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Tecnologias no Campus Bento Gonçalves proporcionam mais oportunidades para os estudantes


Aluna fala sobre sua participação no projeto “Desenvolvimento de Materiais Pedagógicos – Físicos e Digitais – para Educação STEM”.


Por: Ana Carolina Piacentini
(2º ano do Curso Técnico em Administração)


O mundo está em rápida e constante transformação. Todos os anos avanços e novas tecnologias surgem capazes de mudar e melhorar as nossas vidas. Assim é também na área da educação.

Brenda Luísa Dupont Sauthier, de 17 anos, aluna do IFRS – Campus Bento Gonçalves, estudante do curso Técnico em Agropecuária, sob orientação do professor Diego Lieban, desenvolveu materiais pedagógicos físicos e digitais para orientar os alunos interessados em aprender sobre as tecnologias ofertadas no Campus.

O sistema STEM, a impressora 3D, a cortadora a laser, o escâner 3D e os Arduinos (uma plataforma de prototipagem eletrônica) foram o foco do projeto. O intuito é facilitar o envolvimento dos estudantes em projetos envolvendo tecnologias ainda pouco exploradas.

“Foi uma grande aprendizagem ter contato com o sistema STEM e com o espírito maker” diz a aluna. Brenda nos conta mais sobre essa experiência e as oportunidades que surgiram. Veja a entrevista a seguir.

 

Brenda Luísa Dupont Sauthier

 

Conte-me um pouco sobre a sua trajetória como estudante nas outras escolas e como foi ingressar no Instituto Federal?

Eu estudei desde pequena em escola particular. Do 1º ao 9º ano, eu estudava em Carlos Barbosa no colégio Santa Rosa. Foi muito diferente chegar no IFRS. Foi um choque e uma experiência extremamente boa para abrir meus horizontes. Eu pude conhecer pessoas de lugares e cidades diferentes, de diferentes escolas e com ideias diferentes. Isso era muito diferente do que eu via numa cidade muito pequena que é Carlos Barbosa. Infelizmente, a pandemia limitou muito a convivência com as pessoas e as experiências no Campus. Mas o Campus Bento Gonçalves tem diversas coisas para oferecer e voltar para o presencial está sendo extremamente bom.

Você sempre quis estudar no IFRS – Campus Bento Gonçalves? Quando você decidiu que queria ingressar no Campus?

Eu decidi no 9º ano mesmo. Tenho vários primos que já estudaram no IF e eles tinham uma visão muito legal, mas se formaram há bastante tempo. Eu já não tinha mais essa ideia, mas fui influenciada por amigos que queriam vir para o Campus. Então, eu decidi fazer a prova, pesquisar um pouco mais sobre e consegui entrar.

Por que você escolheu o curso de Técnico em Agropecuária? Por que motivos se interessou por esse curso? Quando você ingressou no curso, pensava em atuar na área?

Dos cursos ofertados no Campus foi o que eu mais me identifiquei. Nenhum deles é da área profissional que eu quero seguir. Mas escolhi Agropecuária porque eu achava que iria estudar coisas que me interessavam e que eu realmente gostaria, apesar de não ser algo que eu vou seguir para o resto da vida e criar minha profissão.

Quando você entrou no IFRS já sabia da possibilidade de participar de projetos? Pensava em participar de algum?

Quando entrei no IFRS, eu já tinha visitado a Mostra Técnica, então eu tinha uma noção de que existiam esses tipos de projetos, mas não sabia que eram da magnitude que eles realmente são. Não sabia que abrangiam vários cursos ou o que acontecia do lado de fora, mas eu já conhecia alguns projetos que vi na Mostra. Somente quando cheguei no IFRS, eu comecei a pensar e comecei a analisar todos os projetos que eram ofertados.

Conte-me um pouco sobre o projeto que você desenvolveu. Qual era o objetivo do projeto do qual você participou? Quais foram os resultados alcançados ou pretendidos do projeto?

Eu participei de um projeto de pesquisa que tinha como objetivo desenvolver materiais físicos ou digitais para o sistema STEM para que os professores pudessem utilizar dentro da sala de aula como um recurso didático que desenvolvesse o raciocínio dos alunos. Sempre existiram diversos caminhos e opções, mas seguimos neste fim didático. O principal resultado foram alguns tutoriais elaborados com o objetivo de trazer mais pessoas para aproveitar a estrutura que o Campus tem: as máquinas como impressora 3D, a cortadora a laser, o escâner 3D e os Arduinos. Fizemos esses vídeos tutoriais com o intuito de ensinar as pessoas os passos básicos para começar a utilizar esses materiais. Também fizemos alguns protótipos de jogos. Reproduzimos jogos que o professor trouxe. Fizemos porta-ideias, quebra-cabeças, jogos da velha para até quatro pessoas. Enfim, coisas no ramo dos materiais.

Ao longo de sua participação no projeto você precisou ler, escrever, fazer reuniões ou participar de discussões? Quais foram suas tarefas como bolsista? Existia alguma meta ou prazo a cumprir?

