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Jogos do IFRS: os bastidores da organização no Campus


Mais de 600 participantes. 154 partidas. 16 campi. Cerca de 100 servidores (efetivos e terceirizados) e estudantes do Campus na organização. Após três dias intensos de competições e muito trabalho, chega ao fim a 9ª edição dos Jogos do IFRS. Acima de vitórias, derrotas, medalhas e classificação, ficou a integração entre os campi e as emoções vividas no evento.

Para que tudo corresse bem, foi necessário muito esforço e dedicação, não apenas de servidores, mas de estudantes que atuaram como monitores voluntariamente. Um deles é Dionatan Cecconello, que já esteve dos dois lados dos Jogos, competindo enquanto estudante e, neste ano, trabalhando como monitor. “Pude ver o quanto todos se empenham para realizar os Jogos. Todos querendo fazer dar certo, com aquele espírito de fazer acontecer. Todo mundo fez de coração e estava disposto a fazer o que fosse necessário”, menciona.

Dionatan pontua, ainda, que apesar do cansaço, foi muito bom chegar ao fim dos Jogos e ver que tudo deu certo. “Não tem nada mais gratificante que ver aquele pessoal que você apoiou colocar uma medalha no peito, aquele choro de alegria, isso não tem preço. Sem dúvida, é o que paga quem está trabalhando”, revela.

Alem de acompanhar a chegada das delegações, os monitores também atuaram como apoio em vários momentos. “Desde buscar uma água, gelo, encaminhar alguém para algum lugar. Fazíamos o que estava ao nosso alcance e todos os monitores colaboravam, ninguém ficou sobrecarregado”, conta. Para o estudante do curso de Agronomia, não tem como definir sua relação com os Jogos em poucas palavras. “É como se misturassem todos os sentimentos bons e prazerosos num só momento”, diz.

A servidora terceirizada Danusa Ritter comenta que, apesar do trabalho intenso na limpeza, foi gratificante participar pela segunda vez do evento. “Os estudantes colaboram muito, são cuidadosos e é muito bom encontrar tantas pessoas diferentes”, comenta. Ela e as colegas Jucieli Cordeiro e Roselaine Vieira ficaram a maior parte do tempo cuidando da conservação do ginásio. Segundo elas, a limpeza dos banheiros era feita de hora em hora, além da reposição de papel e retirada de lixo ainda mais frequentes.

No restaurante do Campus, não foi diferente. Nos três dias de evento, foram servidas mais de 9 mil refeições. Destas, foram produzidas no Campus aproximadamente 5 mil refeições.
Os lanches foram adquirimos pela reitoria via chamada pública (itens da agricultura familiar).

De acordo com a nutricionista Camila Veronese, diariamente foram consumidos aproximadamente 2000 pães, 100 litros de iogurte, 100 litros de leite, 20 unidades de queijo, 300 kg de frutas, 150 kg de verduras/saladas, 60 kg arroz, 20 kg feijão, 200 kg batata, 45 kg mandioca, 300 kg carnes e 50 kg massa.

A funcionária do restaurante Cristina Seminotti conta que ela e as colegas iniciam os trabalhos por volta de 5 horas da manhã para preparar o almoço durante os Jogos. “Apesar de trabalhoso, é muito bom você ver as pessoas elogiarem a comida e saírem satisfeitas do restaurante”, diz.

Presente em todas as edições dos Jogos realizadas no Campus, a servidora efetiva Lucelena Balz Lemos comenta que “é muito legal os professores e estudantes dos campi chegarem no restaurante e me reconhecerem. Eles dizem ‘você ainda está aqui tia’. É muito gratificante”, comenta. Deise Dalastra, que trabalha ao lado de Lucelena, acrescenta que os alunos de diferentes campi passam pela colega e cobram: “vai lá assistir a gente jogar, tia! Ou pedem porque não foi”.

O trabalho no restaurante durante o evento, para a nutricionista Camila Veronese, é “desafiador”. “Além de atender os requisitos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), precisamos servir uma alimentação diferenciada aos atletas, mais rica em proteínas. No planejamento dos cardápios, também devemos pensar nas diferentes restrições alimentares que muitos participantes têm. O trabalho triplica, pois planejamos o café da manhã, os lanches da manhã e da tarde, o almoço e a janta”, conta. Nesta edição, Camila destaca que pela primeira vez foi possível servir carnes assadas na churrasqueira, o que foi um grande diferencial não apenas no trabalho da cozinha, mas no sabor das refeições. “Para atender tantos participantes, foi preciso a dedicação de muita gente do restaurante, da limpeza, do Departamento de Produção Agropecuária (que separou as lenhas para a churrasqueira), do almoxarifado (que separou as carnes e alimentos), da horta e servidores dos mais diferentes setores que se envolveram, como a Andréia (da lavanderia) que ficou responsável pela entrega de todos os lanches”, observa. A nutricionista ainda confidencia que, somente no primeiro dia dos Jogos, havia feito 13 quilômetros dentro da cozinha, conforme registro de aplicativos e ao final do evento o resultado foram três bolhas nos pés.

Responsável pela recepção das delegações neste ano, o servidor Silvar Botton esteve envolvido diretamente com o evento pela primeira vez. “É maravilhoso ver os estudantes chegarem felizes, animados, empolgados e cheios de expectativas. Os estudantes monitores e eu nos preocupamos em corresponder as expectativas e deixar a melhor impressão possível do Campus“, aponta. Silvar também colaborou no apoio nos três dias de jogos e foi um dos assadores. Ainda assim, conta que conseguiu tirar um tempinho e acompanhar algumas partidas. “É contagiante presenciar a festa das torcidas, você fica arrepiado e entra no clima também”, diz.

Os servidores da área da infraestrutura, Volmir Siqueira e Daltro Piroli destacam que a organização prévia do setor foi essencial para impedir maiores complicações e antecipar possíveis soluções. “Este ano, conseguimos automatizar as bombas d’água que sempre eram um problema por causa do fluxo de uso dos chuveiros. Então até sobrou tempo de acompanhar mais o evento”, revela Siqueira.

Para a presidente da Comissão Interna dos Jogos no Campus, a professora de Educação Física Larissa Wagner Zanella, o balanço desta edição é muito positivo. “Como sempre, tem pontos a serem melhorados, mas no geral o Campus estava super bem preparado para as situações que aconteceram. Não tivemos reclamações em relação aos alojamentos e banheiros. Em relação à parte esportiva, com exceção do handebol feminino, todas as outras modalidades seguiram exatamente o cronograma. Todos os jogos começaram pontualmente. Apenas o basquete teve de ser adiado em função da chuva. A Comissão ainda vai se reunir para debater os pontos positivos e o que precisa melhorar, mas podemos adiantar que todos os servidores envolvidos abraçaram o evento, como sempre. É característica do Campus Sertão abraçar a tarefa e dar conta do recado. Sertão não foge da luta nunca, mesmo com todas as dificuldades”, opina.

É a segunda edição que Larissa está a frente da Comissão. “A experiência prévia em relação ao processo de preparação ajudou a lidar com algumas situações simples, mas importantes para o funcionamento de tudo. Por outro lado, surgiram novos desafios que exigiram adaptação e criatividade de todos os envolvidos em cada um dos setores. A cada edição, é perceptível o quanto o evento evolui e como novas demandas surgem. Neste ano, pudemos implementar algumas melhorias e estratégias mais eficientes em relação à edição passada e esse processo reafirma a importância de se valorizar todos os envolvidos, que vai em escala crescente de espaços físicos até o mais importante que são os servidores que fazem o evento acontecer”, comenta.

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