Início do conteúdo

De estudante para estudante: Nauberth Boeira da Silva entrevista Bianca Elizabeth Suthoff Lunkes


Estudante do Técnico em Meio Ambiente ganha destaque na área de Ciências Humanas da Mostra Técnico-científica

“Busco seguir com isso e abrir novos horizontes”, conta Bianca Elizabeth Suthoff Lunkes.


Por: Nauberth Boeira da Silva
(2º ano do Curso Técnico em Administração)


Bianca sempre foi fascinada pelo meio ambiente e decidiu que iria para Bento Gonçalves para tentar uma vaga no curso Técnico em Meio Ambiente Integrado ao Ensino Médio. Contemplada com uma vaga através de sorteio, diz que estava preparada para fazer a prova do Instituto Federal. A estudante está focada em construir uma participação significativa no seu histórico acadêmico e para isso não deixa que as oportunidades fiquem para trás.

No seu primeiro ano no Campus, a estudante se inscreveu para nove processos seletivos de nove bolsas de projetos diferentes. Mas, um em específico chamou sua atenção, denominado As mulheres que não comem pão: o feminino e o mar na Odisseia. O objetivo desse projeto era observar de que forma os seres mitológicos femininos são representados na obra Odisseia.

Seu entusiasmo pelo tema da obra lhe rendeu diversos elogios dos avaliadores da Mostra Técnico-científica. Além disso, Bianca ganhou o destaque na área de Ciências Humanas. A bolsa de pesquisa fez com que ela desenvolvesse interesse na área das humanas e neste ano ela já está participando de outro projeto na mesma área, mas desta vez vai trabalhar em um projeto que vai analisar o “Ativismo político pentecostal nas eleições presidenciais de 2022”.

Bianca Elizabeth Suthoff Lunkes

Confira mais detalhes na entrevista abaixo:

Para começarmos você poderia se apresentar. Qual o seu nome? Quando você ingressou no Instituto Federal do Rio Grande do Sul?

Eu sou a Bianca. Ingressei no Instituto Federal na metade do ano passado. Logo que entrei, soube do edital para bolsas de pesquisa. Estava animada por ingressar no IF e as bolsas só contribuíram com o meu interesse. Uma em específico me chamou mais atenção. A qual falava sobre o assunto: As mulheres que não comem pão: o feminino e o mar na Odisseia, orientada pela professora Letícia Schneider. Foi o projeto que mais despertou meu interesse por tratar do feminino, história e mitologia grega. Me inscrevi para essa bolsa e a partir daí fiz uma amizade com a professora Letícia. Ela é muito querida e pesquisar sob orientação dela foi muito gratificante para mim.

Antes de você entrar no Instituto Federal. Como foi seu ensino fundamental? Desde quando já tinha o planejamento de vir para cá?

Descobri que o Instituto Federal existia no sétimo ano. Na minha cidade, Farroupilha, há também um campus, mas só oferece cursos técnicos em informática, área pela qual não me interesso muito. No oitavo ano, descobri o Campus Bento Gonçalves e o curso Técnico em Meio Ambiente. Desde sempre fui apegada ao meio ambiente, então estava super interessada em ingressar aqui. Foi a partir daí que passei a estudar todos os anos para conseguir uma vaga. Porém, no ano passado, a distribuição das vagas ocorreu por sorteio. Fiquei chateada, mas do mesmo modo consegui minha vaga aqui no IF. Meu ensino fundamental era bem diferente do que aqui. Era mais tranquilo. Minha escola não oferecia essas experiências de bolsas de estudos. Não tinha esse acesso às pesquisas. Aqui é mais puxado.

Além do projeto da professora Letícia, você se inscreveu para mais algum?

Me inscrevi em vários. Se não me engano, em umas nove bolsas de estudos. Os professores quando me entrevistavam para seleção do bolsista perguntavam, qual você mais gostaria de participar? Respondia sempre que era o da professora Letícia por conta do tema abordado.

Quando você se inscreveu para a bolsa, quais eram suas expectativas?

