Início do conteúdo

Concamp apresenta posição do Campus em relação às APNPs e à retomada do Calendário Acadêmico


Na terça-feira, dia 10, o Conselho do Campus (Concamp) realizou uma Assembleia Geral de Servidores e Estudantes, no horário das 18h30 às 20h30, a partir da qual emitiu um Parecer sobre a posição do Campus Bento Gonçalves em relação à oferta do 2º Ciclo de Atividades Pedagógicas Não Presenciais – APNPs, um dos itens da pauta da 8ª Sessão Extraordinária do Conselho Superior (Consup) de 2020, que foi realizada na sexta-feira, dia 13.

O documento foi elaborado pelos representantes dos discentes e dos servidores docentes e técnico-administrativos que compõem o Concamp e foi fundamentado, também, por análise dos resultados à consulta realizada por formulário eletrônico aos seus representados previamente à Assembleia .

Leia a seguir o Parecer que foi encaminhado pelo Concamp aos representantes do Campus no Consup e lido ao Plenário durante a reunião:

 


 

PARECER Nº 06/2020/CONSELHO CAMPUS BG/IFRS

Bento Gonçalves, 13 de novembro de 2020.

O Conselho do Campus Bento Gonçalves do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul expõe que, em reunião ordinária realizada no dia 4 de novembro de 2020, foi levado ao conhecimento dos Conselheiros por esta Presidência a possível pauta de reunião extraordinária do Consup sobre um cronograma propondo o segundo ciclo de atividades pedagógicas não presenciais (APNPs). Na ocasião, os conselheiros deliberaram pela necessidade de construção de um formulário para avaliação do primeiro ciclo de APNPs a ser respondido por cada segmento e, ainda, pela realização de uma Assembleia Geral de Servidores e Estudantes, que pudesse externar os anseios de todas as partes interessadas no tema.

Concomitantemente a isso, publicou-se um edital convocando a comunidade acadêmica para a Assembleia, a qual foi realizada no dia 10/11/2020, às 18h30. Após concluída a votação, os resultados apontaram que dos 212 votos válidos, 42% faziam parte do segmento docente, 41,5% do segmento discente e 16,5% do segmento técnico-administrativo em educação.

Quando questionados acerca do posicionamento em relação à oferta do segundo ciclo de APNPs, 81,1% se mostraram favoráveis à oferta do segundo ciclo de APNPs, 14,2% contrários e 4,7% se abstiveram da resposta.

Os que se manifestaram favoráveis à oferta do segundo ciclo de APNPs foram direcionados a um questionamento acerca do mês mais adequado para o início, com o seguinte texto: “Você considera que o segundo ciclo de APNPs deveria iniciar em:”. Dos 172 votantes, 57,6% responderam que deveria iniciar em Janeiro, 37,8% em fevereiro e 4,7% em Março.

Dos que se manifestaram contrários à oferta do segundo ciclo de APNPs, 43,3% sugeriram que deveria haver o retorno do Calendário Acadêmico contemplando atividades na modalidade presencial e a distância, 36,7% que o retorno deveria ser presencial e 20% sugeriram o retorno do Calendário Acadêmico com atividades à distância.

Isto posto, salientamos que o Calendário Acadêmico tem sido objeto de manifestação pela nossa comunidade. No segmento dos discentes, a maioria se mostrou contrária a um novo ciclo de APNPs e favorável ao retorno do Calendário Acadêmico.

Os servidores docentes e técnico-administrativos em educação concordam com a oferta do segundo ciclo de APNPs. No entanto, destacam a extrema urgência para a implementação das discussões sobre a retomada do Calendário Acadêmico.

Em relação ao início do segundo ciclo, a maioria prefere que seja no mês de janeiro/2021. Outro percentual de servidores e discentes, entende que deveria iniciar em fevereiro. Isso se deve em grande parte às características do Campus Bento Gonçalves, já que normalmente parte de servidores e discentes estão envolvidos com atividades relacionadas ao trabalho na safra da uva. Tal situação ressalta a importância de que cada campus possua maior autonomia para atender e se adequar às demandas locais.

