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Bolsistas do Núcleo de Estudos de Solos e Máquinas Agrícolas do Campus apresentam trabalhos no XIII Congreso Latinoamericano y del Caribe de Ingenería Agrícola na Costa Rica


Parte da equipe de bolsistas do Núcleo de Estudos de Solos e Máquinas Agrícolas (NESMA) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão, participou do XIII Congreso Latinoamericano y del Caribe de Ingenería Agrícola (CLIA2018), que ocorreu entre os dias 3 e 8 de junho na cidade de San José na Costa Rica. Orientados e acompanhados pelo professor Dr. David Peres da Rosa, os bolsistas Paulo Henrique Conte, Junior Verardi e Kézia de Sá Conceição da Silva apresentaram seis trabalhos na área de física do solo e máquinas agrícolas.

Este evento é o de maior abrangência das Américas e reuniu pesquisadores da América Central, Latina e de alguns países da Europa que socializaram suas pesquisas, difundindo tecnologias e aprimorando conhecimentos através das participações nas palestras nas áreas de engenharia agrícola e na troca de informações com os participantes do evento.

No evento a equipe do NESMA apresentou os seguintes trabalhos:

  • Uso de sulcador na semeadura como estratégia de melhoria física do solo sob sistema plantio direto – David Peres da Rosa, Alisson Alves, Paulo Henrique Conte, Marcos Longaretti; Mariéli Hammel Vieira;
  • Eficiência do aumento do sulcador de fertilizante da semeadora como estratégia de melhoria física do solo – David Peres da Rosa, Paulo Henrique Conte, Marcos Longaretti, Artur Zancan, Júnior Verardi; Poliana Taís Goi;
  • Variabilidade espacial da perda de grãos na colheita mecânica em diferentes velocidade de trabalho e umidade da palha na cultura da soja Paulo Henrique Conte; Felipe Cecconello; Talison Roberto Maurer; David Peres da Rosa;
  • Desenvolvimento radicular e folhar do milho (zea mays) sob diferentes tipos de subsolagem – Paulo Henrique Conte; Alisson Alves; Artur Zancan; Junior Verardi; David Peres da Rosa;
  • Subsoladores e sua relação espacial com a mobilização e manutenção da palhada em solo sob sistema plantio direto – Kézia de Sá da Silva Conceição; Paulo Henrique Conte; Artur Zancan; Junior Verardi; David Peres da Rosa;
  • Distribuição longitudinal de fertilizante granulado em diferentes inclinações e posição da rosca de um dosador de rosca helicoidal dupla – Júnior Verardi, Artur Zancan, Paulo Conte, Marcos Longaretti, David Peres da Rosa.

Conforme o professor David, o evento demonstrou um foco que já está muito presente em algumas propriedades brasileiras, IOT – Internet of things, Internet das coisas, o qual usamos em nossos celulares cotidianamente, contudo, expandindo para a produção de grãos. “Para entender um pouco disso, imaginemos que está ocorrendo a semeadura de uma cultura, a soja por exemplo, em tempo real conseguimos acompanhar como está ocorrendo via celular de qualquer local do planeta, verificando qual dosagem de fertilizante está sendo dosada, qual densidade de sementes está sendo largada, qual variedade está sendo ocupada, qual o nível de sementes e fertilizante da máquina, qual área que já foi semeada e quanto falta para terminar um dado talhão, se haverá semente suficiente no depósito, bem como, dados mecânicos do trator, consumo de combustível, pressão do óleo do motor, do óleo de transmissão, enfim, toda atividade está conectada por um sistema nas nuvens. Isto não é só na área de máquinas, mas em toda produção: irrigação, estoques, pulverizações”,explica.

Outro ponto que foi discutido no evento, segundo o professor David, é que, embora temos tecnologias de ponta disponíveis no mercado, em vários países é baixíssimo o uso de mecanização agrícola, como Peru, Bolívia, entre outros.

A equipe do NESMA apresentou trabalhos que buscam reduzir os efeitos da compactação dos solos manejados pelo sistema plantio direto, problema muito encontrado nos solos argilosos do Rio Grande do Sul, em especial na região do Campus, em Sertão, Coxilha, Passo Fundo, Ipiranga do Sul, entre outros. A equipe vem pesquisando há alguns anos e comprovando que a subsolagem em casos de uso do solo apenas por culturas (sem animais) não resolve o problema, mas sim leva-o para frente e que através de métodos culturais associados ao aumento da haste sulcadora de fertilizante na semeadura são suficientes para resolver o problema, quando não está em excesso.

Também foi apresentado um trabalho sobre os problemas que ocorrem na colheita, comparando o efeito da velocidade combinado à umidade excessiva, dois fatos que ocorrem em nossa região ocasionando a perda de cerca de 15% da produção na colheita, pois após dez dias da colheita as lavouras apresentam uma quantidade razoável de sementes emergidas de soja e milho. “Este trabalho demonstrou que velocidades de 4 km/h com umidade relativa do ar mais seca, apresenta baixas perdas e, ao aumentar para 6 km/h, dobram praticamente”, conta David.

Outro trabalho comparou modelos de subsolador, um comum, composto por chassi, roda delimitadora, haste e ponteira, e outro com disco de corte de palha e rolo destorroador. “Mapeamos e verificamos que, ao contrário do que ocorre no primeiro implemento, a mobilização é maior em profundidade pelo segundo subsolador, que mantém mais de 75% da palha sobre a superfície”, explica.

O professor David destaca que o grupo gostou muito da participação no evento. “Além do crescimento profissional, houve um crescimento pessoal, pelo contato com culturas diferentes das nossas”, aponta.

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