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Projeto de pesquisa promove Roteiro Pedagógico Cultural
A primeira atividade do roteiro Caminhos Quilombolas em Terras dos Sul – Confluências entre Passado, Presente e Futuro foi realizada na terça-feira, 8 de outubro. A ação faz parte do projeto de pesquisa do Campus Narrativas Orais nas Comunidades Quilombolas da Região Norte do Rio Grande do Sul – Uma Proposta de Trabalho na Escola, que tem como equipe os Professores Felipe Batistella Alvares e Luciana da Costa de Oliveira e a Técnica em Assuntos Educacionais Vanda Aparecida Fávero Pino, e se constitui em um roteiro pedagógico cultural que tem como objetivo a valorização e o reconhecimento como bem patrimonial material e imaterial das comunidades quilombolas, por meio do compartilhamento de saberes orais.
Na ocasião, estudantes do V nível do curso de História da Universidade de Passo Fundo (UPF), acompanhados pela professora Jacqueline Ahlert, visitaram a comunidade quilombola da Arvinha, localizada entre os municípios de Coxilha e Sertão. As bolsistas de pesquisa Rita Tatiane da Silva Miranda e Fernanda Souza de Oliveira, pertencentes às comunidades da Arvinha e Mormaça, respectivamente, guiaram o grupo por quatro pontos importantes relacionados à gênese das comunidades quilombolas.
O Senhor Nourides Vargas da Costa, pertencente à comunidade da Arvinha, foi convidado pela equipe do projeto para realizar uma participação especial. Nos marcos históricos e na própria comunidade ele fez intervenções importantes, inclusive narrando novas histórias durante o percurso. Na comunidade, as moradoras esperavam os estudantes com utensílios de trabalho no campo e receitas de pratos tradicionais, além de falarem sobre suas vivências. O bolinho “plá plá” apresentado por uma das moradoras fez sucesso entre os presentes.
Por fim, foi apresentado o artesanato quilombola que vem sendo produzido pelas mulheres da comunidade por meio do projeto de indissociabilidade do Campus A inovação social transformando vazios institucionais nas comunidades quilombolas de Sertão – RS. As mulheres da comunidade, participantes do projeto, definiram que não seria cobrado um valor específico dos visitantes, mas que cada um poderia dar uma contribuição espontânea, conforme a sua avaliação e realidade.
A servidora Vanda, que realiza sua pesquisa de doutorado com base nas atividades desenvolvidas no projeto de narrativas orais afirmou a importância de atividades como essa, pois o projeto surgiu da importância de trabalhar a cultura afro-brasileira na escola por meio da pesquisa das narrativas contadas pelos moradores das comunidades da Arvinha e da Mormaça. Nesse processo, surgiram dezenas de histórias e foram compartilhados saberes que agora além de chegarem às instituições de ensino através da catalogação e oficinas, ultrapassam seus muros e chegam a espaços não formais de ensino por meio de uma proposta de pedagogia cultural.
O estudante Vitor Viebrantz, que participou da atividade, chamou a atenção para a autenticidade com que o grupo apresentou suas práticas culturais e narrou suas histórias, desde a ancestralidade até a forma como, de maneira humorada, compartilharam os contos sobre assombrações. “Refleti sobre as transformações identitárias que perpassaram a história do grupo e, principalmente, sobre as permanências incorporadas nas práticas cotidianas. Conhecer o Puxirão, o preparo do carijó, as ferramentas… Foi uma grande aula!”.
Para este ano poderão ser recebidos mais grupos. As atividades devem ser pré-agendadas pelo telefone 54 9 9956 7599, pois dependem da disponibilidade das comunidades.
