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Especial Extensionista: Projeto Café LiterArte estimula a leitura entre os jovens


Estudante em palco sentado em um sofá. Ao fundo uma luz azulada mostra a sombra de uma mulher em um tecido branco.

Os cinco projetos de extensão vencedores do primeiro Mérito Extensionista Professora Cibele Schwanke serão tema de matérias publicadas no Portal do IFRS a partir desta quinta-feira, 1º de dezembro de 2022. No texto abaixo, saiba mais sobre o “Café LiterArte: Uma xícara de sabor com erudição”, um dos vencedores na categoria de ações voltadas à arte e à cultura.

 

Uma xícara de sabor com erudição

Despertar nos estudantes o gosto pela leitura de contos e apresentações artísticas de obras de literatura. Promover conhecimentos sobre autores e seus textos. Aprimorar o domínio na leitura, desenvolvendo habilidades de expressão corporal e da leitura em voz alta. Esses são objetivos do projeto de extensão Café LiterArte – Uma xícara de sabor e erudição, do Campus Veranópolis do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). A ação foi uma das cinco premiadas com o Mérito Extensionista do IFRS neste ano de 2022.

O projeto foi motivado pela observação de falta do hábito de leitura de textos mais longos por parte dos estudantes. Coordenado pela professora Alcione Moraes Jacques, tem o apoio das bibliotecária Sandra Beatriz Rathke e da auxiliar de biblioteca Francieli Fuchina. “Em tempos de internet e celulares, leituras fora do âmbito das redes sociais e dos jogos digitais tornaram-se uma raridade entre os jovens”, comenta Alcione.

Estudante de cabelos longos e vestido preto segura um buquê de flores e realiza encenação para público. A ação foi criada este ano, voltada aos alunos dos segundos e terceiros anos dos cursos técnicos integrados ao ensino médio do Campus. Consiste na leitura de contos, busca de fatos históricos, características do período literário, vida do autor, aspectos físicos e psicológicos dos principais personagens. Em seguida, os participantes elaboraram performances com vestimentas, falas dos personagens, trechos que identificam a obra literária e apresentaram, primeiramente, no campus, nos intervalos. Após, o projeto levou as apresentações até a comunidade externa e, dessa forma, incentivou também estudantes de outras escolas para a leitura.

Alcione explica que foi adotado o método criativo que estimula a leitura por meio de práticas artísticas. Os 41 alunos participantes foram separados em 11 grupos, e cada um criou sua própria estratégia para apresentar a história estudada. Ocorreram apresentações no Campus Veranópolis, em escolas da região e na Feira do Livro de Veranópolis. Foram realizados também encontros com autores.

Para o estudante Pietro Bianchi, 16 anos, do segundo ano do curso Técnico em Administração, participar do projeto despertou a intenção de fazer o melhor trabalho de leitura e apresentação, algo que prendesse a atenção de seus colegas a entender e pesquisar mais sobre os autores. “Vejo minha participação como desafiadora, porém incrível. Passei a me apaixonar por literatura e desenvolvi um hábito diário de ler Machado de Assis, o qual se tornou meu autor preferido”, completa.

Desenvolvimento de capacidades

Dois estudantes sentados conversam e realizam encenação. O projeto também visa desenvolver vocabulário para escrita; incentivar a pesquisa histórica e de arte do contexto dos textos literários. Busca ainda associar a leitura de textos à capacidade de comunicação, desenvoltura social e conhecimento de mundo. E promove o desenvolvimento da capacidade de se expressar de cada aluno, por meio de apresentações orais e artísticas dos textos selecionados.

A estudante Heloísa Ferronatto Dall’Agnol, 17 anos, do terceiro ano do curso Técnico em Administração, comenta ter sido uma experiência muito gratificante. “Tive a oportunidade de participar de um projeto que une as duas coisas que eu amo: literatura e teatro.” Para ela, a experiência mais marcante foi uma apresentação na abertura da Feira do Livro de Veranópolis, na qual os estudantes homenagearam o patrono Élcio Conte, autor do conto encenado A Noiva de Vestido Negro. “E o melhor de tudo: ele disse que ficou exatamente como imaginou. Ficamos muito felizes e com sentimento de dever cumprido”.

Alcione comenta que os objetivos foram alcançados com os estudantes participantes. “Eles leram pelo menos um conto e tivemos relatos de outros alunos que assistiram às apresentações e foram conferir o conto, fazendo a sua própria leitura. Alguns comentaram que passaram a retirar livros de literatura na biblioteca por causa do projeto”.

O Café LiterArte – Uma xícara de sabor e erudição – terá continuidade em 2023, com novos contos e com apoio de outros servidores na equipe de execução. “A nova turma do projeto vai ser diferente. Já serão outros contos propostos, outros participantes, outros orientadores. E tudo vai formando o próprio perfil, e outros resultados, mais ou menos efetivos em relação aos objetivos, mas, com certeza, ninguém conclui a ação sem ter mudado seus pensamentos, seus conhecimentos”, finaliza.

 

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