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De estudante para estudante: Maria Vitória Deitos entrevista Lorenza Corti Villa
Entrevista com a jovem pesquisadora Lorenza Corti Villa
A estudante fala sobre sua trajetória na pesquisa científica.
Por: Maria Vitória Deitos
(2º ano do Curso Técnico em Administração)
A estudante do IFRS – Campus Bento Gonçalves Lorenza Corti Villa, do 3°ano do Curso Técnico em Meio Ambiente, destacou-se ao realizar um projeto na área das ciências humanas, intitulado “Transformações causadas pelo novo coronavírus no trabalho e saúde mental de docentes”.
A entrevistada conta como foi todo seu processo dentro desta pesquisa e o quanto essa atividade auxiliou no seu desenvolvimento. Além disso, Lorenza nos conta como sua experiência de participação no projeto impactou suas escolhas para o futuro.
A seguir, apresentamos a entrevista realizada com a estudante:
Você sempre quis estudar no Instituto Federal? Quando e por que surgiu seu interesse por ingressar no Campus Bento Gonçalves?
Eu acho que não foi sempre, mas quando eu comecei a ter contatos com os cursos. O meu interesse surgiu principalmente pela pesquisa e oportunidade que eu teria. Isso foi o que mais me motivou. Essa decisão de entrar foi no 9º ano, ou seja, um ano antes de ingressar no ensino médio, e com certeza os fatores anteriores foram os que mais me impulsionaram.
Por que escolheu o Curso Técnico em Meio Ambiente? O que te levou a escolher essa área técnica? Quando você ingressou no curso, pensava atuar na área?
O que me levou a escolher o curso de Meio Ambiente foi o fato de ser um curso novo. Minha turma é a segunda turma deste curso. Também foi o que eu mais me identifiquei. Acho que é uma área que cada vez mais vai precisar de profissionais. Eu não me imaginava entrando nessa área. Agora eu não me imagino trabalhando como técnica em meio ambiente, mas usando muito do que aprendi na profissão que quero seguir.
Quando ingressou no IFRS, você já sabia da possibilidade de participar de projetos de pesquisa/extensão no campus? Você já pensava em participar de algum projeto?
Eu sabia e já pensava, mas como a gente ficou apenas um mês presencial no campus no ano de 2020, eu acabei não ingressando em nenhum projeto no meu 1º ano do curso. No 1º ano do Curso Técnico em Meio Ambiente, a gente tem a disciplina de Metodologia Científica. Então, mesmo não sendo bolsista de nenhum projeto, eu pude ter essa experiência com iniciação científica e acho que foi bem construtivo. Eu fiz meu próprio projeto antes de ser bolsista e com isso adquiri experiência que me ajudou bastante no projeto posterior.
Conte-me um pouco sobre o projeto que você desenvolveu. Qual era o objetivo do projeto do qual você participou? Quais foram os resultados alcançados ou pretendidos do projeto?
O projeto trata das transformações provocadas pelo contexto de pandemia no trabalho e na saúde mental de docentes. Ele buscou investigar como essa situação pandêmica do trabalho remoto e de a dar aula num ambiente não adequado e sem suporte adequado influenciou na qualidade do trabalho dos docentes e na sua saúde mental. A pesquisa foi feita através de um questionário. Quando eu ingressei no projeto, ela já estava em andamento. Então, eu participei mais fazendo leituras bibliográficas e análise dos dados levantados através do questionário. Acho que foi muito benéfico para mim porque eu queria ser professora naquela época que eu entrei. Em contato com os relatos dos profissionais sobre como eles lidaram com todo o processo de trabalhar como docente remotamente, eu fiquei surpresa com as situações que eles relataram.
Como a sua participação no projeto influenciou no seu crescimento como estudante e como ser humano em formação? Como a sua participação no projeto te transformou enquanto pessoa?
Me transformou porque agora eu sei onde buscar informações confiáveis e eu tenho um pensamento mais crítico do que eu tinha. Eu tenho um olhar mais científico para as coisas e sou uma pessoa melhor por causa disso. Eu consegui de certa forma absorver e filtrar mais informações. Acho que isso foi muito importante para mim.
Você considera importante o desenvolvimento de pesquisas por alunos do Campus? De que forma essa experiência agrega na formação do estudante?
Eu considero muito importante porque a gente já sai do IF com experiência e nós , de certa forma, seremos futuros cientistas. Então é bom a gente já sair com uma preparação. No contato com diferentes áreas de pesquisa, temos uma noção melhor do que queremos fazer para a vida. Conseguimos nos preparar e depois devolver tudo isso para a sociedade. Essa é uma das melhores partes disso.
Quais são seus planos futuros? Você pretende continuar desenvolvendo projetos, participando de ações de pesquisa? Você acha que a sua participação no projeto produziu impactos sobre as suas escolhas para o futuro?
Eu quero estudar biotecnologia que não é na área do projeto que eu participei, que era de ciências humanas. No entanto, com certeza, conhecer diferentes metodologias de pesquisa é uma coisa que vai agregar muito para minha formação futura. Apesar de eu querer fazer uma faculdade na área de tecnologias e de biologia, a gente também lida com seres humanos. Então, com certeza, agregou muito e vai continuar agregando.
Quais conselhos/dicas você daria a um estudante que está ingressando no Campus e na área da pesquisa?
Para quem está ingressando no Campus o meu conselho é já no primeiro ano buscar ser bolsista ou, se não conseguir bolsa, ser voluntário porque vai agregar bastante para os próximos 2 anos. Para quem está ingressando na área de pesquisa, eu aconselho aproveitar muito, participar das reuniões, ler os materiais e se inteirar da pesquisa mesmo, porque conhecimento nunca é demais, mesmo que talvez você não vá usar concretamente essa área no seu futuro. Você vai ter uma base sobre isso, vai ser uma pessoa mais esclarecida sobre esse assunto e isso é sempre benéfico.
Entrevistas das semanas anteriores:
- “A análise de websites tornou o meu olhar mais crítico” (Ana Luiza Royer Annoni é entrevistada por Heloiza de Oliveira)
- “Eu me descobri como pessoa”, diz a bolsista Allana Canacar Biscaia (Allana Canacar Biscaia é entrevistada por Júlia Tascheto Berlatto)
- “Eu aprendi a me identificar como ser humano”, diz Juan Farias sobre sua experiência de participação em projetos no Campus Bento Gonçalves do IFRS (Juan Alexandre Pereira Farias é entrevistado por Gabrielle Ferronato Lütz)
- Estudante fala sobre suas experiências como participante de projetos promovidos pelo IFRS (Júlia Paese Faccin é entrevistada por Eduardo Franceschina Nunes)
- Tecnologias no Campus Bento Gonçalves proporcionam mais oportunidades para os estudantes(Brenda Luísa Dupont Sauthier é entrevistada por Ana Carolina Piacentini)
- A participação em projetos do IF é capaz de alterar o caminho a se seguir como profissional (Emanuela Marcon Bagnara é entrevistada por Sophia Chagas)