Ao longo do projeto foi recomendada a pesquisa e a leitura de novos materiais para trazer novas ideais para nossas produções, mas não havia muito material obrigatório, somente algumas recomendações. Participei de muitas reuniões e muitas discussões informais de maneira que todos os participantes pudessem dar suas ideais e fazer uma atualização do andamento de nossas pesquisas e produções. Era um espaço onde podíamos fazer uma “troca de figurinhas” com todo o pessoal do projeto. As metas e os prazos sempre foram bem flexíveis, algo bem tranquilo. Não havia muitas datas para vencer ao longo do projeto, além da Mostra Técnico Científica que tinha a demanda de entrega do resumo e dos vídeos.

Como foi sua participação na Mostra Técnico Científica?

O projeto “Desenvolvimento de Materiais Pedagógicos – Físicos e Digitais – para Educação STEM” participou da Mostra Técnico Científica em 2021 com a demanda dos vídeos tutoriais. Foi uma experiência muito legal apesar de ter sido remotamente. Também conseguimos ver vários outros projetos. O nosso projeto ganhou destaque como a produção de vídeos tutoriais para o uso das impressoras 3D e a produção de um vídeo tutorial para a produção de um porta-ideias que é um porta lápis diferenciado feito de MDF. Uma participação muito legal que possibilitou esse destaque.

Como você acha que o acesso dos estudantes à impressora 3D e aos outros equipamentos pode agregar na formação deles?

Atualmente as impressoras 3D estão muito mais acessíveis do que antes. Inclusive uma das demandas do projeto foi a busca por essa acessibilidade. Um dos nossos objetivos, que já foi alcançado inclusive, era fazer a produção de vídeos tutoriais para instruir quem quisesse fazer uso das impressoras. Algumas dicas, instruções e passo a passos que possibilitam a utilização dela por pessoas de fora também. Particularmente, eu acredito que é um material muito inovador dentro do nosso espaço. Todos no Campus precisam saber que existe porque é um material muito abrangente e nos oferece infinitas possibilidades. Com certeza, a impressora 3D agrega muito na formação de todos os alunos, do Ensino Superior ao Ensino Técnico. Isso porque além dos projetos os alunos podem fazer suas próprias produções de acordo com suas demandas de trabalho de aula. É uma excelente oportunidade que proporciona infinitas possibilidades dentro do nosso Campus.

O que sua participação no projeto agregou na sua vida pessoal? Que aprendizados você destacaria?

Eu entrei no projeto sem pretensão alguma. Me inscrevi, fiz a entrevista com o professor Diego Lieban. Foi uma entrevista tranquila. O projeto iniciou no formato on-line e eu não tinha noção do quão grande e abrangente ele era. Nós começamos a fazer reuniões virtuais para trocar ideias. Mas foi só quando começamos de forma presencial que eu realmente entendi o projeto e as oportunidades que ele podia me proporcionar. Eu aprendi muitas coisas na parte prática do projeto. Aprendi sobre as impressoras, a mexer nelas, a projetar nelas e ir atrás de outros projetos para agregar, principalmente no âmbito de materiais pedagógicos. Também aprendi a manusear a cortadora a laser. Uma aprendizagem muito grande foi ter contato com o sistema STEM e com o espírito maker, algo que é muito destacado dentro do projeto. Levar uma inovação para o sistema de ensino que pode impulsionar avanços nas atividades pedagógicas. Não vai se limitar ao que temos dentro da sala de aula.  Assim eu pude ter contato com professores que eu nunca tive e nunca vou ter, porque, embora eles estejam ligados ao projeto, atuam em outros cursos. Eles são pessoas muito especializadas, que eu gostei muito de conhecer.

Quais são os seus planos para o futuro? Você pretende continuar desenvolvendo projetos? Este projeto impactou na escolha de uma profissão ou algo que você queira fazer na faculdade?

Eu pretendo continuar no projeto STEM da forma que for. Foi uma coisa que me impactou bastante porque eu me interessei muito pela parte digital. Eu quero fazer desenho digital, gosto muito disso e quero partir para área da animação. No projeto, nós aprendemos muito no sentido matemático/físico de softwares e isso abriu meus horizontes, minha janelinha e eu pude ver o mar de possibilidades que eu tinha. Isso é maravilhoso! Com certeza é um aprendizado para vida inteira.

Quais conselhos ou dicas você daria para novos ingressantes no Campus que gostariam de participar de projetos?

Os novos ingressantes não podem ficar muito aflitos porque são muitas oportunidades. Com certeza, irão achar alguma coisa de que gostem, alguma coisa que irá agregar na vida deles fora do curso escolhido. Existem projetos em todas as áreas de conhecimento, mas é preciso prestar atenção, conversar com as pessoas e ir atrás disso. É possível e sempre vai ser uma ótima oportunidade de aprendizagem.


Confira a entrevista da semana anterior:
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