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IFRS conquista aprovação no Programa “Mais Ciência na Escola” do CNPq e viabilizará a implementação de laboratórios maker em 45 escolas do Estado
No Campus Sertão, a iniciativa foi dos professores Gabriel Paniz Patzer, Maria Tereza Bolzon Soster e Carlos Mário Dal Col Zeve. A participação do Campus viabilizará a implantação de laboratórios maker em duas escolas do município: a Escola Municipal de Ensino Fundamental João Antônio de Col e a Escola Estadual Engenheiro Luiz Englert.
Docentes de diferentes do campi do IFRS reuniram-se para construir uma proposta e participar da chamada pública “Conecta e Capacita nº 13/2024 – Programa Mais Ciência na Escola” do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A proposta foi a segunda colocada no Estado e foi contemplada por meio de um acréscimo de recursos para o programa, anunciado durante a programação da 21º Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília. Além do IFRS, a proposta também reúne a Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e prevê um investimento de aproximadamente 2 milhões.
O programa Mais Ciência na Escola é desenvolvido em parceria pelos ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Educação (MEC), com execução do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O objetivo é implantar laboratórios maker em escolas públicas, criando espaços equipados, onde os estudantes poderão transformar ideias em projetos colaborativos, criativos e reflexivos, promovendo o letramento digital e a educação científica pela experimentação prática, ocupando-se, também, com a iniciativa de formação de professores.
Equipe e parcerias locais
A coordenação geral do ConectaRS, como a proposta é chamada, é do professor Serguei Nogueira, do Campus Rio Grande. Serão atendidas pela proposta 45 escolas de ensino fundamental. Ao todo, no Rio Grande do Sul, serão 90 escolas somando a outra proposta contemplada com o Programa Mais Ciência na Escola, submetida pela UNIPAMPA.
O ConectaRS está abrange as regiões norte, serra, metropolitana e sul do Estado. Serão destinadas bolsas para os coordenadores regionais e para os coordenadores de cada escola participante, além de bolsas para estudantes atuarem no projeto. A equipe do Campus Sertão é composta pelos professores Gabriel Paniz Patzer, Maria Tereza Bolzon Soster e Carlos Mário Dal Col Zeve, que lideram as ações do projeto na região. Os docentes têm experiência em projetos de inovação e atuarão diretamente na implementação e acompanhamento das atividades nos dois laboratórios maker que serão implantados no município, um na Escola Estadual de Ensino Fundamental Engenheiro Luiz Englert e outro na Escola Municipal de Ensino Fundamental João Antônio De Col. O início das atividades será ainda em 2025. Dentre os recursos previstos pelo projeto, está a reforma e adaptação das escolas para a implementação dos laboratórios maker.
Enquanto o Campus Sertão lidera as ações no município, outros campi também contribuirão com suporte técnico e acadêmico, fortalecendo a rede de colaboração. Essa parceria permite o compartilhamento de boas práticas, formação continuada de professores e o desenvolvimento de materiais didáticos adaptados às realidades locais.
Laboratórios Maker para a comunidade
Os laboratórios maker, espaços voltados à prototipagem e inovação, têm como objetivo estimular a criatividade e o pensamento crítico entre estudantes e professores. Em Sertão, essas estruturas permitirão o acesso a tecnologias como impressoras 3D, corte a laser, robótica educacional, realidade aumentada e inteligência artificial. Além de equipar os laboratórios, o projeto incluirá atividades formativas para professores e estudantes. Conforme a professora do Campus Maria Teresa Bolzon Soster, a ideia é montar coleções didáticas para os professores e apoiar projetos dos próprios estudantes.
Impacto educacional e social
“A expectativa é estreitar laços entre o Campus e a comunidade, capacitando docentes e estudantes, promovendo práticas inovadoras na educação e conectando o currículo escolar à cultura maker”, destaca Gabriel Paniz Patzer, membro da equipe do Campus Sertão. A proposta busca integrar o espaço maker ao ambiente escolar de forma interdisciplinar, incentivando o desenvolvimento de competências científicas e tecnológicas.
Além disso, o projeto reforça a inclusão social, permitindo que as escolas participantes desenvolvam autonomia para sustentar os laboratórios como centros de inovação após o período de execução. “O impacto não será apenas na escola, mas em toda a comunidade”, afirma Maria Tereza. Ela ainda evidencia a conexão do Campus com a comunidade local e das escolas que receberão os laboratórios com as demais escolas do município: “a ideia é que outras escolas também possam usar o laboratório e, então, promover momentos de integração entre professores e estudantes”, aponta.
Contribuição para o desenvolvimento regional
O ConectaRS atenderá 45 escolas em todo o Rio Grande do Sul. As ações contarão com o apoio das coordenadorias regionais e secretarias municipais de educação. Com duração prevista de dois anos, o projeto espera promover a integração entre escola e comunidade, fortalecendo a educação pública e preparando os estudantes para desafios futuros. Além disso, a iniciativa contribuirá para o letramento digital, a educação midiática e o combate à desinformação, alinhando-se à Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.
“A gente pode ter ensino de qualidade e emancipatório em qualquer escola, em qualquer nível. Acho que a ideia do laboratório maker vem auxiliar nessa proposta, que a escola de interior, rural, multiseriada pode ser emancipatória. Pode educar para o mundo. Pode conectar”, opina Maria Teresa.