Conclui-se, portanto, que há acordo com a oferta de um segundo ciclo de APNPs por parte dos servidores docentes e técnico-administrativos. Já os discentes são contrários à oferta de um segundo ciclo. Caso o segundo ciclo de APNPs seja ofertado, deve haver flexibilização no cronograma. Todos os segmentos entendem que deve haver a inclusão da temática do retorno do Calendário Acadêmico nas discussões do Conselho Superior do IFRS.

RODRIGO OTÁVIO CÂMARA MONTEIRO

Presidente do Conselho do Campus


 

ANEXO

A Assembleia Geral de Servidores e Estudantes foi conduzida pelo Presidente do Conselho do Campus (Concamp) e seus respectivos membros, sendo que um representante de cada segmento da comunidade interna no Concamp apresentou os dados das respectivas avaliações realizadas. Os servidores e discentes realizaram sua inscrição de fala previamente e puderam se manifestar.

Após a explicação realizada pelo presidente do Concamp sobre a forma como se daria a votação bem como da estruturação das perguntas do formulário, procedeu-se a votação com o prazo determinado de cinco minutos para sua conclusão.

Foram recebidas 220 respostas, sendo consideradas válidas 212 respostas, devido à duplicidade de resposta. As perguntas e o resultado da votação da Assembleia estão expostos abaixo:

Após as devidas identificações dos votantes, a pergunta número um versou sobre o segmento pelo qual o votante fazia parte, sendo que, dos votos válidos, 42% (89) faziam parte do segmento docente, 41,5% (88) do segmento discente e 16,5% (35) do segmento técnico-administrativo em educação.

A pergunta número dois questionou acerca do posicionamento em relação à oferta do segundo ciclo de Atividades Pedagógicas Não-presenciais (APNPs). Dos votos válidos, 81,1% (172) se mostraram favoráveis à oferta do segundo ciclo de APNPs, 14,2% (30) contrários e 4,7% (10) se abstiveram da resposta.

Os que se manifestaram favoráveis à oferta do segundo ciclo de APNPs foram direcionados a um questionamento acerca do mês mais adequado para o início do segundo ciclo com o texto “Você considera que o segundo ciclo de APNPs deveria iniciar em:”. Dos 172 votantes, 57,6% (99) responderam que deveria iniciar em Janeiro, 37,8% (65) em fevereiro e 4,7% (8) em Março.

Os que se manifestaram contrários à oferta do segundo ciclo de APNPs foram direcionados à pergunta que apresentava possíveis justificativas a essa contrariedade, cujas opções de resposta foram baseadas nos formulários respondidos anteriormente pelos participantes de cada segmentos: “Se o seu posicionamento foi contrário à oferta do segundo ciclo de APNPs, você sugere:”. Dos 30 respondentes, 43,3% (13) sugeriram que deveria haver o retorno do Calendário Acadêmico presencial e à distância, 36,7% (11), que deveria haver o retorno do calendário acadêmico presencial e 20% (6) sugeriram o retorno do calendário acadêmico à distância.

Isto posto, salientamos que o retorno do calendário acadêmico tem sido objeto de manifestação pela comunidade acadêmica. Este tema surgiu amplamente nos formulários de avaliação e, por esse motivo, julgamos imprescindível expor a seguir a repercussão relacionada ao retorno do Calendário Acadêmico, encaminhados por cada segmento:

Segmento discente:

Foram elaborados dois formulários, sendo um destinado aos alunos do Ensino Médio e o outro aos alunos do Ensino Superior. Dentre as perguntas que foram realizadas, apresentamos aqui as que tratam diretamente do assunto. A primeira delas é “Caso houver um novo Ciclo de APNPs, você participaria?”. Entre os alunos do Ensino Médio, 85,9% escolheram a opção “Sim” e 14,1% escolheram a opção “Não”. Já entre os alunos do Ensino Superior, 88,4% escolheram a opção “Sim”, enquanto que 11,6% escolheram a opção “Não”. As justificativas estão relacionadas ao trabalho, à não adaptação ao método de estudo e à falta de aprendizado.

