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Equoterapia: oficina realizada pelo Campus Sertão no 8º Salão de Pesquisa, Extensão e Ensino do IFRS atende mais de 120 participantes


O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo do Campus Sertão promoveu uma oficina no 8º Salão de Pesquisa, Extensão e Ensino do IFRS, realizado nos dias 23 e 24 de novembro de 2023 no Campus Bento Gonçalves. Durante os dias do evento, os participantes se envolveram em uma experiência prática com cavalos, guiada por explicações sobre a indissociabilidade na extensão, ensino e pesquisa, feitas pelos bolsistas e voluntários do projeto.

A atividade contou com a disponibilização de dois cavalos para as práticas, os quais foram levados pela Cabanha Dom Caudilho de Passo Fundo, de forma colaborativa. Cada sessão da oficina teve uma duração estimada de 20 minutos. O campo de areia adjacente ao Prédio A do Campus Bento Gonçalves foi o local escolhido para a realização da oficina.

Conforme o coordenador, Marcos Antonio de Oliveira, os projetos desenvolvidos no Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo sempre estiveram presentes no Salão de Ensino, Pesquisa e Extensão do IFRS, sendo destaque por diversas vezes, dentre os oito anos de realização. Marcos salienta que a oficina teórico-prática de equoterapia foi uma oportunidade para as pessoas interessadas na área aprenderem mais sobre essa técnica terapêutica. Essa atividade foi supervisionada pela equipe de bolsistas e voluntários e coordenada pelo professor Marcos, devidamente qualificado pela Associação Nacional de Equoterapia (ANDE/Brasil), visando oferecer a segurança e o bem-estar dos participantes.

A motivação para realização da oficina teórico-prática, segundo o coordenador, foi promover a disseminação dessa técnica terapêutica e aumentar o conhecimento sobre seus benefícios. “A equoterapia é uma abordagem eficaz para o tratamento de uma variedade de condições e pode proporcionar benefícios significativos para a qualidade de vida das pessoas que a praticam. A oficina proporcionou o conhecimento do projeto por mais de 120 pessoas, diferentemente de como seria uma apresentação em sala de aula, com dez minutos. A atividade foi aberta a todos os participantes do evento: alunos, professores, gestores e familiares presentes, não necessitando ter experiência anterior com cavalos”, conta Marcos. O coordenador também sugere que “a iniciativa da realização da oficina seja adotada como uma nova modalidade de compartilhamento das diversas ações desenvolvidas em todos os campi e que precisam ser conhecidas pelo IFRS de forma geral”.

 

Sobre a experiência

Foi a primeira vez que o acadêmico de Zootecnia Fermino Copatti Graboski, bolsista do projeto, participou do Salão. Segundo ele, o projeto foi muito bem recebido: “nos sentimos acolhidos, as pessoas viam o projeto como uma inspiração”, comenta. Fermino explica que na sessão em que estava coordenando, buscou demonstrar o que é a equoterapia e os benefícios que a atividade proporciona, tais como o fortalecimento do tônus muscular e do sistema psicomotor. Nas sessões, antes de realizar a práticas, os bolsistas e voluntários contextualizavam o projeto para os participantes, relatando como funcionam as atividades através da parceria com as cabanhas, com as prefeituras, com as APAEs e com o Hospital São José de Sertão. “Depois de realizar a prática, as pessoas vinham nos dizer que não imaginavam o bem que a equoterapia proporciona. Não é só montar e andar a cavalo. Os participantes puderam sentir tudo o que apontamos nas sessões. Foi muito gratificante”, destaca Fermino.

Durante a oficina, foram atendidas pessoas com deficiência que nunca haviam praticado a equoterapia. Foram momentos que, conforme os bolsistas, emocionaram não só aqueles que estavam envolvidos na atividade, mas o público que também acompanhava, observando. “Nossa maior gratidão foi compartilhar esses momentos e ver essas pessoas vivenciarem os benefícios que a equoterapia pode trazer para a vida delas”, opina Fermino. Para ele, a atuação no projeto está transformando-o numa pessoa melhor. “Agradeço ao professor Marcos por acreditar nos bolsistas e desejo que o Centro de Equoterapia cresça ainda mais e continue proporcionando o bem-estar para cada vez mais participantes”, diz.