Eu não sabia como funcionavam as pesquisas em si. Sabia que ia agregar mais no meu crescimento acadêmico. Esperava aprender sobre o tema da pesquisa. Minhas expectativas eram de fazer algo a mais. Algo extra do que já é oferecido pelo técnico.

Sobre a pesquisa, quais conhecimentos você percebeu que conseguiu agregar?

Para começar, ajudou bastante na disciplina de história no ano passado. Ampliou tudo o que eu sabia sobre mitologia grega. No primeiro ano, até aprendemos um pouco sobre mitologia, mas nem se compara com os conteúdos da bolsa. Também a questão do gênero foi a parte que mais me interessou dentro da pesquisa. Além disso, ler um poema épico é bem diferente de textos comuns, então posso dizer que melhorou minha leitura. A escrita também senti que melhorou no momento em que comecei a escrever artigos.

Durante o decorrer do projeto o que você fazia basicamente? E normalmente vocês se encontravam em algum lugar específico?

Era on-line, pela plataforma Google Meet. A professora Letícia me indicou artigos e vídeos para ver. Geralmente tinha duas semanas para ler. Após isso, nos encontrávamos para reuniões e debatíamos sobre os textos. No final, escrevi o que aconteceu no encontro. Foi um projeto inteiramente bibliográfico. Em função da mostra para o final do ano, foi preciso também fazer os slides e artigos que fossem necessários para a apresentação.

Durante a semana de provas você se sentiu muito sobrecarregada?

Nunca foi muito excessivo porém houve algumas ocasiões em que ficava mais sobrecarregada. Isso ocorreu perto da época de apresentação que foi mais puxado porque tinha que gravar os vídeos e ensaiar os roteiros, além de ter que escrever um artigo. Mas, durante o decorrer do ano foi bem tranquilo. Nada de muito apurado.

Como foi sua apresentação na Mostra Técnica?

Foi bem legal. Tive o prazer de ganhar o destaque de Ciências Humanas. Foi bem gratificante ver os resultados e que as pessoas curtiram. Nem por elas, mas sim por mim. Gostei muito de compartilhar minhas experiências e ver que os avaliadores me deram sugestões e elogios sobre a pesquisa.

Você pretende fazer mais alguma bolsa no futuro?

Sim, recém descobri que fui selecionada para uma bolsa de estudos para este ano, estou muito feliz. Ter feito essa pesquisa mostrou que é disso que eu gosto e que também sou fascinada pela área de ciências humanas. Busco seguir com isso e abrir novos horizontes.

Você acha importante que os alunos busquem ir atrás dessas bolsas?

Eu acredito que devem sim. É importante porque ajuda a fazer pesquisas em outras matérias. Auxilia muito na escrita. Além de treinarem a linguagem formal que vão usar para apresentar. Fora que conta as horas complementares. Então, sim, acho importante pelo crescimento e pela experiência que vai ser adquirida.

Para um estudante que gostaria de fazer alguma bolsa, o que você aconselharia?

Eu aconselharia ser bem proativo e tentar fazer o que é proposto com o máximo de antecedência. Não que eu tenha feito isso sempre, pois todos cometemos deslizes, não é? Mas, aconselho adiantar os processos, porque depois fica mais tranquilo. Além disso, aconselho pegar alguma bolsa que seja do seu interesse. Isso deixa todo o processo muito mais satisfatório. E também que sempre tentem agarrar as oportunidades, talvez não consiga de primeira, mas vai tentando que uma hora consegue participar de algum projeto que goste.

Por fim, qual mensagem você deixaria para quem está lendo?

Sim, sem dúvidas devem aproveitar essa oportunidade, porque são poucas as escolas que oferecem a estrutura que o Campus oferece. O Instituto Federal abre muitas portas e te dá uma base muito grande para ingressar em uma boa faculdade. Fazendo as pesquisas, você descobre o que realmente gosta de fazer e vale muito a pena a experiência do projeto.

 


Entrevistas das semanas anteriores:

Fim do conteúdo