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Experiência na orientação aos estudantes


O estágio obrigatório é realidade na maioria dos cursos do Campus Bento Gonçalves. Eles fazem parte da formação do estudante e sem ele o estudante não recebe sua certificação ou diploma. Há mais de dez anos coordenando o Setor de Estágio e Egressos, a Assistente Administrativa Laura Zandonai Brancher, acompanha cada aluno e aluna que passa por este processo. O acompanhamento que vai além do recebimento e despacho de papéis, ele começa no contato com a empresa, passa pela divulgação de vagas de estágios e empregos em empresas da região e termina apenas na banca de qualificação do formando. O objetivo final não é apenas que o estudante cumpra um estágio por regulamento, mas que tenha proveito para sua formação.

 

Seu setor é responsável por orientar e acompanhar os estudantes em fase de estágio no Campus Bento Gonçalves. Como você organiza todo esse processo?

O controle dos estagiários é realizado por meio de planilhas onde são registradas as informações de cada estudante em estágio. Informações básicas como local do estágio, período, carga horária, professor orientador, supervisor da empresa, título do trabalho, data da banca e nota final.  A partir do segundo semestre de 2018, toda essa informação passou a ser duplicada no Sistema Acadêmico. As informações obtidas em formulário próprio prestadas pelos estagiários, supervisores das empresas e dos professores orientadores são transcritas e servem de subsídios para analisar e avaliar o desempenho dos alunos quando se busca uma melhoria e atualizações nos Projetos Pedagógicos dos Cursos.

Quantos estudantes e cursos são atendidos todos os anos?

Nem todos os Cursos possuem estágio obrigatório, no ensino técnico integrado apenas os cursos de Informática para Internet, Viticultura e Enologia e Agropecuária possuem a obrigação. No ensino superior, os cursos de Licenciatura possuem um regramento próprio para os estágios obrigatórios, eles são acompanhados diretamente pelos coordenadores do curso e disciplina, e com exceção de Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Logística, todos os outros possuem estágio obrigatório na matriz curricular. A média de estudantes atendidos nos últimos 5 anos foi de 170 estudantes, em 2018, por exemplo, um total de 154 estudantes passaram pelo setor de Estágios e Egressos.

Acompanhando durante tanto tempo diferentes turmas se formando, você percebeu a mudança do perfil do nosso estudante? Se sim, como isso aconteceu?

Percebi a mudança de interesse nos egressos dos cursos técnicos quanto ao seu destino ao finalizar o curso. Atualmente estão em busca de um aperfeiçoamento e melhoria no seu conhecimento, buscando cursos superiores antes de ir para o mercado de trabalho. No ano de 2009, por exemplo, 77% dos estudantes que se formaram no curso de Técnico em Agropecuária foram para o mercado de trabalho da área, e 44% deram continuidade aos estudos no ensino superior. E em 2018, no entanto, apenas 39% foram para o mercado de trabalho, 83% dos estudantes decidiram continuar seus estudos em cursos superiores. As opções dos cursos superiores mais procuradas por esses egressos em geral são aqueles com afinidade em sua formação técnica, como Agronomia, Veterinária, Horticultura, Zootecnia, Biologia, mas também em áreas diversas como Direito, Engenharia Civil, Letras ou Medicina. Nos últimos 10 anos, 62% dos alunos saíram do ensino médio técnico e ingressaram em cursos superiores nas mais diversas universidades e áreas do conhecimento. Alguns cursos como o técnico em Viticultura e Enologia, por exemplo, a taxa de estudantes que sai do ensino médio e já procura um emprego é baixa, em torno de 5%. No entanto, nos últimos anos temos praticamente 100% deles continuando seus estudos no ensino superior. O mesmo acontece com os estudantes de Informática para Internet, mas com um pouco mais de equilíbrio. Em geral, o que temos são estudantes que estudam e trabalham após a sua formação técnica.

Temos hoje mais estudantes mulheres que no passado?

Em 2015, o índice de alunas nos cursos técnicos era de 47%. Apenas quatro anos depois, em 2019 o número subiu para 59% (ingressantes em 2019/1). O curso Técnico em Informática para Internet desde sua implementação, prevaleceu a maioria de estudantes do sexo masculino, com um aumento nos últimos anos inclusive, de 66% em 2015 para 80% em 2019. No curso Técnico de Agropecuária a situação se inverteu. Em 2015 eram 55% de alunos, agora em 2019, o número de alunas superou e chegou a 66% das cadeiras ocupadas em sala de aula. Já o curso Técnico em Viticultura e Enologia, sempre teve um público feminino superior ao masculino. No curso de pós-graduação, Especialização em Matemática, as cadeiras foram 100% ocupados por estudantes do sexo feminino.

Com o advento do Enem, aconteceu uma mudança no número de estudantes de outras regiões do estado ou do país?

Entre 2008 a 2019, recebemos alunos de 74 municípios de 16 diferentes estados (excluindo o Rio Grande do Sul), totalizando 108 estudantes, dos quais 47% concluíram o curso; 39% desistiram e 14% estão matriculados. O número de alunos provenientes de outros estados no entanto, vem reduzindo. Em 2011, por exemplo, eram 38 estudantes de outros estados da federação, este ano no ingresso realizado no primeiro semestre, foram apenas 16 alunos matriculados. No curso superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia, em 2008 eram 15 estudantes, chegamos a 20 em 2012. Este ano, no entanto, somente 9 estudantes de outros estados estão matriculados no curso, destes somente um é ingressante.

 

 

Há poucos anos, o número de cursos e consequentemente de estudantes e servidores era bem reduzido perto do que temos hoje. Ao mesmo tempo que foi necessário uma melhor distribuição das tarefas e descentralização de atividades, foi também necessários novos arranjos para o funcionamento de toda a estrutura. Na opinião de alguém experiente no Campus Bento Gonçalves o que melhorou com a expansão do campus e o que se tornou mais difícil de realizar?

Basicamente, o que percebi no Setor de Estágios e Egressos foi uma maior demora nas decisões e encaminhamentos por agora fazermos parte de uma estrutura maior, o Instituto Federal do Rio Grande do Sul – IFRS, as aprovações de novos regulamentos que regem as atividades passam pela Reitoria, o que causava alguma morosidade a burocracia. Mas com o passar do tempo, fomos nos adaptando e atividades normalizaram-se.

 

Laura Zandonai Brancher é Assistente Administrativa do Campus Bento Gonçalves desde 1995. Formada em Ciências Econômicas pela Fundação Educacional da Região dos Vinhedos – FERVI, possui Especialização em Educação Profissional na Modalidade EJA pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS.

O Setor de Estágios e Egressos fica localizado no 2º andar do Bloco K – Convivência, junto a sala da Coordenadoria de Registros Acadêmicos, e funciona das 7h30min às 11h30min e das 13h30min às 17h30min.

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