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De estudante para estudante: confira a quarta entrevista da série semanal


“Eu aprendi a me identificar como ser humano”, diz Juan Farias sobre sua experiência de participação em projetos no Campus Bento Gonçalves do IFRS

O estudante que se formou no curso Técnico de Agropecuária no IFRS fala sobre os projetos de extensão de que participou e como isso agregou em sua vida.


Por: Gabrielle Ferronato Lütz
(2º ano do Curso Técnico em Administração)


Juan Alexandre Pereira Farias, de 20 anos, ao longo de sua trajetória no ensino médio participou de vários projetos de pesquisa e extensão. Cursou o Técnico de Agropecuária no IFRS – Campus Bento Gonçalves e atualmente cursa Licenciatura em Letras na mesma instituição. Com a participação em vários projetos de pesquisas e de extensão, ele tem muito o que contar e mostrar para todos que estão no IFRS ou irão ingressar na instituição nos próximos anos.

Um de seus projetos foi “O ensino da sociologia para adolescentes”, orientado pelos docentes Janine Trevisan e Jonathan Amaral. Esse trabalho explorou a história da disciplina de Sociologia, como foi retirada das escolas no período da ditadura e como foi trazida de volta com o tempo. Também houve a experiência dos bolsistas como docentes.

Ao longo desta entrevista, Juan nos conta um pouco mais sobre os detalhes do projeto, seus objetivos e como foi sua execução. Além disso, o estudante destaca vários pontos positivos que a participação no projeto trouxeram para sua vida. O ajudando a se autoconhecer e mudando sua visão em questão geral. Juan fala sobre sua trajetória e dá conselhos para os estudantes que já estudam ou que irão ingressar no IFRS nos próximos anos.

Juan Alexandre Pereira Farias

 

Conte-me um pouco sobre a sua trajetória como estudante. Onde você estudou antes de ingressar no IFRS? Como você era como estudante?

Fiz meu Ensino Médio em Garibaldi. Mudei muito de escola, então nunca tive muitas raízes em uma única escola. Comecei meu Ensino Médio no Teofania, em Garibaldi. Lá eu cursei só o 1º ano. Até fui aprovado para o 2º ano, só que eu resolvi ingressar no IFRS. Na escola eu sempre fui bem nas matérias, mas tinha um pouco de dificuldade na área de exatas.

Por que escolheu o curso Técnico em Agropecuária? O que te levou a escolher essa área técnica? Quando você ingressou no curso, pensava atuar na área?

Eu escolhi mais pelo Ensino Médio do que pelo curso técnico. Sempre soube que o Ensino Médio do IFRS é bem forte, inclusive está sempre nos pódio de melhores notas. Já tinha em mente quando eu ingressei no IFRS, que não era a área que eu atuaria futuramente, porém fiquei pensando muito mais na minha formação.

Quando ingressou no IFRS, você já sabia da possibilidade de participar de projetos de pesquisa/extensão no campus? Você já pensava em participar de algum projeto?

Sim, um mês antes de começar as aulas do 1º ano fiquei sabendo por colegas que estudavam comigo no Ensino Fundamental e que entraram no IFRS um ano antes de mim. Elas me falavam bastante sobre como era a instituição e sobre os projetos complementares. Não que eu me preocupasse naquela época, mas eu já estava ciente dessas atividades e eu procurei me engajar nelas desde cedo. Eu consegui ser bolsista no 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio e também voluntário em dois projetos no 2º ano.

E qual desses projetos foi o seu preferido? Conte-me um pouco sobre o projeto que você desenvolveu. Qual era o objetivo do projeto do qual você participou? Quais foram os resultados alcançados ou pretendidos do projeto?

Não que foi o meu preferido, mas foi o projeto que eu fiz no 1º ano que foi totalmente presencial e a prática dele foi melhor e intensa. O nome do projeto era “O ensino da sociologia para adolescentes” que teve a professora Janine Trevisan e o professor Jonathan Amaral como orientadores. O projeto partia do fato de que não existem muitos estudos sobre o ensino de Sociologia. A metodologia acabou se tornando escassa, principalmente porque, durante o período de ditadura militar, a disciplina acabou sendo retirada do currículo das instituições. O projeto tentou resgatar a disciplina de Sociologia. Trazê-la de volta. Lemos muitos materiais e autores. Os bolsistas elaboraram planos de aula para serem aplicados em turma do Ensino Médio Técnico do Campus. Eu apliquei uma aula no 1º ano do curso Técnico de Meio Ambiente e do Técnico em Informática. O intuito era fazer o bolsista sentir e estar no lugar do professor. Estudamos bastante essa didática e esse desenvolvimento de materiais pedagógicos para a disciplina de Sociologia.

O que sua participação no projeto agregou na sua vida? De que forma? Que aprendizagens você destacaria?

Em tudo, os projetos agregam tanto na sua formação acadêmica quanto complementar. A experiência de participação em projetos também ajudou a desenvolver um senso crítico sobre o trabalho docente, porque eu acho que nós como estudantes não imaginamos como o professor realmente está. Para nós o professor só está dando sua aula e corrigindo avaliações, mas não é tão fácil assim. Também pelo meu envolvimento com esse projeto pude ter contato com novos autores e novas leituras que não tinha visto antes. Pude perceber muitos aspectos sobre a sociedade como um todo e todo o seu desenvolvimento. Meu vocabulário aumentou bastante também.

Deixe uma breve mensagem motivacional para quem está interessado em ingressar no Campus Bento Gonçalves e interessado em participar de projetos. 

Acho interessante as pessoas se engajarem desde cedo, porque o IFRS proporciona várias oportunidades e ali dentro você vai conseguir aprender mais sobre você e vai conseguir experimentar se autoconhecer. Eu particularmente entrei com o intuito de só fazer o ensino médio, mas realmente ali no meio do caminho eu tive vários contrapontos. O IFRS tem muitas oportunidades para proporcionar aos estudantes e esses projetos são essas oportunidades em que você consegue conhecimento absurdo através deles.

Você acha que a sua participação no projeto produziu impactos sobre as suas escolhas para o futuro?

Com certeza, eles agregaram demais. Os projetos dos quais participei impactaram bastante a minha formação cultural. No meio desse caminho, eu aprendi a me identificar como ser humano na sociedade, especialmente com relação a minha cor. Por exemplo, no processo seletivo eu não sabia definir a minha cor e acabei colocando cor parda. Só depois do projeto eu fui entender melhor o conceito de cor e raça.

Quais conselhos/dicas você daria para novos ingressantes no Campus Bento Gonçalves que gostariam de participar de projetos?

Eu diria para começarem a se engajar logo cedo, desde o 1º ano, porque é bem importante já que você passa mais tempo com a sua turma do que com a família. Se você estiver engajado em projetos ou mesmo em outras atividades que a instituição promove (rodas de conversa, saraus, DTG, jogos esportivos), sua interação vai aumentar e sua conexão social também. Então eu acho muito bom você ir experimentando essas coisas novas. Isso vai agregar de qualquer forma e vai ajudar na sua formação no IFRS.


 

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