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Dia do Consumo Consciente é celebrado com palestra sobre economia sustentável para o estudantes do Ensino Médio
Nesta segunda-feira, dia 16, foi realizada no Campus Canoas do IFRS uma palestra sobre Economia Sustentável para estudantes dos cursos de Eletrônica, Administração e Desenvolvimento de Sistemas, todos integrados ao Ensino Médio. O evento foi alusivo ao Dia do Consumo Consciente, instituído pelo Ministério do Meio Ambiente em 2009 para ser celebrado no dia 15 de outubro. A palestrante foi a professora Drª Maria de Lourdes Borges, da Unilasalle. Ela falou sob o tema “Educação Ambiental e o Conhecimento dos Catadores em Prol da Casa Comum”. A proposta da atividade partiu dos projetos de Ensino, Metamorfose, e de Extensão, REpEnsE, ambos do Campus Canoas do IFRS.
A palestrante iniciou explicando como funciona a economia sustentável, que considera o uso responsável de recursos e leva em consideração não apenas a busca pelo lucro, mas também os danos que uma empresa pode causar ao meio ambiente. Expôs os projetos desenvolvidos pela Unilasalle e da premissa que partem de trabalhar com pessoas que estão na linha de frente da questão, como os catadores de resíduos recicláveis, por exemplo, para buscar soluções. Ela explicou que atualmente esse grupo de trabalhadores é composto em sua grande maioria por pessoas que não conseguem inserção no mercado de trabalho formal. São indivíduos geralmente com vulnerabilidade econômica, social e/ou psíquica, em geral mulheres, negras, muitas que engravidaram na adolescência e possuem baixa escolaridade.
Maria de Lourdes ainda considerou o modo de consumo da sociedade atual como insustentável e ponderou sobre a importância do trabalho de recolhimento e destinação do “resíduo urbano pós-consumo”, o lixo reciclável. Ela lembrou que Canoas é cidade referência nacional em reciclagem e que essa conquista se formou a partir de 2010, quando uma lei nacional passou para os municípios a responsabilidade de lidar com os resíduos. A partir de então, vários projetos, como o Fórum Canoense de Economia Solidária, no qual pessoas trabalham com artesanato e produção de produtos alimentícios, têm sido cada vez mais frequente e ajudado grande número de pessoas.
Pílulas de formação pró-ambiental em prol da Casa Comum
Após as considerações acima, a palestrante destacou o projeto em que trabalha em sua universidade: “Pílulas de formação pró-ambiental em prol da Casa Comum”. A proposta é embasada no compartilhamento do conhecimento de catadores por meio de um espaço de aprendizagem. O objetivo do projeto é explicar para a população como melhorar a decisão de compra de produtos que visem a diminuir o impacto dos resíduos sobre o planeta, a Casa Comum, bem como para melhorar a separação e disposição dos resíduos recicláveis para a coleta seletiva.
Para tanto, estudantes de diversos cursos, como o de Psicologia, representado no evento pela bolsista Camile Rosa de Souza, buscam respostas sobre questões como o porquê de somente 4% da população brasileira separar o lixo reciclável do orgânico.
_ O que falta para as pessoas fazerem o bem comum? Conhecimento? Não. Informação? Não. Hoje em dia todo mundo tem um celular e acesso a tudo isso. As pessoas sabem que precisam separar, mas não o fazem. Falta o que chamamos de intencionalidade. É uma incoerência entra o querer e o fazer. Isso, em psicologia, como também estudamos no projeto, se chama de dissonância cognitiva _ explicou a professora.
Série de vídeos explica o consumo consciente na prática
Ao final, foram apresentados e debatidos 10 vídeos curtos, gravados com catadores das oito cooperativas canoenses, sobre o processo de consumo consciente, desde a escolha de qual produto comprar na prateleira do mercado, passando pelo processo de separação e recolhimento, até a formação de cooperativas e da importância de a população fazer a sua parte para ajudar a economia solidária. São apresentações curtas, de menos de 5 minutos.
Confira a série de vídeos aqui.