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De estudante para estudante: Yasmin Alves Nunes entrevista Eduarda Candaten Rosolen


“Conheça e aproveite as oportunidades que o IFRS tem a oferecer”. Esse é o recado da estudante Eduarda Candaten Rosolen.


Por: Yasmin Alves Nunes
(2º ano do Curso Técnico em Administração)


Em entrevista, Eduarda fala sobre sua vida acadêmica no IFRS – Campus Bento Gonçalves, antes e após a sua participação no projeto de pesquisa “As representações de Helena de Tróia na arte: análises sobre o feminino na pintura”. A estudante destaca seu crescimento e aprendizados enquanto bolsista.

 

Eduarda Candaten Rosolen

Confira a seguir a entrevista realizada.

Você sempre quis estudar no Instituto Federal? Quando e por que surgiu seu interesse em ingressar no Campus Bento Gonçalves?

Eu sempre quis estudar no IFRS. Desde que eu me lembre eu não queria ir para uma escola estadual ou municipal. Além disso tive o incentivo de meus pais, então eu segui esse sonho junto com eles. O IFRS prepara para a vida com um estudo mais qualificado. Foram os melhores três anos da minha vida. Apesar da pandemia, consegui ter um excelente aproveitamento de meus estudos. Eu sempre gostei muito de estudar e ler.  Isso teve uma influência, pois eu decidi seguir na área da Letras, estudando no IFRS.

Por que escolheu o curso Técnico em Agropecuária? O que te levou a escolher essa área técnica? Quando você ingressou no curso, pensava atuar na área?

Minha família é envolvida com a área da agricultura. Então, eu optei por seguir na área que eles atuavam; porém, eu não gostava dessa área. Eu odiava e passei a amar. Num primeiro momento, eu não tive um sonho. Não sabia qual a área que eu iria seguir. Sobretudo, eu sabia que o IFRS me permitiria escolher porque é uma instituição muito aberta, o qual promove uma educação profissional e tecnológica de excelência. É uma ótima oportunidade de aprendizagem.

Quando ingressou no IFRS, você já sabia da possibilidade de participar de projetos de pesquisa/extensão no Campus? O que te levou a participar de projetos de pesquisa/extensão no Campus? Por quais motivos se interessou por participar? 

Não, eu não fazia a menor ideia e eu só pensei em participar de um projeto no momento em que eu fiquei sabendo sobre eles. Nós tínhamos, em média, 50 horas complementares obrigatórias a cumprir. Então, num primeiro momento, eu não vou negar que foi isso que me motivou a participar de um projeto. Só que, conforme você vai conhecendo as opções de projetos para participar, você se dá conta de que o que vai conseguir alcançar vai muito além das horas complementares ou da bolsa remunerada em si. Foi, de fato, por aprender e pelas oportunidades que eu obtive que a experiência valeu. Eu sabia que iria ter oportunidades de crescer, mas não sabia que eram tantas.

Quais eram suas expectativas quando ingressou como bolsista no projeto?

Eu estava um pouco assustada, pois eu sabia que era algo novo e diferente do que estamos acostumados. Eu pensava que eu iria ficar o tempo todo ocupada e que eu não iria aproveitar. Pensava que eu iria estar sempre escrevendo projetos ou textos e, na verdade, não foi isso.  Eu tinha expectativa de só ficar na parte ruim. Eu não conhecia muito sobre a parte boa, sendo bem sincera. Porém, quando você encontra uma professora que te orienta muito bem, como foi no meu caso, foi algo maravilhoso de se viver, desde o primeiro momento em que tive contato com o projeto. Os professores me falaram: “Você está aqui para aprender e eu vou te fazer aprender.” E, de fato, eu aprendi muito com um bom aproveitamento.

Conte-me um pouco sobre o projeto que você desenvolveu. Qual era o objetivo do projeto do qual você participou? Quais foram os resultados alcançados ou pretendidos do projeto?

No principal projeto em que eu me inscrevi e participei, foi com a professora Letícia a coordenadora. Ela atua dando aulas de História do Ensino Médio. Eu ingressei no projeto Helena de Tróia, que desenvolveu um estudo comparativo das imagens de Helena de Tróia conforme alguns pintores. Me inscrevi com o projeto em Mostras Técnico-Científicas, tanto do Campus Bento como do Campus de Osório e de outros estados. No Campus de Bento, eu fiz um estudo comparativo de Helena e Cassandra que são duas personagens da mitologia grega. Os resultados desse projeto, eu apresentei em dezembro de 2021 e ganhei destaque Mostra a Técnico-Científica do Campus Bento Gonçalves. O resultado saiu dia 6 de dezembro. Eu apresentei o meu trabalho de conclusão no mesmo dia do meu aniversário.  E para mim foi um misto de sentimentos. Foi um presente que eu não sei mensurar. Obviamente, você se inscreve em um projeto esperando ter resultados, mas, quando você vê seu nome como destaque, não tem sentimento melhor de ver que seu esforço foi recompensado. Não há dinheiro que pague.  Poder colocar em seu currículo “destaque na mostra técnica” faz toda a diferença. Então digo que eu só ganhei presentes do projeto. No entanto, não é sempre às mil maravilhas. Você vai se estressar com prazos, vai se estressar para escrever o projeto que segue normas e regras.  Mas tudo na vida é assim.

Para desenvolver seu trabalho no âmbito do projeto, que tarefas você precisou realizar? Consultou muitos artigos científicos? Trocou ideias com outros pesquisadores e bolsistas? Você usou algum laboratório? Você realizou experimentos?

