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Equidade de gênero, desafios e oportunidades da profissão marcaram o primeiro Encontro de Engenheiras do IFRS


Oficina Fabricação digital para a confecção de soluções em acessibilidade, do Centro Tecnológico de Acessibilidade

Realizado no dia 1º de novembro de 2023 no IFRS-Campus Bento Gonçalves, o primeiro Encontro de Engenheiras contou com aproximadamente 70 participantes – predominantemente mulheres -, entre estudantes, professores e pesquisadores de diversas áreas da engenharia. As atividades visaram estimular discussões e reflexões sobre protagonismo feminismo, equidade e igualdade de gênero, perspectivas profissionais e outros temas comuns relacionados à formação profissional.

Em sua fala de abertura, o reitor, Júlio Xandro Heck, e a pró-reitora de Extensão, Marlova Benedetti, ressaltaram o avanço da instituição nas pautas relacionadas às mulheres. “Muito me orgulha que atualmente no IFRS a maioria dos estudantes é mulher. Ainda dos dez cargos de gestão na Reitoria, seis são ocupados por mulheres”, citou Júlio. No entanto, eles concordam que ainda existem desafios e, por isso, eventos como esse são necessários.

Protagonismo feminino, desafios e possibilidades

O incentivo para o ingresso e a formação de mulheres nas áreas de engenharia e tecnologia foi o ponto de partida para as atividades da manhã, com a apresentação da Society of Women Engineers. A SWE é a maior sociedade de mulheres engenheiras do mundo e conta com a participação de empresas e instituições de ensino. O IFRS participa desde 2021 e algumas das ações desenvolvidas no programa foram apresentadas pela professora Fabiana da Silva, do Campus Caxias do Sul, e pela bolsista Luiza Borges Polesso, do Campus Feliz. Interessados em participar ou saber mais podem acessar a página da SWE do IFRS.

“Eu tinha o desejo de participar de uma bolsa em algum projeto. Ao pesquisar as oportunidades disponíveis, vi que havia uma relacionada à SWE. Como já tinha ouvido falar do assunto, decidi tentar. Fazer parte do programa é um estímulo para prosseguir no curso”, explica Luiza.

Relatos de trajetória e experiências foram apresentados pela professora e engenheira Marcella Scoczynski Martins, da Universidade Tecnológica do Paraná, na palestra “De onde vem essa coragem e força, mulher?”. Marcella, que também é pesquisadora em projetos com a Agência Espacial Americana (Nasa), trouxe reflexões sobre empregabilidade, tendências profissionais, habilidades e competências, assédio, discriminações de gênero, cor e orientação sexual, dentre outros temas. Ao falar para as futuras engenheiras, disse que, em alguns lugares, vão tentar diminuí-las, reduzir a força feminina, e por isso é preciso trabalhar em equipe para criar e fortalecer programas e iniciativas que criem ambientes mais inclusivos e diversos.

Marcela Tramazoli, estudante de Engenharia Mecânica no Campus Farroupilha, conta que quando ingressou era a única mulher da turma e, embora existam mais atualmente, o curso ainda é predominantemente masculino. “Sempre gostei de matemática e exatas, então entrei para Engenharia Mecânica com a ideia de trocar para a Civil. Acabei me apaixonando”, relata a estudante, hoje já está estagiando na área, mesmo após ter tido dificuldades para encontrar uma vaga em um mercado majoritariamente masculino.

Algo bastante semelhante ocorreu com Liana Maia, estudante de Engenharia de Produção do Campus Caxias do Sul. Ela escolheu o curso pois cresceu tendo contato com atividades manuais relacionadas à mecânica. “Mesmo tendo crescido em um ambiente com vários homens, encontro dificuldades, pois ainda existem preconceitos. O importante é que tive o apoio da minha família e estou conseguindo colocar meus conhecimentos em prática já que estou trabalhando na área.”

Engenharia sobre múltiplos olhares

A mesa-redonda “Redução do Impacto Ambiental na Indústria” instigou os participantes a debaterem sobre ações práticas para a inovação e a resolução de problemas em sustentabilidade. A mesa foi conduzida pelos professores e pesquisadores Ana Caroline Dzulinski, do Campus Caxias do Sul, Anderson Favero Porte, do Campus Rio Grande, Luiza Pieta e Vanessa Petró, ambas do Campus Feliz.

A tarde teve início com a palestra: “O Papel da mulher nas engenharias e tecnologias”, com a engenheira ambiental e presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Rio Grande do Sul, Nanci Walter. A presidente apresentou o órgão, sua importância, suas áreas de atuação, os procedimentos para registro dos profissionais e a necessidade da comunicação constante entre o conselho e as instituições de ensino.

Os participantes também puderam experienciar atividades práticas. Foram ofertadas as oficinas:  Fabricação digital para a confecção de soluções em acessibilidade, do Centro Tecnológico de Acessibilidade; Desafio Lego SWE, da Equipe SWE Porto Alegre; Ferramentas manuais: Empoderando mulheres na mecânica, com a bolsista Giselle Botelho, do projeto Meninas na Manutenção Mecânica do Campus Rio Grande; e Empreendedorismo e Inovação, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Houve ainda um momento para divulgar oportunidades de estudos fora do país. A assessora de Assuntos Internacionais do IFRS, Viviane Bortoluzzi, apresentou aos futuros profissionais orientações sobre o Programa de Mobilidade Internacional do IFRS. O evento terminou com um balanço do dia e a expectativa de que novas edições possam ocorrer anualmente.

 

Participantes do Primeiro Encontro de Engenheiras do IFRS


Matéria: Departamento de Comunicação da Reitoria

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