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Estudante do IFRS recebe o prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher
Na véspera do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado em 11 de fevereiro, a estudante Camily Pereira dos Santos, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) Campus Osório, recebeu o prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher.
A cerimônia de entrega foi realizada na tarde desta sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023, em São Paulo. A conquista de Camily deve-se ao projeto Desenvolvimento de material biodegradável para absorventes femininos, em parceria com a também estudante do IFRS Laura Drebes, sob orientação da professora Flávia Twardowski.
Camily concluiu no final do ano passado o curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio e também foi bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnologia (CNPq). Além dela, a estudante Amanda Ribeiro Machado, também do IFRS Campus Osório e orientada pela professora Flávia, recebeu menção honrosa.
O prêmio é uma realização da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Neste ano foram agraciadas com prêmios e menções honrosas 18 estudantes do Ensino Médio e de Graduação nas áreas de Biologia e Saúde, Engenharias, Exatas e Ciências da Terra e Humanidades.
Sobre a cerimônia
O prêmio foi entregue pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos (na foto em destaque, Camily e a ministra). Na ocasião, a ministra lamentou a fuga de talentos brasileiros para o exterior e apontou a desigualdade de gênero na ciência. “No caso das mulheres, vemos com tristeza o abandono da carreira científica em decorrência de um sistema constituído por critérios de avaliação cujo desenho é masculino. Como resultado, uma grande desigualdade no acesso das cientistas às bolsas de estudo e pesquisa”, afirmou.
A ministra renovou o compromisso com a retomada da agenda das mulheres na ciência através de políticas públicas robustas e efetivas.
O presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, destacou a importância da diversidade na ciência. “É um belíssimo dia e estamos contentes com o diálogo que a ministra Luciana Santos incitou com a comunidade científica e com este momento que constrói um futuro muito mais plural e muito mais rico do que o país machista que foi planejado desde a sua colonização e que nós estamos revertendo”, disse.
Camily foi a primeira estudante a ser homenageada. “O prêmio vai além do reconhecimento, e eu represento a minha escola e a minha cidade. É muito significativo eu representar a ciência jovem brasileira feita em escola pública”, destacou a jovem.
Caminhos da pesquisa
A ideia da pesquisa começou em 2021, quando a estudante observou a falta de absorventes sustentáveis e se deparou com a falta de absorventes para jovens e mulheres que vivem em vulnerabilidade social. “Eu fiquei preocupada com o impacto ambiental das minhas ações junto com o meio ambiente e me deparei com a pobreza menstrual quando minha mãe contou que ela não teve acesso a absorventes na juventude e usava materiais improvisados”, contou.
O projeto consiste em trocar o algodão e o plástico do absorvente por fibras vegetais da bananeira e do açaí. “Além de ser sustentável, utilizando fibras e menos água para a produção, ele custa só R$ 0,02, tornando acessível para mais mulheres”, disse.
Com informações do MCTI