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De estudante para estudante: Paloma Kinstechner da Silva entrevista Laryssa Almeida Damiani


Se me disserem “vai lá e mede o terreno da horta”, eu tô indo, diz Laryssa Almeida Damiani

Estudante de Viticultura e Enologia fala sobre projeto que envolve topografia


Por: Paloma Kinstechner da Silva
(2º ano do Curso Técnico em Administração)


A disciplina de topografia é um desafio para muitos que a estudam. É uma grande dificuldade para a maioria dos alunos entenderem como se fazem as medições de um terreno, como utilizar os equipamentos da forma correta e, além do mais, o aluno provavelmente estará debaixo do sol quente fazendo essas medições.

A aluna Laryssa Almeida Damiani, de dezessete anos, estudante do 3º ano do Curso Técnico em Viticultura e Enologia do Campus Bento Gonçalves, junto com sua orientadora Isadora Finoketti Malicheski e mais três bolsistas, desenvolveu jogos para facilitar o ensino e compreensão da temida topografia.

Junto com materiais físicos, digitais e muitas horas dedicadas, foi possível criá-los. Laryssa fez parte do projeto “Materiais Didáticos para Topografia”, com os quais os alunos poderiam ter melhor entendimento da disciplina e, ao mesmo tempo, se divertirem jogando.

 

Laryssa Almeida Damiani

 

Confira a entrevista realizada com a estudante:

Quando e por que surgiu seu interesse em ingressar no Campus Bento Gonçalves? Por que você escolheu o curso Técnico em Viticultura e Enologia? O que te levou a escolher essa área técnica?

Meu tio me influenciou bastante! Ele já havia estudado no Instituto Federal há muito tempo atrás e fez o curso Técnico em Viticultura e Enologia. Algumas vezes, eu e minha tia o levávamos ao Campus. Então, desde aquela época surgiu um sonho de estudar no IFRS. Já em 2018, comecei a fazer o cursinho preparatório (Pré-IFRS). Porém, quando eu fiz algumas provas dentro do cursinho, eu estava indo muito mal e comecei a ficar com medo de não conseguir passar no processo seletivo. Quando eu fui fazer a prova, em 2020, havia 296 candidatos para apenas 30 vagas. Com toda a felicidade do mundo, passei entre os primeiros colocados. Para mim, esta foi uma das coisas que eu nunca vou esquecer. Escolhi o curso Técnico em Viticultura e Enologia, pois era o que eu mais me identificava. Como meu tio já tem uma vinícola e toda minha família é descendente de italianos, uma coisa acabou levando a outra.

Quando você entrou no IFRS, já sabia da possibilidade de participar de projetos de pesquisa/extensão? O que te levou a participar de projetos de pesquisa/extensão no Campus? Por quais motivos se interessou por participar?

Não sabia da possibilidade de participar de projetos de pesquisa. Apenas sabia que era possível fazer a extensão como área do estágio. Entretanto, me interessei por participar de projetos, pois acredito que só agrega no currículo. Além disso, eu também estava precisando de dinheiro.

Conte-me um pouco sobre o projeto que você desenvolveu. Qual era o objetivo do projeto que você participou? Quais foram os resultados alcançados ou pretendidos do projeto?

O projeto que eu fiz parte foi “Materiais Didáticos para Topografia”. Ele já estava em andamento no ano anterior e nós estávamos dando continuidade a ele de forma virtual, por conta da pandemia da Covid-19. Nosso objetivo era criar jogos para facilitar o ensino dos estudantes. Jogos on-line e físicos. Sendo assim, o que se buscava era despertar o interesse dos alunos e proporcionar aulas divertidas e descontraídas. A topografia é considerada uma das disciplinas mais difíceis, pois envolve conhecimentos da área da matemática e geografia. Se o aluno é bom e gosta de alguma dessas áreas, fica um pouco mais simples. Mas, se o aluno não é bom ou não gosta, fica muito mais difícil. Com base nessas informações, decidimos criar os jogos.

Como o projeto foi elaborado? Quais foram as etapas realizadas? E quais as suas contribuições para o desenvolvimento do projeto?

O projeto teve início com pesquisas em livros didáticos de topografia, escolha dos softwares de desenhos e quais recursos e equipamentos seriam necessários para a elaboração do mesmo. Basicamente, o início foi a escolha de equipamentos digitais e físicos. Em seguida, começamos a planejar o que iríamos fazer. Depois disso, escolhemos utilizar o jogo on-line Kahoot e escolhemos usar Geogebra para as medições, que é onde entra toda a área de exatas. Além do jogo físico, que seria o tabuleiro que possui toda a topografia (todas as camadas). Ele será impresso este ano na impressora 3D do IFRS, no Pipa Maker. Minha parte no projeto foi pesquisar e criar as perguntas para colocar em cartões (como um jogo de cartas) e fazer as questões do Kahoot.

O que a sua participação no projeto agregou na sua vida? Que aprendizados você destacaria? Sua participação no projeto produziu impactos para suas escolhas para o futuro?

Eu já gostava de topografia antes. Mas quando eu precisava usar a topografia na prática, sempre era uma dificuldade. Depois do projeto, tudo ficou mais fácil. Se me disserem para medir o terreno da horta, eu estou indo. Sendo assim, participar do projeto definitivamente ajudou muito no meu aprendizado. Sobre minhas escolhas para o futuro, eu ainda não decidi de fato a faculdade que irei fazer. Porém, Viticultura e Enologia é uma das minhas opções e a topografia está muito presente nessa área.

Você considera importante o desenvolvimento de pesquisa por alunos do Campus? De que forma essa experiência agrega na formação do estudante?

Sim, com certeza. Quando o estudante para de pensar que as coisas são muito difíceis para ele e percebe que tem alguém que conhece bem certo assunto e começa a te explicar, isso é muito bom. Os projetos ajudam os estudantes a melhorar sua capacidade de compreensão de assuntos que poderiam parecer complicados no primeiro momento.

Qual conselhos/dicas você daria a um estudante que está ingressando no Campus?

Aproveite ao máximo! Aceite fazer algumas loucuras de vez em quando. Não se cobre tanto, pois não pense que você vai ser como era no ensino fundamental. A sua antiga escola provavelmente era composta por pessoas de certo bairro ou determinada classe social. No IFRS, é totalmente diferente. Temos alunos de várias cidades, com seus próprios costumes e culturas, e diversas classes sociais. É todo mundo misturado. Isso é o mais legal do Instituto Federal. Apenas aproveite!

 


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