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Aberta a I Mostra Metropolitana do IFRS


Teve início na noite dessa segunda-feira (7 de junho), a primeira edição da Mostra Metropolitana do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). Devido às restrições impostas pela pandemia Covid-19, os cinco campi da instituição instalados na região metropolitana de Porto Alegre – Alvorada, Canoas, Porto Alegre, Restinga e Viamão – decidiram organizar um evento único, online, para apresentar os trabalhos de projetos vinculados ao Ensino, Pesquisa e Extensão de cada unidade.

A abertura ocorreu com transmissão ao vivo (assista à gravação) via canal do YouTube às 19h. Foram convidados a falar o reitor do Instituto, professor Júlio Xandro Heck, e os diretores-gerais dos cinco campi. Logo após, ocorreu a palestra de abertura intitulada “Metrópoles em tempos de pandemia: desafios para a ciência e para a educação” ministrada pelo professor convidado, Dr. Rualdo Menegat.

A noite se iniciou com a apresentação da obra musical Ciranda, do Projeto Prelúdio do Campus Porto Alegre. No vídeo, cada membro do coro juvenil fez gravações em suas casas.

A primeira fala foi da diretora-geral do Campus Canoas, coordenadora-geral da I Mostra Metropolitana, Patrícia Hübler. Após apresentar-se com sua própria audiodescrição, ela lembrou que o pensar sobre o evento começou em 2020, quando a pandemia havia mostrado que ainda assolaria a região por algum tempo. Que, com a proximidade dos campi da região Metropolitana de Porto Alegre e diante da troca de ideias entre servidores e estudantes, imaginou-se a Mostra como um evento conjunto e integrado para unir esforços e fortalecer ainda mais a instituição.

De acordo com Patrícia, ainda antes de se iniciar, a Mostra dá sinais de sucesso dado que houve pelo menos 170 submissões de trabalhos, 6 oficinas, 11 relatos de experiências e várias outras participações artísticas e culturais. Segundo a coordenadora-geral do evento, há cerca de 150 estudantes como primeiros autores e 100 servidores atuando como orientadores. Ela encerrou desejando que todos aproveitem muito a I Mostra Metropolitana do IFRS, um evento que foi “incansavelmente preparado” por dezenas de servidores e estudantes.

Na sequência, fizeram suas considerações também os diretores dos campi Alvorada, Fábio Marçal; Porto Alegre, Fabrício Affeldt; Restinga, Rudinei Müller; e Viamão, Alexandre Vidor. Encerrando os discursos da abertura, o reitor do IFRS falou da satisfação em exaltar as coisas boas que foram realizadas nos últimos meses mesmo em meio à pandemia.

– Estamos há 15 meses vivendo um período terrível que nos machuca e cria limitações, mas em nenhum momento o IFRS negligenciou seus compromissos, ajudar a comunidade, muito menos de de atender as atividades finais, que é a educação _ disse.

O reitor Júlio ainda comentou que, antes da pandemia Covid-19, a maioria das pessoas não imaginava o quanto o servidor público era importante. Lembrou que nesse tempo, os professores e estudantes do instituto produziram muito e que a Mostra Metropolitana deve demonstrar essa produção. E encerrou com um desafio:

– Tenho a impressão de que não estamos apenas abrindo um evento, mas inaugurando uma tradição. Fica aqui um desafio para o futuro: que cada campus possa abrir mão de seus eventos particulares e imitem o que está ocorrendo aqui, em uma intensa demonstração de unidade. Realmente espero que estejamos inaugurando uma tradição no IFRS, provocou o reitor.

A I Mostra Metropolitana do IFRS congrega a 5ª Mostra de Ensino, Pesquisa e Extensão (MEPEx) do Campus Alvorada, o 4º Salão de Ensino, Pesquisa e Extensão (ENPEX) do Campus Canoas, a 21ª Mostra de Pesquisa, Ensino e Extensão (MostraPOA) do Campus Porto Alegre, a 10ª Mostra Científica do IFRS Campus Restinga e a 5ª Mostra de Pesquisa, Ensino e Extensão do Campus Viamão.

O tema do evento é “Metrópoles em tempos de pandemia: desafios para a ciência e para a educação”. O objetivo geral é promover um espaço virtual de troca de experiências, exposição, discussão de projetos e ações de ensino, pesquisa, extensão, bem como performances artísticas e culturais.

A cerimônia de abertura foi encerrada com um vídeo da música Alma Espanhola, interpretada pelo conjunto de violões do Projeto Prelúdio do Campus Porto Alegre.

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Palestra de abertura tratou sobre desafios da Ciência e da Educação diante da pandemia

Na sequência das falas das autoridades, ocorreu a palestra do professor Rualdo Menegat com o tema “Metrópoles em tempos de pandemia: desafios para a ciência e para a educação”. Professor do Instituto de Geociências da UFRGS, geólogo, doutor em Ecologia de Paisagem, doutor Honoris Causa (UPAB, Peru), e vice-presidente científico da FLACAM/Cátedra Unesco para o Desenvolvimento Sustentável, Menegat atua em pesquisas nos Andes do Peru e Bolívia, além de projetos internacionais com várias universidades da América Latina. Sua pesquisa sobre a construção intencional de Machu Picchu sobre falhas geológicas teve repercussões internacionais significativas.

Menegat falou da época de intensa mudança tecnológica, um mundo de imensa quantidade de informação em que vivemos. Uma época em que parecemos que estamos muito bem informados, sem saber que muita informação pode ser ruído. Ele questionou se é a natureza que está nos atacando com os fenômenos naturais destrutivos, ou se somos nós, com nossas metrópoles e megalópoles, que estamos deixando a natureza sem alternativa. Explicou que a ciência está vivendo o chamado “Momento Antropoceno”, no qual o ser humano está deixando sua marca no planeta.

Ele então comentou sobre os principais distúrbios humanos na natureza. O primeiro deles, o morfológico, é basicamente a forma como ocupamos o território e modificamos a paisagem. Exemplificou com as ruas e suas geometrias em formato de malha arrancando o que está pela frente. O segundo abordado foi o metabólico. De acordo com Menegat, as atuais cidades grandes são muito vorazes, e metabolizam muito fraco e rejeitam vários materiais. Consome-se de tudo e transfere-se o que se chama de custos ambientais, inclusive mandando lixo para outras cidades e até outros países.

O terceiro distúrbio foi sobre identidade e aculturação que, no caso, a América do Sul é vítima desde a época da colonização. As cidades “orgânicas” construídas pelos nativos são substituídas pelas cidades xadrezes trazidas pelos novos habitantes. Por fim, falou sobre o problema cognitivo, que procura saber como cada cidadão percebe a totalidade urbana.

– Se não sabemos como é nossa realidade interna, como vamos entender o que vemos lá fora? Por isso a importância dos Institutos Federais. Os professores querem que todos os estudantes consigam entender o que são e onde vivem para saberem entender e viver no mundo, ressaltou o palestrante.

Menegat seguiu elogiando os Institutos Federais por desenvolverem uma educação integrada com o conhecimento e a participação ativa nos locais em que estão instalados. Também comentou o exemplo de outros projetos de sucesso com escolas que se preocupam com suas realidades.

– Precisamos envolver a comunidade. As escolas devem ser centro de saberes locais. Cada comunidade deve ter um centro de inteligência. Deve ser um agente ativo, epistemológico, que explique que não temos como domesticar a natureza ou pandemia, mas conviver com ela.

Fonte: Comunicação Campus Canoas, edição Comunicação Campus Alvorada

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