A metodologia empregada consistiu em fazer uso da revisão bibliográfica e da análise de quatro pinturas que apresentam distintas situações nas quais Helena está presente ou que retratam sua fisionomia, por meio da iconologia. Utilizamos, principalmente, a leitura em livros, artigos e a análise das pinturas.

Como a sua participação no projeto influenciou no seu crescimento como estudante e como ser humano em formação? Como a sua participação no projeto te transformou enquanto pessoa?

No projeto de Helena de Tróia, precisei desenvolver diversos trabalhos. Através deles, descobri que eu iria continuar no IFRS, fazendo graduação em Letras, pois eu soube que gostava dessa área de escrever, estudar e pesquisar. O projeto me mostrou que, mesmo trabalhando ou estudando, é possível realizá-lo de uma forma leve e tranquila, de modo que você aprenda e se desenvolva como pessoa.

O que sua participação no projeto agregou na sua vida? De que forma? Que aprendizagens você destacaria?

Como eu nunca fui uma pessoa fácil de trabalhar em grupos, eu achava que trabalhar sozinha era melhor. O projeto me ensinou algo que irei levar para a vida: independentemente de onde você for trabalhar, é impossível você trabalhar sozinha(o), pois um trabalho em equipe torna tudo muito mais fácil. Não quer dizer fácil no sentido de não ter trabalho, mas foi algo que eu gostei de fazer, pois aprendi muito. Nós tínhamos reuniões semanais para debater o que foi pesquisado e era possível passar horas falando sobre o assunto porque o trabalho em equipe é sempre mais agregador e sempre vai te fornecer mais resultados e aproveitamento do que se fizer sozinha(o). Esse foi um aprendizado que o projeto me proporcionou que vou levar para a vida e almejar isso no meu dia a dia. Os principais aprendizados que eu destacaria são a questão do trabalho em grupo e as oportunidades que ele oferece. Não é algo que posso dizer “pronto, o projeto acabou”. Não, não acabou. Até hoje, eu vejo livros sobre a mitologia grega e eu tenho interesse em saber em que parte fala de Cassandra ou de Helena. Também destacaria os laços que eu obtive com as pessoas que participaram do projeto e, principalmente, com a Letícia, orientadora do projeto.

 

Que conhecimentos e competências você considera que adquiriu e desenvolveu ao longo da sua experiência como bolsista?

O que eu mais exerci foi o trabalho em equipe. Também aprendi a pesquisar em fontes confiáveis e fazer referências. É nesse aspecto que você terá um ensino médio totalmente diferente, graças aos projetos de pesquisa que te fornecem isso. Importante ressaltar também que os projetos te ensinam e preparam para a graduação, caso você faça. Hoje eu sei fazer um artigo científico e formatar referências, porque os projetos me permitiram aprender sobre isso.

Você considera importante o desenvolvimento de pesquisas por alunos do Campus? De que forma essa experiência agrega na formação do estudante?

Sim, pois os orientadores e professores querem nos mostrar que o Campus tem muito mais a oferecer, mostrar também que esses projetos são importantes sim para a nossa formação. Essas experiências se agregam desde o início à sua formação final. Eu me arrependo muito de não ter participado de mais projetos dos quais eu poderia ter participado como voluntária ou como bolsista. Então, acho que você tem que conhecer todas as oportunidades que o IFRS tem a oferecer. De fato, é uma imensidão, é algo lindo de ver que o estudo lhe proporciona e que o IFRS está aí para oferecer e trazer grandes oportunidades.

Você acha que a sua participação no projeto produziu impactos sobre as suas escolhas para o futuro? De que modo?

Sim, foi o estopim para eu descobrir que eu gostaria de seguir na área da Letras, pesquisando, estudando e lendo. Foi o que mais me incentivou a seguir nessa área. Quando eu finalizei o projeto e vi meu nome como destaque, para mim, foi o que me fez decidir seguir na área de Letras. Hoje estou cursando Letras no Campus de Bento Gonçalves. Acredito que, sim, o projeto teve influência na minha escolha.

Quais são seus planos futuros?

Quero participar de todos os projetos possíveis do Campus. Quero fazer minha graduação, continuar fazendo a minha pós-graduação. Quero fazer mais que uma faculdade. Gostaria de permanecer no Campus Bento Gonçalves o tempo que for possível. Vou me formar em Letras em breve e, logo após, quero fazer jornalismo e seguir na área de Letras, porque foi pela qual me apaixonei.

Quais conselhos/dicas você daria para novos ingressantes no Campus Bento Gonçalves que gostariam de participar de projetos?

Digo que, se possível, participe de tudo que estiver ao seu alcance. Não se sobrecarregue. Entre com a sua mente leve, pois são os três melhores anos de ensino médio e que, com certeza, irão marcar a sua vida. Então, quem estiver entrando deve aproveitar: participar de projetos e fazer amizade com os professores que estão ali para lhe ajudar. Participe e aproveite tudo que o Campus tem a oferecer. É a maior e principal dica.

Para finalizar, deixe uma breve mensagem motivacional para quem está interessado em ingressar no Campus Bento Gonçalves e interessado em participar de projetos.

Citarei uma frase de Aristóteles que diz: “As raízes dos estudos são amargas, mas os frutos são doces”. Embora pensemos que os estudos e a vida em si são difíceis (e de fato são), acredito que lá na frente os teus frutos serão de muito proveito. Eu colho hoje os frutos do meu curso técnico integrado ao ensino médio e eu não vejo a hora de colher os frutos da minha graduação, porque por hora sei que as raízes são amargas, mas que meus frutos serão de grande doçura.

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