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Comunidade escolar do Campus Sertão se reúne com reitor do IFRS para tratar de melhorias na residência estudantil


Na quarta-feira, 16 de abril de 2025, o Campus Sertão sediou uma reunião entre a Comissão do Movimento da Residência Estudantil do campus e o reitor do IFRS, Júlio Xandro Heck, para tratar da situação da residência estudantil e das condições de permanência dos estudantes. O encontro foi realizado durante a tarde, no auditório José Leocyr Dornelles Minussi.

Participaram familiares e responsáveis por estudantes residentes no campus, coordenadores dos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio e integrantes da equipe diretiva da unidade, além de parlamentares e dirigentes de municípios da região convidados pela Comissão.

O que a Comissão reivindica

A Comissão, composta por pais, coordenadores dos cursos técnicos integrados ao ensino médio e servidores do Departamento de Assistência Estudantil, foi criada no final de 2024 para reivindicar melhorias na unidade. Na ocasião, promoveu um abaixo-assinado em busca do apoio da comunidade, chamando atenção para a necessidade de melhorias estruturais e da ampliação do quadro de servidores.

O coordenador do curso Técnico em Agropecuária integrado ao ensino médio, professor Odair Spenthof, apresentou a lista de reivindicações dessa comissão na abertura da reunião, que foi conduzida pela coordenadora do curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática integrado, Patrícia Nascimento da Silva.

Das reivindicações apresentadas pelo movimento, a comissão considera uma das mais urgentes a melhoria da residência estudantil. O Campus Sertão é o único do IFRS a oferecer moradia para estudantes de mais de 120 municípios. Ao todo, 244 alunos (85 meninas e 159 meninos) utilizam a residência de segunda a sexta-feira.

 

Julie de Castro, do 3º ano do curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática, falou em nome dos estudantes residentes

Para a estudante do 3º ano do curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática integrado ao ensino médio, Julie de Castro, “a residência estudantil não é um luxo, mas uma necessidade” e “é urgente dar visibilidade às demandas do campus, as quais, muitas vezes, não são compreendidas por termos uma realidade muito diferente dos demais campi do IFRS”. Julie enfatizou que a localização da unidade, afastada dos grandes centros, impõe “problemas de logística para o acesso ao campus”. Nas palavras da estudante, “a residência estudantil do Campus Sertão é a única do IFRS. O que fazemos aqui precisa ser reconhecido. Somos parte viva desta Instituição e é nosso dever e nosso direito lutar por ela”.

Entre as principais demandas da comissão, também está a revisão da Portaria nº 713/2021 do Ministério da Educação (MEC), que prevê a unidade como um campus agrícola 90/70 (90 professores e 70 técnicos administrativos) e impacta diretamente na quantidade de servidores atuando na residência estudantil. Conforme Spenthof, a intenção do movimento é transformar o Campus Sertão em um modelo com 120 professores e 90 técnicos para ser possível dar continuidade às atividades dentro das especificidades da Instituição enquanto um campus agrícola e com residência estudantil.

Outras solicitações são: a valorização dos profissionais que atuam no setor e a retomada das obras do prédio da Assistência Estudantil e do novo ambulatório, paradas em razão da falta de recursos para investimento.

Saiba mais

Na reunião, a coordenadora da Residência Estudantil, Cassiele de Barros da Luz, o coordenador do Departamento de Assistência Estudantil, Elias Camargo, e o diretor-geral do Campus Sertão, Clever Variani,  explicaram o funcionamento da residência. O diretor reiterou que integrantes da equipe diretiva já estiveram reunidos com o grupo de pais e responsáveis dos estudantes em busca das melhores soluções possíveis diante das limitações enfrentadas. Destacou ainda que, desde 2016, a Instituição tem sofrido cortes sistemáticos no orçamento, reduzindo os recursos para investimentos e custeio, o que resultou na necessidade de ajustes no número de vagas ofertadas nos cursos, como forma de garantir um atendimento de excelência aos estudantes e preservar os padrões de qualidade do campus.

Variani também enfatizou que, tanto a gestão anterior quanto a atual têm atuado dentro das possibilidades institucionais para viabilizar melhorias e assegurar o funcionamento pleno das atividades.

O reitor do IFRS, Júlio Xandro Heck, expôs os ofícios encaminhados à Presidência da República, nas gestões 2019-2022 e 2023-2026, solicitando a revisão da Portaria nº 713/2021 do Ministério da Educação (MEC) para que o Campus Sertão seja dimensionado no modelo 120 professores/90 técnicos administrativos.

O orçamento do campus em 2024 foi de cerca de R$ 5,9 milhões. A Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, sancionada pela presidência da República em 10 de abril, estabeleceu os mesmos valores para o campus neste ano. Na prática, a Instituição terá recursos suficientes para manter as atividades normais, sem possibilidade de realizar novos investimentos.

Os encaminhamentos

Ao final da reunião, foi entregue um documento com todas as reivindicações e um abaixo-assinado ao reitor do IFRS. Foi realizado, ainda, um segundo momento de diálogo entre os gestores do IFRS, deputados, prefeitos, vereadores e assessores de parlamentares presentes, no auditório do centro administrativo do campus. Muitos aproveitaram para reiterar a admiração e o carinho pela Instituição e entregaram moções de apoio a melhorias e mais investimentos.

O reitor Júlio Xandro Heck reforçou que, das duas obras que faz questão de poder entregar em seu mandato à frente do IFRS, “uma delas é a ampliação da residência estudantil no Campus Sertão”. E sinalizou: “para isso, preciso de ajuda. E, com esta mobilização, vocês estão me ajudando a mostrar para a sociedade a importância dessa obra”.

Momento da entrega ao Reitor do IFRS do documento com as reivindicações e o abaixo-assinado promovido pelo movimento

Fotos: Comunicação Reitoria do IFRS

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