Geral
Pesquisa coordenada por docente do Campus é tema de reportagens pelo estado
A pesquisa coordenada pela professora Raquel Breitenbach, que mapeou as perspectivas de sucessão familiar e permanência no campo dos jovens rurais do Rio Grande do Sul, bem como os aspectos que interferem nas decisões dos jovens entre sair e ficar no campo, conquistou, além de publicações científicas¹, o interesse da mídia estadual e teve seus principais resultados veiculados na seção Campo e Lavoura do Zero Hora, em reportagem especial sobre a permanência dos jovens no meio rural da Novo Tempo, nos jornais impressos Eco Regional, Gazeta da Serra e Jornal Novo Hamburgo, nas Rádios Líder e Planetário, bem como no site MilkPoint.
Para a professora Raquel essa repercussão deixa todos os envolvidos na pesquisa contentes “especialmente por saber que os resultados estão extrapolando o meio acadêmico e poderão contribuir nos processos de sucessão nas famílias rurais, bem como na formulação de políticas públicas e propostas de intervenção para o desenvolvimento rural”.
Sobre a pesquisa: A pesquisa identificou que 45,2% dos jovens rurais do estado têm interesse em ser o sucessor na propriedade. Porém, quando analisado por gênero, os valores são de 59,6% nos meninos e de apenas 28,6% nas meninas. Ainda, a pesquisa apontou os principais fatores que estimulam ou desestimulando os jovens a ser sucessor e permanecer no campo, sendo eles:
- Fatores que estimulam o desejo em ser sucessor(a) e permanecer no campo
- Quantidade de terra que os pais têm
- Boa remuneração das atividades que desenvolvem no campo
- Investimentos que os pais realizaram na propriedade
- Incentivo de políticas públicas
- Autonomia dada pelos pais pra participar das decisões referentes à propriedade
- Relações de confiança com vizinhos e comunidade que existem no campo
- Possibilidade de alimentação e moradia barata
- Fatores que desestimulam a ser sucessor(a) e permanecer no campo
- Baixo investimento dos pais na propriedade
- Vergonha de ser agricultor
- Falta de incentivo de políticas públicas
- Acha que agricultura não dá dinheiro
- Presenciar as reclamações constantes dos pais sobre a profissão de agricultor
- Não gostar da agricultura
A professora Raquel explica que “Estamos conduzindo pesquisas nessa área a bastante tempo e iniciamos com estudos mais pontuais. No ano de 2018 a pesquisa foi mais abrangente e incluiu todo o estado, no intuito de investigar dados que fossem representativos do Rio Grande do Sul. Para isso, foram entrevistados mais de 700 jovens rurais do RS, com idades entre 13 e 21 anos, contemplando as 28 regiões dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes). Assim, os resultados puderam apresentar um diagnóstico preciso das perspectivas dos jovens rurais quanto ao seu futuro no campo ou fora dele. Ainda, o que consideramos mais importante na pesquisa, é que ela foi capaz de identificar quais fatores contribuem para o desejo do jovem permanecer no campo e ser sucessor e quais aspectos fazem com que ele queira migrar para o meio urbano”.
¹ Revista Latinoamericana de Ciências Sociais, Revista Espacios, Revista Desenvolvimento em Questão, Revista Interações e Revista Brasileira de Extensão Universitária