Após isso, outra pergunta foi realizada: “Caso houvesse um novo ciclo de APNPs, qual seria o mês de início adequado para você?”. Entre os alunos do Ensino Médio, 47,8% escolheram a opção “Janeiro”, 35,9% escolheram a opção “Fevereiro” e 16,3% escolheram a opção “Março”. Já entre os alunos do Ensino Superior, 33,9% escolheram a opção “Janeiro”, 42% escolheram a opção “Fevereiro” e 24,1% escolheram a opção “Março”. Destacam-se questões como o período da safra da uva, que afeta o curso superior de Viticultura e Enologia principalmente, já que os alunos trabalham de forma intensa nos meses de janeiro a março. Em contrapartida, os alunos do Ensino Médio realizam o Exame Nacional do Ensino Médio no final de janeiro, e gostariam de ter um período de aulas anterior à data do exame.

Por fim, atendendo a demandas da comunidade acadêmica, foi elaborada a seguinte pergunta: “Qual das alternativas lhe parece mais adequada?” abordando entre as opções de respostas, a oferta de um novo ciclo de APNPs e situações de retorno do calendário acadêmico, que serão mencionadas na sequência. Entre os alunos do Ensino Médio, 37% escolheram a opção “Retorno do Calendário Acadêmico com aulas PRESENCIAIS”, 35,9% escolheram a opção “Retorno do Calendário Acadêmico híbrido (aulas presenciais e não presenciais ao mesmo tempo)”, 14,1% escolheram a opção “Um novo Ciclo de Atividades Pedagógicas Não Presenciais” e 13% escolheram a opção “Retorno do Calendário Acadêmico com aulas NÃO presenciais”. Já no Ensino Superior, 38,8% escolheram a opção “Um novo Ciclo de Atividades Pedagógicas Não Presenciais”, 29,5% escolheram a opção “Retorno do Calendário Acadêmico híbrido (aulas presenciais e não presenciais ao mesmo tempo)”, 18,7% escolheram a opção “Retorno do Calendário Acadêmico com aulas PRESENCIAIS” e 12,9% escolheram a opção “Retorno do Calendário Acadêmico com aulas NÃO presenciais”.

Diante disso, enfatiza-se a importância de incluir o retorno do calendário acadêmico urgentemente nas pautas do Conselho Superior, visto que é o desejo da maioria dos estudantes que responderam aos questionários. Na visão dos representantes do segmento discente, o retorno do calendário acadêmico, independente da maneira em que se dará, é fundamental para o aprendizado, visto a obrigatoriedade em realizar as atividades das disciplinas, bem como as avaliações, para obter-se aprovação.

Segmento docente:

De acordo com as respostas do formulário de avaliação respondido pelo segmento docente do Campus Bento Gonçalves do IFRS, 98,5% dos sessenta e seis (66) respondentes estão ofertando APNPs. Destes, 83,3% está realizando atividades síncronas com uma participação média de 50 a 80% dos estudantes matriculados (resposta de 42,4%). 30,3% dos docentes relatam uma participação entre 20 e 50% e apenas alguns relatam participação inferior de 20% ou superior a 80%.

No que diz respeito ao nível de domínio necessário para execução das APNPs, 50% dos docentes avaliam que possui um nível 4 (em uma escala de 1 a 5); 19,7% avaliam-se com nível 5, 28,8% avaliam-se com nível 3 e apenas um avalia-se com nível 2. Os motivos relatados para esta avaliação são diversos e encontram-se listados em documento enviado aos docentes do Campus com os resultados da pesquisa.

O nível de aprendizado dos estudantes com as APNPs até o presente momento foi avaliado como 4, em uma escala de 1 a 5, para 47% dos docentes. Apenas 3% avaliaram como 5. 36,4% avaliaram como nível 3, 12,1% como nível 2 e 1,5% como nível 1. As justificativas relatadas para esta avaliação são diversas e encontram-se listadas em documento enviado aos docentes do Campus com os resultados da pesquisa.

Quando questionados sobre se houve evasão de seus estudantes nas APNPs ofertadas, 80,3% relataram que sim. Muitos docentes afirmaram desconhecer o motivo da evasão. Outros comentários podem ser consultados no resultado completo da pesquisa.

Quase a totalidade dos docentes, 92,4%, relatou que o tempo necessário para planejar e efetivar as APNPs é maior do que o tempo que levavam para planejar e executar as atividades presencialmente. As principais dificuldades foram descritas na pesquisa.

