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CTA inicia série de vídeos sobre terminologias relacionadas à educação inclusiva
O Centro Tecnológico de Acessibilidade (CTA) do IFRS inicia nesta semana uma série de 21 vídeos que serão publicados semanalmente abordando terminologias utilizadas no âmbito da educação inclusiva.
O jornalista Aureo Vandré Cardoso explica que os conceitos e, consequentemente, as terminologias relacionadas a eles mudam conforme os contextos históricos e culturais. Assim, em qualquer área, é importante acompanhar essa evolução e utilizar as palavras tecnicamente adequadas para que sejamos compreendidos corretamente. Na educação, a questão semântica é ainda mais relevante e assume uma função pedagógica maior ao (re)produzirmos significados relacionados às pessoas, os quais podem fomentar ou diminuir os preconceitos, estigmas e estereótipos, dependendo dos termos que usamos, argumenta.
Confira abaixo o primeiro vídeo da série.
Como exemplo, lembra que para fazer referência a uma parte do público da educação a legislação brasileira utilizou por muito tempo a expressão “portador de deficiência”. Algumas leis promulgadas antes de 2010 estão vigentes e ainda permanecem com essa terminologia, como a Constituição Federal de 1988. Porém, o movimento político das pessoas com deficiência passou a questionar essa expressão argumentando que a condição de “portador” transmite a ideia de que a deficiência é algo que se leva, carrega, em alguns momentos, como um objeto, e não uma condição da pessoa. Como consequência, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República publicou em 2010 a Portaria N° 2.344, atualizando a nomenclatura em relação às pessoas com deficiência no âmbito da administração federal, ao determinar que a expressão “Pessoas Portadoras de Deficiência” fosse substituída por “Pessoas com Deficiência”, em conformidade com a alteração que já havia sido realizada no Regimento Interno do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade). A recomendação do CTA, então, é que seja respeitado esse entendimento quando nos referirmos aos estudantes com deficiência, explica o jornalista.
A tradução para Língua Brasileira de Sinais (Libras) é realizada pela tradutora/intérprete Gisele Fraga Nascimento e a edição final dos vídeos está sob a responsabilidade do técnico em audiovisual Felipe David dos Santos.
Sobre o CTA
Trata-se de um órgão vinculado à Reitoria e está localizado no Campus Bento Gonçalves. É coordenado pela Assessora de Ações Inclusivas do IFRS, professora Andrea Poletto Sonza, e desenvolve metodologias para a implementação de soluções acessíveis para pessoas com deficiência; trabalha na produção de Tecnologia Assistiva (TA) de baixo custo; cria sites, portais e sistemas web acessíveis; realiza avaliação de acessibilidade virtual; constrói materiais didático-pedagógicos acessíveis/adaptados; promove cursos, capacitações, palestras e oficinas. O trabalho é voltado para a comunidade acadêmica do Instituto, mas o Centro adquiriu um reconhecimento externo e seguidamente instituições dos mais variados estados visitam o CTA ou convidam a equipe para apresentar o trabalho desenvolvido.
Atualmente, executa o projeto denominado Centro de Referência em Tecnologia Assistiva (CRTA) em parceria com a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), do Ministério da Educação, o qual tem como objetivo principal disseminar para toda a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (EPCT) os conhecimentos sobre o uso e o desenvolvimento de TA, com base no conceito estabelecido na Lei 13.146/2015 e nas experiências do CTA na pesquisa, elaboração e legitimação de tais artefatos. Em uma etapa anterior, participaram do projeto, além do CTA (Reitoria), os campi Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Porto Alegre e Rio Grande. Na fase atual, participam o CTA e os campi Bento Gonçalves, Porto Alegre, Restinga e Farroupilha.