Covid-19
Cursos da área de moda e vestuário do Campus Erechim promovem campanha para confecção de batas hospitalares
Como a área de moda e vestuário pode contribuir para a sociedade em tempos de emergência em saúde? Buscando uma resposta, professores e técnicos do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) ligados aos cursos Superior de Tecnologia em Design de Moda, Técnico em Modelagem do Vestuário e Técnico em Produção de Moda foram atrás de pesquisas de normas e de fornecedores para tentar contribuir na demanda por equipamentos de proteção individual (EPIs) têxteis. Apenas no município de Erechim, a Fundação Hospitalar Santa Terezinha necessita mensalmente de 2 mil batas hospitalares, usadas por profissionais de saúde.
Foi criada então a ação “Costure em Casa”, que começa a ser concretizada pelo Campus Erechim do IFRS com o apoio do Centro Tecnológico APL Polovest, do Sindicato das Indústrias do Vestuário do Alto Uruguai e de voluntários. Serão confeccionadas batas hospitalares de forma gratuita para a Fundação Hospitalar.
Um grupo de servidores do Campus vem realizando pesquisas e desenvolvendo a parte técnica (molde, protótipo e ficha técnica das vestimentas). No domingo, dia 29 de março, a equipe lançou uma campanha nas redes sociais para cadastrar voluntários que tenham máquinas de costura em casa e disponibilidade para costurar as batas. Em pouco mais de 24 horas já havia 50 inscritos, pessoas da comunidade com vontade ajudar, entre elas estudantes e egressos dos cursos do IFRS.
Cada voluntário receberá em sua casa uma peça piloto, a ficha técnica e os componentes cortados para a confecção de dez batas. Depois de prontas, as peças serão recolhidas para serem entregues no hospital. Os servidores do IFRS elaboraram uma cartilha com instruções para a confecção e estão responsáveis pela logística da entrega dos insumos.
Nesta terça-feira, 31 de março de 2020, as primeiras 138 batas foram cortadas, no Centro Tecnológico APL- Polo Vest de Erechim. Duas funcionárias da indústria de confecções Ousadia trabalham na costura das peças pilotos.
A professora Raquel de Campos, coordenadora da iniciativa, explica que o maior problema para a produção dos EPIs têxteis está em encontrar o TNT (tecido não tecido) correto para a confecção dos têxteis hospitalares. Esses materiais possuem certas normas e propriedades para a proteção dos profissionais de saúde. Ela observa que não se trata do mesmo TNT utilizado em artesanatos, pois o tecido para as vestimentas deve ter determinação da filtração bacteriológica, deve ser hidrofóbico, bem como ter gramatura específica para inibir a proliferação de bactérias e criar barreiras contra o vírus.
A própria Fundação Hospitalar Santa Terezinha forneceu o tecido para o primeiro corte e aguarda a chegada dos próximos rolos de material. Devido à elevada procura em todo o país, muitos hospitais estão com dificuldades em encontrar esse produto.
Sendo assim, a campanha solidária entra em uma nova fase de busca, agora por matéria-prima. Se você acha que pode contribuir, faça contato pelo telefone (54) 99621-7742.
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