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Estudantes indígenas do Campus Sertão participam do V EREI-Sul


De 6 a 9 de fevereiro de 2025, os servidores Darci Emiliano e Profa. Karen Pinto Ribeiro do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) do Campus e outros 21 estudantes indígenas participaram da quinta edição do Encontro Regional de Estudantes Indígenas da Região Sul (V EREI – Sul). O evento aconteceu em Florianópolis, SC, e contou com a participação de acadêmicos e estudantes indígenas de diversas instituições de ensino do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Representantes de diferentes povos indígenas do sul e lideranças dos povos guaranis, xokleng e kaingang também marcaram presença no encontro.

O servidor Darci Emiliano participou de uma mesa redonda sobre atuação das lideranças indígenas nas políticas afirmativas no primeiro dia do evento.

Entre os temas apresentados e discutidos no V EREI, estão a atuação das lideranças indígenas nos diferentes meios acadêmicos, políticas específicas para os povos indígenas; a importância de que a universidade também seja um território indígena e de inclusão; demarcação de territórios, marco temporal e impactos na educação;  artes, mídia e resistência; a necessidade de incluir nas políticas das universidades a luta dos pais e mães indígenas; muitos relatos de muitas lutas e poucas conquistas dentro das universidades; racismo contra indígenas; o impacto do colonialismo nos saberes; entre outros.

Durante o evento, houve espaço para trocas de saberes e experiências entre os participantes, além de exposição de artes, livros e itens diversos da cultura indígena durante todo o evento.

A professora Karen destaca que várias ideias de impacto que foram discutidas no V EREI merecem atenção. “O acesso é garantido, mas a permanência dos indígenas nas universidades e institutos federais, não. Há problemas sérios de saúde mental entre os estudantes indígenas, cujos índices de suicídio são maiores que os de não indígenas. A sociedade ocidental ainda enxerga que lugar de indígena é na aldeia e não há lugar nas cidades e nas universidades para eles. Isso é visto e percebido de diversas formas, como por exemplo através do preconceito linguístico e da forma de vestir. A universidade precisa decolonizar seus saberes, já que indígenas também são cientistas dos saberes, há ciências ancestrais dos povos indígenas, e é necessário validar esses conhecimentos, e não apagá-los”, comenta.

Historicamente, uma das principais lutas dos povos originários é a defesa da terra, defesa da natureza para a geração atual que nela vive, e pelas gerações que estão por vir, e na opinião de Karen, as universidades deveriam ser parceiras dos povos indígenas. “O movimento TERRA LIVRE foi criado por grupos do Sul do país, e historicamente os povos da região Sul são guerreiros e lutam por seus direitos, pelo direito de existir e por um país melhor para todos. A luta indígena é uma luta coletiva, e aprendemos que a luta é uma constante já que nenhum direito está garantido, eles sempre estão ameaçados. Cada pequena conquista, cada ampliação dos direitos vem da luta dos movimentos indígenas. Aliás, movimento indígena são indígenas em movimento. É preciso seguir em movimento e que toda sociedade se una a esta luta coletiva”, destaca.

O VI EREI-Sul será realizado em 2026 no Campus Erechim da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) em data ainda a ser definida.

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