Inclusão
Campus Bento Gonçalves do IFRS ganha mapa tátil
O mapa tem diferentes níveis de relevo e permitirá que pessoas cegas também possam entender os diferentes espaços da unidade, que tem mais de 76 mil metros quadrados
Para orientar o deslocamento dos visitantes, o Campus Bento Gonçalves do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) conta agora com um mapa tátil na guarita de entrada. O mapa foi elaborado pelo Centro Tecnológico de Acessibilidade (CTA) do IFRS e usa recursos como alto e baixo relevo, contraste de cores e legendas traduzidas em Braille. O objetivo é permitir que, a partir do toque, pessoas cegas ou com baixa visão também possam entender melhor os acessos e os espaços do campus. A instalação ocorreu na sexta-feira, 2 de dezembro de 2022, para marcar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, celebrado em 03 de dezembro.
A coordenadora do CTA, Bruna Salton, explica que os mapas táteis costumam ser formados por linhas em relevo que indicam os trajetos, mas o do Campus Bento Gonçalves é mais completo. Tem representação dos formatos e tamanhos, por escala, dos diferentes blocos; indica as entradas e saídas dos prédios e também alguns obstáculos como canteiros. Para isso, foi elaborado com diferentes níveis de relevo: positivo para representar edificações e benfeitorias e negativo para a delimitação das áreas de circulação.
Vários testes foram realizados até se chegar ao formato final. O servidor Everaldo Carniel, que atua no Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (Napne) do Campus Bento Gonçalves e colabora com o CTA, testou as diferentes versões e prestou consultoria, sugerindo melhorias. Everaldo, que é cego, explica que um mapa tátil bem estruturado facilita para a construção de um mapa mental dos espaços e, assim, o entendimento do ambiente.
O mapa será útil também aos demais visitantes, já que o campus possui uma área de mais de 76 mil metros quadrados, e conta com 13 diferentes edificações. Neste domingo, 04 de dezembro, serviu de referência aos candidatos do Processo Seletivo de estudantes que precisaram se deslocar entre os blocos para realizar a prova.
Segundo Bruna, este é um projeto piloto. “Utilizamos materiais de baixo custo e algumas técnicas para a confecção do Braille. Agora precisamos verificar como esses materiais se comportam com o uso e as mudanças de temperatura”. A ideia é elaborar mapas táteis para outras unidades do IFRS.