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Leitura de textos e bate-papo sobre literatura movimentam a manhã de sábado no Salão
Quem gosta de música? Pode ser que você não goste de um ou outro estilo, mas dificilmente não gostará de nenhum. Com a leitura é a mesma coisa! Acha que não gosta de ler? É porque ainda não encontrou o livro que vai te encantar e te levar para outras leituras. Essa foi uma das mensagens da mesa-redonda realizada na manhã deste sábado, 30 de novembro de 2019, no Circuito de Atividades do Concurso Literário do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). A iniciativa integrou a programação do 4º Salão de Pesquisa, Extensão e Ensino da Instituição.
Participaram da mesa a escritora canoense Luisa Geisler, de 28 anos, autora de obras como “Enfim, Capivaras” (2019) e “Luzes de Emergência se Acenderão Automaticamente” (2014); Vítor Diel e Giovani Urio, fundadores do Literatura RS, estúdio de produção de conteúdo e divulgação da literatura no Estado; e a bibliotecária Eunice Pigozzo, da Livraria Dom Quixote de Bento Gonçalves. A mediação foi feita pela professora de Literatura Sheila Staudt, do Campus Canoas do IFRS.
A atividade ocorreu no Ginásio do Campus Bento Gonçalves e começou com a leitura de textos vencedores do Concurso Literário IFRS. Uma plateia atenta e impressionada com a qualidade das produções aplaudiu os alunos. Essa foi a primeira edição do concurso e contou com o expressivo número de 153 textos de estudantes dos campi do IFRS homologados, nas categorias haikai, crônicas, contos e poemas. Os dez vencedores de cada categoria serão publicados em um livro digital no próximo ano. A apresentação do Circuito Literário ficou a cargo da blogueira literária do Campus Farroupilha, Bibi, que é interpretada pela aluna Pamela Maria da Silva. Houve também um troca-troca de livros entre os presentes.
Em seguida, teve início a mesa-redonda, quando os debatedores falaram sobre a influência da leitura na vida deles. Vitor salientou o quanto são importantes atividades como hora do conto e o estudo da literatura em sala de aula, para incentivar novos leitores. Luisa observou que a literatura é uma forma de enxergar o mundo, oferecendo referências sobre a vida, especialmente na adolescência: “Com a leitura, conseguimos entender melhor o outro e acredito que nos tornamos pessoas melhores”. E Eunice complementou: “Quando a vida não basta, a gente precisa da arte. A literatura é uma arte fundamental; nos oportuniza viver outras vidas”.
Os debatedores também deram dicas para aqueles que pensam em ser escritores e em publicar suas produções literárias. “Não queiram escrever para ter algo famoso. Se fizerem pelos livros e porque gostam, as coisas vão dar certo”, sugeriu Luísa, escritora que ganhou visibilidade midiática este ano após ter tido cancelada a participação na Feira do Livro de Nova Hartz, em um rompimento de contrato considerado por ela como um gesto autoritário. A justificativa foi de que o seu livro “Enfim, Capivaras” tem vocabulário considerado impróprio. A obra conta uma aventura de um grupo de adolescentes em uma cidade pequena de interior e, no decorrer da trama, os personagens usam uma linguagem bem familiar à maioria dos adolescentes, entremeada com palavrões. Para ela, os livros “têm de conter as coisas do mundo”.
Giovani lembrou aos interessados em lançar um livro de outras áreas e etapas envolvidas nesse processo, como a revisão, a edição e a parte gráfica, e que faz diferença aos escritores estarem atentos a essas fases também.
Outros conselhos importantes dos debatedores foram: participar de oficinas literárias, saraus, cursos de escrita criativa, apresentar os textos escritos para diferentes leitores que possam opinar com sinceridade, observar o que é produzido e vendido na atualidade e se inscrever em concursos literários, para ter os textos submetidos a avaliações. Por isso, vale adiantar aos estudantes do IFRS interessados: a comissão organizadora já avisou que no próximo ano tem mais. Vem aí a segunda edição do Concurso Literário do IFRS, em 2020.