Sobre a opinião geral a respeito das APNPs, 69,7% tem uma avaliação positiva, sendo que 22,7% não souberam avaliar. Para 7,6%, a avaliação é negativa. As justificativas foram variadas.

80,3% dos docentes do Campus opinaram favoravelmente à oferta de um segundo ciclo de APNPs, sendo que 9,1% são contrários e 10,6% não souberam opinar. Quando perguntados sobre o mês em que as APNPs deveriam ser iniciadas, 56,1% indicaram o mês de janeiro, 31,8% o mês de fevereiro, e 22,1% indicaram outros meses. As justificativas relacionam-se com a manutenção do vínculo, férias discentes e docentes, trabalho de alunos durante a safra da uva, entre outras.

Por último, quanto à proposta de um Processo Seletivo para ingresso em 2021, 50% dos docentes manifestaram-se favoráveis e 50% contrários. Muitas justificativas fazem referência à retomada do calendário acadêmico para condição prévia do ingresso. Por ter aparecido nas respostas desta e de outras questões, entendemos que o calendário acadêmico deve ser pauta de discussão no Conselho Superior desta Instituição.

De acordo com as manifestações recebidas, após a efetivação da Inclusão Digital dos alunos, não haveria argumentos para o calendário continuar suspenso.

Além disso, diversas outras questões relacionadas ao calendário acadêmico estão em xeque: a realização das formaturas, para alunos que irão concluir as disciplinas através das APNPs, aproveitamento de componentes curriculares realizados através das APNPs e aproveitamento de componentes curriculares em geral, inscrições em vestibular e ainda o Processo Seletivo da Instituição. 50% dos votantes consideraram inviável fazer o processo seletivo sem haver o retorno do Calendário Acadêmico 2020.

Segmento Técnico-Administrativo em Educação (TAE):

O formulário de avaliação do primeiro ciclo de APNPs que foi elaborado pelos representantes do segmento dos servidores técnico-administrativos em educação no Concamp, e encaminhado aos seus 97 representados, recebeu retorno de 24 respondentes.

Desses, 66,7% manifestaram opinião positiva em relação à oferta das APNPs que foi realizada até o momento, 12,5% consideraram negativa e 20,8% indicaram não saber avaliar. A partir dos diversos argumentos apresentados como justificativas para as respectivas opções de respostas a essa questão, é possível inferir que a grande maioria apontou as APNP´s como sendo fundamentais para a continuidade do processo de ensino-aprendizagem, principalmente por não haver previsão de data para o retorno presencial.

Daqueles que entenderam a oferta das APNPs como negativa, alguns justificaram indicando a percepção de baixa adesão efetiva por parte dos estudantes e a suspensão do Calendário Acadêmico como motivos para essa avaliação. Outros, relataram não ter envolvimento direto e assim, não souberam avaliar.

Ao serem questionados sobre a oferta de um novo ciclo de APNPs, 87,5% manifestaram-se favoráveis, 8,3% preferiram não opinar e apenas 4,2% apontaram que são contrários. A maioria dos favoráveis, 61,9% dos respondentes, considerou que o segundo ciclo de APNPs deveria iniciar em janeiro, 28,6% em fevereiro e 9,5% em março.

Ao interpretarmos as justificativas apresentadas, entendemos que a maioria que apontou o mês de janeiro como preferencial para essa oferta foi motivada pelo objetivo de minimizar o prejuízo aos estudantes, finalizando o segundo ciclo o mais breve possível. Outros, manifestaram que fevereiro seria melhor em razão de questões relacionadas ao mundo do trabalho e à organização da vida pessoal, destacando fatores como o período da safra da uva e férias de discentes e servidores, respectivamente. Apenas dois servidores consideraram o mês de março como o preferencial.

Quanto à retomada do calendário acadêmico, 75% manifestaram-se favoráveis, 4,2% indicaram serem contrários e 20,8% não souberam opinar. Por considerar que esta é uma questão cujas discussões precisam ser ampliadas em momento oportuno, não constando da pauta que se previa para a próxima sessão do Consup, os representantes do segmento TAE no Concamp coletaram naquele momento apenas respostas objetivas em relação a esta temática.

Fim do conteúdo