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Histórias de vida e luta inspiram reflexões no primeiro dia do Workshop Diversidade e Inclusão


Histórias de pessoas que lutam por uma sociedade capaz de proporcionar cidadania e respeito para todos, dados históricos e científicos da exclusão e da inclusão no Brasil, conhecimentos para auxiliar a reduzir os preconceitos na vida e na sala de aula. Com essas temáticas, as palestras do 3º Workshop Diversidade e Inclusão do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) emocionaram os 170 participantes, na tarde desta terça-feira, 30 de outubro de 2018, no auditório do Campus Bento Gonçalves. Ao final de cada fala, além das palmas de todos, os palestrantes recebiam um empolgado “uhuuu” dos estudantes que, pela primeira vez, também estavam presentes – e em grande número, representando 40% do público. O 3º Workshop Diversidade e Inclusão do IFRS é promovido pela Assessoria de Ações Inclusivas e Diversidade e continua nesta quarta-feira, 31 de outubro (confira a programação).

Na solenidade de abertura, as falas destacaram a importância das discussões sobre inclusão e combate a todas as formas de discriminação no momento atual no Brasil. Frisaram que o IFRS luta para o acesso à educação de qualidade ser um direito de todos e as palavras diversidade e inclusão permearem o dia a dia da instituição.  Participaram da mesa (foto abaixo) a assessora de Relações Étnico-Raciais, Marlise Paz dos Santos; o pró-reitor de Ensino, Lucas Coradini; a reitora substituta e pró-reitora de Administração, Tatiana Weber; a pró-reitora de Extensão, Marlova Benedetti;  a assessora de Ações Inclusivas, Andréa Poletto Sonza; e a diretora de Administração e Patrimônio do Campus Bento Gonçalves, Elisangela Maciel.

 

Inclusão na escola e na vida

Em seguida, a professora de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Jane Felipe de Souza, integrante do Grupo de Estudos de Educação e Relações de Gênero, falou sobre violências de gênero. Para a docente e pesquisadora, o tema deve ser abordado na escola, pois o espaço escolar precisa acolher as curiosidades e os interesses dos estudantes e ser um local de produção e ampliação dos conhecimentos. Destacou a importância de professores e estudantes terem um olhar crítico para os artefatos culturais, como jogos, sites e livros, os quais podem, mesmo sutilmente, promover a violência de gênero. Em busca de promover a igualdade, recomenda que a escola promova atividades de cooperação entre os alunos e alunas (em vez de competição), reitere a importância do diálogo para a resolução de conflitos, proporcione espaços e atividades sem discriminação por gênero.

A também professora de Educação da Ufrgs e coordenadora do programa Uniafro, Gládis Elise Pereira da Silva Kaercher, abordou o racismo. Lembrou que o processo de escravização está na gênese do Estado brasileiro. Para ela, a hierarquização das raças ainda é um discurso no senso comum e cabe às instituições de ensino tensionarem esse discurso. Gládis sugeriu aos participantes um exercício: refletir sobre a presença de negros e indígenas no quadro de docentes e nos cargos de gestão de instituições de ensino e por que comumente não há grande representatividade. Comentou que a educação antirracista é um desafio e recomendou muita discussão e ciência para o avanço do tema.

 

 

 Charge de Ricardo Ferraz

A última fala foi do dia foi do cartunista Ricardo Ferraz, morador do estado do Espírito Santo e fundador da Associação Capixaba de Pessoas com Deficiência. Ricardo foi vítima de poliomielite na infância e se locomove com o auxílio de muletas. Com base em suas próprias vivências, usa o humor para chamar a atenção para barreiras e preconceitos enfrentados pelas pessoas com deficiências. Seus cartoons estão presentes em jornais e revistas do Brasil, de vários países e na Organização das Nações Unidas (ONU). Conforme o artista, para além das políticas públicas, cada um precisa fazer a sua parte pela inclusão, o respeito às diferenças e a cultura de paz. Ele fez uma dinâmica com o público: falou sem voz, para que as pessoas se sentissem como os surdos; referiu-se a um produto que não aparecia na tela, para se colocarem no lugar dos cegos; e pediu para um participante usar as suas muletas e tentar subir as escadas de acesso ao palco. Lembrou também que a população brasileira está envelhecendo e a sociedade precisa estar preparada para mais esse contingente de cidadãos que também poderá ter deficiências.

                               Trabalho do cartunista Ricardo Ferraz está exposto no Workshop

 

Coffee break saudável e inclusivo

O café servido no intervalo do workshop (abaixo) contou com alimentos mais frescos, orgânicos e oriundos da agricultura familiar, e ainda opções sem glúten e sem lactose e plantas alimentícias não convencionais (Pancs). Os alimentos foram fornecidos pela Cooperativa de Agricultores e Agroindústrias Familiares de Caxias do Sul e a intenção é que os coffees de outros eventos do IFRS sigam esse modelo.

 

 

Exposições de trabalhos do CTA e do Neabi:

 

Confira o álbum de fotos do evento

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