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[Se liga na dica!] “O Homem de Giz” é a recomendação de leitura da estudante Paloma Kinstechner da Silva
Ao longo do 3° trimestre letivo de 2022, os estudantes da turma do 2° ano do curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio engajaram-se na produção de resenhas com o objetivo de compartilhar com a comunidade escolar dicas de livros, séries, filmes e álbuns musicais para preencher de cultura o período das férias.
A atividade ocorreu no âmbito da componente curricular Língua Portuguesa e Literatura II e constituiu etapa da implementação do projeto de pesquisa “O ensino e a aprendizagem da escrita pela reescrita: a interlocução a serviço da construção de conhecimento em língua portuguesa no ensino médio”, liderado pela professora Andréia Kanitz.
Nesta série de publicações, você terá acesso aos textos produzidos pelos estudantes, que escolheram resenhar produtos culturais diversos que compõem a cultura juvenil. Então, se liga na dica!
O mistério de 1986:
o que realmente aconteceu?
Por: Paloma Kinstechner da Silva
O livro O Homem de Giz ou The Chalk Man foi escrito pela autora Caroline Tudor, mais conhecida como C. J. Tudor. A obra possui uma leitura muito instigante e te prende do início ao fim. A autora tem paixão por escrever histórias sombrias e gosta muito do famosíssimo autor Stephen King. Inclusive, ela faz algumas referências clássicas ao autor em seus livros. Exemplo disso são os grupos de amigos que são os personagens centrais no enredo tanto de O Homem de Giz quanto em It – A coisa. O próprio Stephen King demonstra seu carinho pela autora e chegou a comentar em seu Twitter: “Quer ler algo bom? O Homem de Giz, de C. J. Tudor. Se você gosta dos meus livros, vai gostar disso”. Tudor conseguiu conquistar os fãs com suas histórias assustadoras, que fazem você duvidar até de si mesmo durante a leitura.
O livro foi publicado no Brasil no ano de 2018 pela editora Intrínseca e foi traduzido por Alexandre Raposo. Tem linguagem de fácil compreensão e possui 272 páginas. Além disso, a capa do livro é belíssima! Sem dúvidas, devo avisar ao futuro leitor que o livro retrata eventos de violência, assassinato, abuso e bullying. O livro tem classificação etária para maiores de 16 anos, por conta dos temas sensíveis que são retratados ao longo da história.
A narrativa começa a tomar forma em 1986. Eddie e seus amigos, Gav Gordo, Mickey Metal, Hoppo e Nick, costumavam andar de bicicleta e se comunicavam com desenhos feitos de giz nas ruas. Era como um código secreto e apenas eles entendiam. Certo dia, ele e a turma encontram um corpo esquartejado em um bosque onde costumavam brincar. Junto ao corpo, eles avistam uma figura de giz desenhada na cena do crime. Mas quem desenhou aquela misteriosa figura? Ninguém sabia. Esse acontecimento mudou completamente a vida de todos eles. Em 2016, Eddie e seus amigos, já com certa idade, recebem uma carta com um desenho de um homem de giz enforcado.
Ocorre, então, que um de seus amigos repentinamente aparece morto. Eddie não tem dúvidas de que precisa descobrir quem cometeu o crime e como isso se relaciona com o passado de 30 anos atrás. Eddie estava vivendo uma vida normal. Ele tenta conciliar seus exageros alcoólicos, sua profissão como professor e sua vida com Chloe – a jovem inquilina de sua casa. No entanto, não estava em seus planos reviver antigas memórias e abrir algumas feridas.
A história está dividida entre passado e presente: 1986 e 2016. São 30 anos de intervalo entre um capítulo e outro ao longo de todo livro. Acredito que essa divisão é o grande segredo da narrativa. É incrível! A habilidade que a autora tem de transitar entre passado e presente é surreal. A narrativa começa em 2016 com uma prévia do atual cenário em que Eddie se encontra. No capítulo seguinte, já inicia em 1986. Depois, voltamos para 2016. E, assim, sucessivamente. A cada nova página do capítulo temos um detalhe que é capaz de chamar muito a atenção dos leitores: as páginas são de cor preta e escrita branca. Mas isso apenas na troca de capítulos. O livro em geral tem páginas brancas e escrita de cor preta.
A história é inteiramente narrada pelo protagonista, Eddie, o que, de certa forma, acaba nos limitando, pois temos apenas o ponto de vista dele. Por outro lado, isso acaba nos envolvendo cada vez mais no suspense. O narrador “fala” e somos induzidos a acreditar que o que “ouvimos” é verdade. Mas será que Eddie está contando a verdade? Cabe a você, leitor, descobrir a verdade do mistério de 1986. Basta ler!
A narrativa é capaz de fazer com que o leitor seja inserido naquela atmosfera dos anos 80. Fiquei impressionada com o quanto fui consumida pela leitura e como me apeguei aos personagens. Pessoalmente, acho que quem ler O Homem de Giz não irá se decepcionar. Para quem é fã de um suspense ou de um final inesperado, esse é o livro certo. Da mesma forma, ele pode ser atraente para quem aprecia a série americana Stranger Things. Resumidamente, quem gosta de filmes/séries/livros de suspense com crianças sendo os protagonistas e andando a maior parte do tempo de bicicleta, provavelmente, irá se apaixonar por cada detalhe dessa história.
O homem de giz
TUDOR, C. J.
Rio de Janeiro: Intrínseca, 2018.
Paloma Kinstechner da Silva ([email protected]): acadêmica do 2º ano curso Técnico Integrado ao Ensino Médio em Administração no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) – Campus Bento Gonçalves.
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