Como eu faço para conseguir uma boa foto?
Eu não sou o melhor dos fotógrafos da turma de bons fotógrafos com a qual me relaciono. Mas costumo fazer fotos razoáveis. Algumas muito boas até. E acho que devo isso a três fatores: técnica, inspiração e sorte. A primeira a gente pode detalhar um pouco aqui. A segunda depende de caráter e aí tem gente que só nascendo de novo. E a terceira, meu amigo, é o velhinho lá de cima que de vez em quando decide te colocar no lugar certo, na hora certa e, se você estiver bem preparado (com técnica e inspiração), terá o que se costuma chamar de foto perfeita.
Mas o que precisamos aqui não é de uma super foto, mas de uma foto boa. Na verdade quatro. Geralmente mandamos para uma matéria duas verticais e duas horizontais. E não se esqueça que uma delas deve ser meio de longe, pois vai ser cortada no formato quadrado para ser publicada no Instagram. E, por favor, lembre-se: receber uma foto razoável é ótimo, cem boas é péssimo. Seja comedido. Escolha as que melhor representam sua notícia e publique/envie só elas.
Lembrando que este é apenas um post para ajudá-lo no básico para boas fotos, não entrarei em detalhes técnicos ou teóricos aprofundados. Além disso, está longe de ser uma exposição fotográfica. Por isso, escolhi fotos bem simples que fiz no dia a dia do Campus Canoas mais para ilustrar o que eu estou querendo explicar, ok?
Bem explicado, vamos à técnica:
1. Esqueça um pouco o equipamento
É como dizem: o melhor equipamento do fotógrafo é o cérebro. Tá certo que uma câmera com um zoom bacana ajuda pra caramba, mas não é o essencial. Se você tiver um celular por perto (e quase sempre tem), já está de bom tamanho. O que importa é a forma como o seu olhar vai estar treinado. Logo você vai se sentir desconfortável com seu posicionamento, vai se abaixar, buscar um outro ângulo, um outro foco, qualquer coisa. Logo você vai estar mais confiante em só clicar quando achar melhor, e não quando as pessoas quiserem, etc. E essas coisas independem de equipamento.
2. Observe a Regra dos Terços
Se tem duas coisas que você tem de saber, além de estar com pelo menos um olho aberto ao fotografar, é sobre a regra dos terços e a sequência de Fibonacci (que veremos a seguir). Então preste atenção. A regra dos terços parece muito fácil e a maioria das câmeras digitais tem até uma grade com ela (que mais atrapalha ao meu ver). Mas por ser tão simples, precisa de muito treino. Mentalmente você precisa dividir a foto em três partes verticais e três horizontais e tentar encaixar seu motivo (ou motivos) nos vértices. O resultado é uma imagem muito mais harmônica:
3. A Sequência de Fibonacci
Chegamos a ela! Juro que nos meus primeiros anos de fotografia achava isso uma baita frescura. Hoje faço com tanta naturalidade que não consigo gostar muito de uma foto minha se ela não estiver minimamente presente. É assim mesmo. Não se preocupe se no começo achar que isso é muito estranho e que nunca vai conseguir. Pois provavelmente até já tenha conseguido naquela foto legal que não sabe porque é tão legal. Chega de papo e vamos lá.
“Também conhecida como a Média Dourada, Phi, ou Proporção Divina, essa lei ficou famosa por Leonardo Fibonacci por volta de 1200 DC. Ele notou que havia uma razão absoluta que aparece frequentemente na natureza e agradável ao olho humano” (leia mais). A sequência e alguns exemplos:
Tá, mas e nas fotos, no que isso me ajuda? Você pode achar dezenas de fotos belíssimas na internet como exemplo, mas vou trazer aqui apenas dois exemplos bem simples, feitos no Campus Canoas, no dia a dia, sem pretensão. Apenas um olho treinado que ganhou de presente umas fotos legais. Confira (e depois tente observar a mesma regra nas fotos do indígena e da noiva, Fibonacci está lá também):
4. Cuidado com a luz
Uma das primeiras coisas que você deve perceber quando chega, ou mesmo antes de ir fotografar algo é se preocupar com a luz do ambiente. Se você tem um equipamento bom e sabe mexer nele, ponto a favor, se não sabe, dez contra, fica ainda pior. Programe-se para isso e prefira, por favor, fotos sem flash (sim, eu sei que isso é polêmico, mas para fotografia amadora é a melhor solução).
Mas a luz pode ser uma aliada. Fotos ao entardecer, por exemplo, podem ficar sensacionais, caso você esteja treinado ou tenha uma boa dose de sorte. Fotos à noite, com um equipamento adequado também ficam ótimas, mas aconselho a ficar no básico. Não esquecendo de que isso aqui não é um curso de fotografia, mas um post com dicas de como fazer fotos boas para matérias de seu curso para o site ou redes sociais do seu campus ou curso.
5. Aproxime-se
Não tenha medo, chegue mais perto. Só vá com calma para não assustar seu fotografado. Mas isso geralmente se resolve quando ele percebe profissionalismo de sua parte. Se você chegar em uma palestra fotografando tudo, andando por todos os lados e depois de 100 fotos resolver fotografar a um metro do rosto do palestrante, não vai rolar uma expressão muito natural. Seja paciente. Fotos de perto ficam legais e, caso você tenha um zoom legal, e saiba usar bem o foco, vá fundo. Mas tem exemplos de fotos de celulares bem próximas que ficaram boas, olha só:
6. Afaste-se
Da mesma forma que é bom se aproximar, muitas vezes, melhor é ficar de longe. E mais uma vez, não importa o equipamento (mas se tiver um zoom… e se souber usar…). Estar afastado garante privacidade e muita, mas muita naturalidade para sua foto. Mas também é preciso muita sorte e uma boa dose de paciência. Fato é que não se deve esperar muito desse tipo de foto, mas é melhor do que ficar de bobeira lá no canto do evento. De repente está rolando o momento que vai dar a imagem da capa pois reflete justamente o clima do acontecimento. A foto aí de baixo é da volta às aulas de 2019.
Acho que o básico é isso. Boa sorte e bons olhares!
João Henrique Machado
Jornalista – Campus Canoas IFRS