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Acadêmicos do mestrado e da graduação em Viticultura e Enologia participam de visitas técnicas no Uruguai


Viagem de estudos teve o intuito de oportunizar uma experiência internacional sobre a área da Viticultura e Enologia.

O mês de novembro marcou a primeira viagem internacional promovido pelo Programa de Pós-graduação em Viticultura e Enologia (PPGVE). Também participaram da atividade alguns alunos do Curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia.

Confira a seguir o relato elaborado por Marlove Perin, estudante do Curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia e jornalista profissional que atua na Gazeta News RS, e pelo professor Leonardo Cury, do Campus Bento Gonçalves:

O roteiro contou com visitas a vinícolas boutiques do Uruguai, como Bodega Bouza e Bodega Carrau, na região metropolitana de Montevidéu. A Bouza está localizada a 20 km do centro da capital uruguaia e é famosa não só pelos seus vinhos premiados como também por oferecer atrações de enoturismo, que incluem o museu de carros. Já a Bodega Carrau destaca-se pelo fato de a produção de vinhos ser uma tradição da família Carrau desde 1752. Atualmente, ela continua sendo familiar, se propondo a honrar os mais de 260 anos de sabedoria de seus antepassados na produção de vinhos finos.

Na sequência, foi visitada a Bodega Viña Edén, localizada próxima a Punta del Este, na Ruta 12, em Maldonado. Seu primeiro plantio foi em 2009 e atualmente produz tipos de vinhos famosos, como Tannat, Merlot, Pinot Noir, entre outros. Nas vinícolas os alunos e professores puderam observar a tecnologia e as técnicas de vinificação muito utilizadas no Uruguai e que destoam um pouco da realidade brasileira, como a utilização de piletas para a vinificação de grandes volumes de vinho tinto.

Contudo, os visitantes puderam observar que as demais tecnologias de vinificação utilizadas naquele país são as mesmas utilizadas no Brasil. Entretanto, ao serem elaborados por diferentes enólogos, os produtos podem ser completamente diferentes. Essas diferenças puderam ser observadas também in loco, com a degustação e análises sensoriais dos vinhos degustados em todas as vinícolas visitadas.

Verificou-se que as uvas brancas Alvarinho e Petit Manseng passam a ser destaque em algumas vinícolas, e que a uva Tannat ainda é um ícone regional, mesmo com destaques nos vinhos elaborados com Cabernet Sauvignon, Pinot Noir e Marselan, o que se identifica com as uvas tintas produzidas em destaque no Brasil.

Outra oportunidade que os acadêmicos tiveram foi a observação do manejo realizado nos vinhedos, que em muitas partes diferem dos manejos praticados no Brasil. Um dos manejos que mais chamaram a atenção dos alunos foram as espaldeiras com cordões produtivos mais baixos que os utilizados no Brasil. Outra diferença é a utilização do sistema de condução em Lira aberta, cuja produção é significativamente aumentada quando comparada à espaldeira, porém com uma necessidade de manejo em verde muito maior.

Ao visitar as instituições de pesquisa destacaram-se as pesquisas realizadas no Instituto Nacional de Vitivinicultura – Vinos del Uruguay (Inavi) e na Universidad del Trabajo del Uruguay (UTU), no curso coirmão de Viticultura e Enologia. Algumas práticas utilizadas na Universidade fizeram atentar a alguns detalhes passíveis de serem aplicados nas aulas no IFRS e IFSC, cujo resultado será de grande importância na formação dos alunos tanto de mestrado, como de graduação e de nível técnico.

A visita serviu principalmente para estreitar os laços entre as entidades de pesquisa e ensino do Uruguai e do Brasil e, para iniciar os processos de cooperação e internacionalização dos Programas, cuja missão foi proposta já na formação do PPGVE IFRS/IFSC. Ainda na visita à Universidade, no Centro de pesquisa da Uva e do Vinho, os alunos puderam ter contato com as estruturas de apoio, cantina, laboratórios e com estudantes de outras partes do mundo. Além de uruguaios, na ocasião, um mexicano e um israelita tiveram a oportunidade de explanar suas experiências vitienológicas em seus respectivos países.

Na visita ao Inavi, os acadêmicos tiveram a oportunidade de entender o papel do centro de pesquisa, equivalente à Embrapa e à Uvibra, no Brasil, nos processos principalmente de pesquisa de campo e controle de qualidade dos vinhos nacionais exportados e importados de outros países. A tecnologia de ponta e a estrutura utilizada para os trabalhos chamaram a atenção dos visitantes. Além disso, o contato dos alunos com os pesquisadores possibilitou uma intermediação para a realização de estágios para as próximas safras entre o IFRS e o Inavi.

Por fim, a visita técnica alcançou seus objetivos, assim como os objetivos dos cursos de graduação e de pós-graduação do IFRS e IFSC, ao oportunizar aos estudantes o contato com novas tecnologias produtivas, assim como a inserção em culturas distintas. O aprendizado se faz em todas as formas, principalmente no observar e entender o que outros povos realizam no mundo vitivinícola que é vasto, adaptável às condições edafoclimáticas e aos costumes dos povos locais, avalia o professor Leonardo Cury, Coordenador Adjunto e professor do Mestrado Profissional em Viticultura e Enologia.

Também participaram da visita os seguintes professores: Shana Sabbado Flores, professora que atualmente está na Coordenação do Mestrado Profissional em Viticultura e Enologia; Hernanda Tonini, professora com atuação profissional junto a enólogos e no enoturismo brasileiro; Tatiane Pellin Cislaghi, professora de Gestão e Comércio Exterior, com experiência na área de Gestão e Comércio Internacional, atuando principalmente nos seguintes temas: internacionalização de empresas, arranjos organizacionais, governança e relacionamentos inter organizacionais.

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