A acadêmica do 9º semestre do curso de Zootecnia, Andrieli Rampasio, é bolsista do projeto e também trabalhou na organização e realização da oficina durante o Salão. Ela conta que depois de uma apresentação no Campus Alvorada, ficou bem mais confiante para o trabalho na oficina. “Com a oficina, todos os bolsistas tiveram a oportunidade de participar do evento, conhecer um lugar novo e ter essa experiência. E a nossa oficina atingiu um público enorme. Foi uma experiência muito gratificante”, aponta. Andrieli ficou responsável por falar da relação entre equoterapia e ensino e, segundo ela, “muitos participantes procuravam a oficina pelos cavalos, mas quando estavam nas estações teóricas, a gente podia perceber que eles estavam interessados no que estavam ouvindo. Sabe quando você sente que o que você está fazendo vale à pena? Foi bastante cansativo, mas valeu cada minuto”, diz.

O que mais marcou a bolsista durante o Salão foi o atendimento de um menino cadeirante. “Na sexta-feira à tarde, quando nós já havíamos encerrado as atividades, chegou um garoto cadeirante de Porto Alegre com a família pedindo se poderia participar. Nós já havíamos guardado as selas, mas o professor Marcos quis proporcionar este momento para ele. Ver a reação daquele menino andando foi muito emocionante. Enquanto andava a cavalo ele chamou sua mãe e disse: mãe estou caminhando. Todos nós choramos. Ver a felicidade no rosto dele, foi muito lindo”, destaca Andriele, acrescentando, ainda, que consegue ver a evolução dos participantes e a satisfação deles no projeto no período em que foi bolsista, no ano de 2023.

Ela confidencia que sempre teve muito interesse em participar do projeto, mas tinha muito medo, por não ter tanto conhecimento sobre cavalos. “Participar do projeto foi a melhor decisão que tive. Eu também sou praticante de equoterapia. Às vezes estou estressada, desanimada e peço se posso andar a cavalo. Só de ir até a equoterapia e fazer carinho nos cavalos, eu me sinto muito melhor”, comenta.

 

O projeto

Sob a coordenação do professor Marcos Antonio de Oliveira há mais de 11 anos, o projeto tem como propósito proporcionar momentos terapêuticos e educacionais, utilizando atividades físicas e lúdicas. Marcos explica que a ação visa integrar saúde, interação social, estímulo sensorial e sensação de bem-estar. Além de promover melhorias nos aspectos psicológico e social, a equoterapia busca estabelecer uma relação de confiança entre praticantes e cavalos, assim como entre os próprios participantes do grupo. Os movimentos tridimensionais realizados durante as sessões desenvolvem a mobilidade do corpo, auxiliando na motricidade, no fortalecimento do tônus muscular e no desenvolvimento biopsicossocial dos praticantes.

A equoterapia é uma técnica terapêutica que utiliza o cavalo como meio para promover o desenvolvimento físico, psicológico e social de pessoas com deficiência ou necessidades especiais. Ela pode ser aplicada a crianças, adolescentes, adultos e idosos, e pode ser utilizada para tratar uma variedade de condições, incluindo:

  • Deficiências físicas, como paralisia cerebral, lesões medulares e amputações;
  • Deficiências intelectuais, como autismo e síndrome de Down;
  • Deficiências sensoriais, como cegueira e surdez;
  • Deficiências psiquiátricas, como depressão, ansiedade e transtornos de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH);
  • Doenças crônicas, como diabetes e artrite;
  • Doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.

O projeto conta com o apoio de cabanhas que doaram os cavalos, bem como de instituições que encaminham pacientes para participar do acompanhamento por meio da atividade de equoterapia.

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