonhentos próximo a sua residência, como serpentes, escorpiões, aranhas, enxame de abelhas e vespas, ligue para o Corpo de Bombeiros ou a Polícia Militar Ambiental para orientações.
- Em caso de acidentes, acione o Samu ou outro serviço de emergência para se deslocar imediatamente ao local de atendimento especializado.
- Enquanto a ajuda não chega, mantenha o acidentado deitado, com a parte afetada elevada, afrouxando as roupas e removendo acessórios que interfiram na circulação do sangue. Nunca faça ataduras ou torniquetes nem amarre o ferimento.
- Não corte, fure ou provoque ferimentos, nem coloque substâncias no local da picada. O local apenas deve ser lavado com água e sabão, se for possível.
- Tente dar o maior número de informações possíveis sobre o acidente e sobre o animal, se possível, fotografe o bicho que causou o acidente. Caso não saiba fazer a identificação, os sintomas ajudarão a equipe médica.
Para saber mais, acesse instagram.com/venenosoepeconhento
Sobre o projeto Peçonhentos e Venenosos
O Projeto de Extensão Peçonhentos e Venenosos: extensão universitária sobre animais de interesse médico, do Campus Sertão do IFRS, tem por objetivo levar à comunidade externa informações sobre acidentes com esses animais, bem como identificação dos animais e aspectos sobre a conservação de espécies.
A equipe ministra minicursos e oficinas, on-line e presenciais, para estudantes e professores de escolas de ensino básico e superior; realiza divulgações por meio de rede social; e está produzindo um guia ilustrado com os principais animais peçonhentos da região norte do estado do Rio Grande do Sul.
Conheça mais sobre o projeto acessando: instagram.com/venenosoepeconhento
Texto – projeto de extensão “O IFRS mais perto da comunidade – divulgando ensino, pesquisa, extensão e oportunidades”, elaborado pela bolsista Laura Tedesco Bressan, estudante do Campus Veranópolis do IFRS, e editado pelo Departamento de Comunicação da Reitoria do IFRS