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Um espaço para combater o preconceito


Como instituição de ensino, o Campus Bento Gonçalves oferece diversos espaços para estudantes e professores contextualizarem problemas contemporâneos, e assim, por meio do projetos, programas e núcleos de estudos e pesquisa, propor ações que produzam mudanças no modo de pensar. Este é um dos trabalhos que a professora de História Letícia Schneider Ferreira desenvolve no Instituto Federal do Rio Grande do Sul como coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Gênero e Sexualidade – NEPGS.

Convidamos a professora para responder algumas perguntas sobre sua atuação na instituição e a importância do NEPGS à comunidade do Campus Bento Gonçalves.

 

Como educadora, qual a importância que você vê em trabalhar temas como gênero, sexualidade, bulling e inclusão que, apesar de já parecerem estar no cotidiano do brasileiro, ainda sofrem com o preconceito mesmo dentro do espaço escolar. Como trabalhar esses temas pode contribuir na formação do estudante?

Abordar temas como bulling, gênero, respeito à diversidade, direitos humanos, entre outros, é papel de todo educador e toda educadora, uma vez que o ambiente escolar é um espaço privilegiado de convívio e construção do conhecimento. Apesar destes tópicos estarem no dia a dia dos brasileiros, há muita desinformação e equívocos sobre estas questões, assim, é fundamental criarmos espaços de discussão e de estímulo à pluralidade, pois na escola a formação deve ser voltada para que as pessoas possam atuar de modo crítico e participativo e no combate ao preconceito e a discriminação.

Como funciona a participação dos estudantes no Núcleo de Estudos de Gênero e Sexualidade? Há uma participação voluntária? Faz parte do currículo dos estudantes? É obrigatório?

O Núcleo de Estudo e Pesquisa em Gênero e Sexualidade do campus Bento é um espaço de debate aberto a todos e todas que se interessarem por temas como assédio, relacionamentos saudáveis e abusivos, papéis sociais do feminino e masculino, entre outros assuntos que os estudantes apresentam como relevantes.As reuniões ocorrem quinzenalmente e a participação é livre, sendo apenas feito o registro de presença para fins de ata. No Regimento Interno do NEPGS que está em fase de discussão no CONCAMP está claro que não há um controle de frequência excludente, no sentido de um número de faltas que cause algum empecilho na participação. Contudo, nos currículos de alguns cursos há a exigência de horas complementares e a participação no NEPGS pode viabilizar um certificado de participação, caso sejam preenchidas 75% de presença nas reuniões. O Núcleo promove ações de pesquisa, ensino e extensão, permitindo que os estudantes se dediquem a estas três formas de ações, além de termos algumas funções específicas executadas por estudantes, como o papel e secretário/a, que auxilia com as atas, por exemplo, e o auxiliar de comunicação, que ajuda na divulgação das reuniões, dos temas em discussão, tanto por via eletrônica (página no Facebook) quanto expondo materiais no nosso mural que se encontra no Bloco Convivência (Bloco K) do Campus.

Para você, o que significa o termo Empoderamento?

O termo Empoderamento é um termo muito importante na compreensão do debate sobre gênero e sexualidade e ele está associado ao termo “empowerment” no inglês, um pouco difícil de traduzir com exatidão, mas que eu compreendo como a possibilidade que alguém tem de perceber seu próprio poder e de se utilizar dele de forma autônoma. O empoderamento perpassa pela ideia de autoconhecimento e autovalorização, sendo que estes fatores estão associados, muitas vezes, à ruptura com padrões sociais por exemplo. Na minha opinião, empoderamento é uma forma de libertação de todo o discurso de nos julga e que nos limita enquanto seres transformadores.

 

As reuniões do NEPGS acontecem em segundas-feiras alternadas, das 12h15min às 13h15min. A próxima reunião acontece no dia 22 de abril na sala de Áudios 3 (Bloco J), e nas quartas-feiras, também alternadamente, das 18h às 18h45min. A próxima reunião na quarta será no dia 24 de abril, na sala Áudios 3.

Professora no Campus Bento Gonçalves desde 2014, Letícia Schneider Ferreira é formada em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) onde também fez seu mestrado em Sociologia e doutorado em História, possuindo ainda mais duas especializações na área de Educação.

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