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De estudante para estudante: confira a primeira entrevista da série que terá publicações semanais


A participação em projetos do IF é capaz de alterar o caminho a se seguir como profissional

Os projetos trazem novas experiências e possibilidades aos alunos.


Por: Sophia Chagas
(Estudante do 2º ano do Curso Técnico em Administração)


Fazer parte de projetos dentro do IFRS com certeza tem seu impacto. Podemos saber mais sobre isso com a protagonista desta entrevista, Emanuela Marcon Bagnara, estudante do último ano do curso Técnico Integrado em Administração. Ela fez parte do projeto “Comportamento Organizacional: Produção Científica Brasileira em Teses e Dissertações no Período de 2000 a 2019”, sob a orientação de Leane Maria Filipetto.

O projeto analisava a produção científica brasileira em teses e dissertações voltadas ao comportamento organizacional (CO) e sua relação com a motivação e clima organizacional. Por meio do seu estudo, a estudante concluiu que a maioria das teses e dissertações tratavam a motivação como elemento essencial no âmbito organizacional, afirmando a importância do estudo do fator humano dentro das organizações por parte de líderes e empreendedores.

A entrevistada nos conta sobre sua experiência no IF e sobre como o projeto mudou seus planos para a faculdade.

 

Emanuela Marcon Bagnara

 

Conte-me um pouco sobre a sua trajetória como estudante. Onde você estudou antes de ingressar no IFRS? Como você era como estudante?

Eu não sou de Bento Gonçalves. Na verdade, eu sou de uma cidade bem pequenininha chamada Vespasiano Correa. Eu estudava na Escola Estadual de Ensino Médio Vespasiano Correa. Acredito que lá eu era uma aluna bem parecida com a que eu sou hoje. Eu sempre tento me dedicar ao máximo, participar, estudar pra tirar boas notas, enfim.

Você sempre quis estudar no Instituto Federal?

Minha mãe sempre soube do IF, mas por muitos anos eu queria fazer Magistério em um instituição em Estrela. Eu não queria ser professora. Tinha certeza disso. No entanto, desejava ter algo a mais. Quando soube que o IF iria abrir vagas para o Técnico em Administração, eu achei que seria uma coisa que teria mais a ver comigo do que o Magistério. O meu primo fez o processo seletivo um ano antes de mim e acabou entrando. Por causa disso, eu me interessei e quis fazer o processo seletivo. Acabei passando e achei viável vir estudar aqui.

Por que escolheu o curso Técnico em Administração?

Dentre as áreas que havia no IF, Administração era o que eu mais me encaixava. Eu não tenho muita afinidade com coisas relacionadas à agricultura. Informática também seria bastante complicado e eu lido com o simples. Eu tinha a opção do Magistério, mas, com a chegada do Técnico em Administração, achei que seria bem útil, não só para trabalhar na área administrativa, mas para a vida mesmo.

Quando você ingressou no curso, pensava atuar na área?

Na verdade isto é bem curioso porque eu sempre tive certeza que eu queria cursar Administração, mas quando cheguei no IF vi que existiam muitas áreas diferentes. Eu acabei percebendo que eu gostaria muito mais de estudar Relações Internacionais, até por causa dos projetos que eu fiz, relacionados à gestão de pessoas. Estudando comportamento organizacional, eu acabei gostando mais da área.

Quando ingressou no IFRS, você já sabia da possibilidade de participar de projetos de pesquisa/extensão? O que te levou a participar de projetos no Campus?

Não, eu não sabia que existiam esses projetos de extensão, de pesquisa. Eu entrei no IF por causa da oportunidade do curso técnico e não sabia que havia outros projetos. No meu 1º ano, eu tive aula com a professora Leane, que era a professora de Gestão de Pessoas. Ela convidou a minha colega, Júlia, que participa do projeto comigo desde 2020. A Júlia, por sua vez, acabou me convidando para fazer parte do projeto. Nós trabalhamos juntas em 2020, 2021 e agora (em 2022) estamos com um novo projeto que tem mais bolsistas.

Conte-me um pouco sobre o projeto que você desenvolveu. Qual era o objetivo do projeto do qual você participou? Quais foram os resultados alcançados?

O projeto visava, a partir de leituras de artigos, teses e dissertações, perceber como as pessoas se comportam dentro de uma organização e, a partir disso, prever o que faz com que elas sejam mais motivadas, trabalhem melhor e se sintam melhor nas empresas. Nós acabamos descobrindo que o que motiva mais as pessoas, por exemplo, além de um bom salário, é o incentivo da empresa, como benefícios que ela oferece. Também vimos o que não funciona. Às vezes, as empresas tentam muito uma estratégia que não dá certo e os funcionários não se motivam tanto assim.

Como a sua participação no projeto influenciou no seu crescimento como estudante e como ser humano em formação?

Eu gostei muito de participar desses projetos nesses dois anos. Eu nunca tinha feito nada parecido. Nós acabamos escrevendo um artigo para ser publicado, o que foi uma experiência muito diferente porque é o que é mais utilizado em faculdades e em trabalhos de conclusão. Eu nunca havia feito algo desse nível. Achei bem interessante porque aprendi como funciona um artigo, a leitura e saber os pontos específicos. Eu também elaborei um. Além disso, pude descobrir mais sobre as empresas e o comportamento das pessoas nelas.

Que conhecimentos e competências você considera que adquiriu e desenvolveu ao longo da sua experiência como bolsista?

Sei agora que eu não preciso ler um artigo completo de 120 páginas, por exemplo, para tirar uma única informação. Sei onde encontrar o que eu quero. Há também a experiência da apresentação, porque nos dois anos participamos das MTCs (Mostra Técnico-Científicas). A apresentação de um projeto requer mais atenção. Então isso foi mais uma habilidade nova que eu desenvolvi. Houve também o crescimento pessoal de mais dedicação, mais atenção nas coisas.

Você considera importante o desenvolvimento de pesquisas por alunos do Campus?

Com certeza! Porque querendo ou não, aqui no Campus, com os projetos a gente com certeza é cobrado, mas não é uma coisa tão rígida. Criamos uma experiência maior e sabemos que podemos errar, que não precisa ser perfeito o tempo inteiro. A gente sempre vai ter alguém orientando e nos ajudando no processo. Então claro que, quando se faz parte de um projeto no 1º ano, as expectativas não são tão altas. Conforme vai avançando, vai melhorando, progredindo e os projetos consequentemente vão ser melhores.

Você acha que a sua participação no projeto produziu impactos sobre as suas escolhas para o futuro?

Com certeza! Talvez se eu não tivesse feito parte desses projetos voltados à Administração e a área de Gestão de Pessoas, eu nunca tivesse decidido mesmo que eu queria o curso que eu quero hoje ou talvez eu até tivesse mudado de ideia. Isso com certeza me impactou bastante.

Quais conselhos/dicas você daria para novos ingressantes no Campus Bento Gonçalves que gostariam de participar de projetos?

Eu diria para eles se inscreverem no maior número possível de projetos! Diria também para pesquisarem informações sobre cada projeto, porque a gente pensa que não vai gostar de um projeto, mas às vezes a gente sabe só o título. Então, talvez, conversando com os professores responsáveis, seja possível saber mais sobre o que trata o projeto e ingressar em coisas que não são exatamente da área do curso que o aluno escolheu. Talvez um aluno de Administração goste de um projeto voltado a plantas medicinais. Então acho que é importante sempre ter bastante informação sobre e participar.

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