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Comunidade escolar do Campus Alvorada visita aldeia indígena em Viamão


Estudantes e servidores do Campus Alvorada tiveram a oportunidade de conhecer a aldeia dos Mbya Guarani, em Viamão, no dia 24 de abril. O grupo foi recebido por parte da tribo, incluindo o vice-cacique Laércio (25 anos – discente de História na UFRGS). Ainda como recepção, um grupo de crianças fez uma apresentação musical, uma expressão importante para a etnia, e foram oferecidos alimentos produzidos por eles.

Num ambiente acolhedor em formato de roda, tendo o fogo ao centro, Laércio explanou um pouco sobre a cultura Mbya Guarani. Entre as explicações, uma delas foi que é ao redor do fogo que a tribo se reúne para planejar e compartilhar o dia, que o tempo para eles tem uma dimensão diferente de outras etnias. Além disso, disse que a filosofia da educação local é guiada pela religião, pensando no coletivo, no (com)partilhar.

Quando questionado sobre a manutenção da aldeia, o vice-cacique respondeu que o sustento é por meio da venda de artesanatos, doações e cultivo agrícola. Assim como a educação, os artesanatos e a agricultura são baseados na espiritualidade. De acordo com Laércio, há um respeito, um cuidado pela terra e buscam aproveitar o dia, sem acumular coisas, sem se estressar.  Ao mesmo tempo que vivem o seu dia a dia de forma plena e baseado religiosidade, ensinam as futuras gerações.

A aldeia dos Mbya Guarani da Estiva (Viamão) tem uma escola bilíngue interna Guarani/Português, onde as crianças aprendem Português, visto que até os 4 anos só falam Guarani. Parte dos funcionários não pertencem à comunidade local, portanto frequentemente refletem sobre o papel da instituição e como estão atuando, se não estão influenciando. A escola é a primeira a ser implantada numa comunidade Guarani no Rio Grande do Sul (em 2002).

A tribo tem cerca de 160 integrantes, 34 famílias e sete hectares de terra. Cinco membros do grupo fazem curso superior, entre eles mulheres.

Política de Ingresso Especial e Permanência do Estudante Indígena
Na reunião ordinária do Conselho Superior (Consup) do IFRS do mês de abril, a instituição aprovou a Política de Ingresso Especial e Permanência do Estudante Indígena a fim de estimular o acesso a cursos técnicos e superiores. Com isso, membros das comunidades indígenas terão um processo seletivo especial, no qual haverá duas vagas suplementares por curso. A seleção se dará por meio de uma redação para os cursos de nível superior e por sorteio para os de nível técnico.

Quanto às ações de permanência dos discentes nos cursos, estão previstos também o uso de metodologias de interação que privilegiem o (re)conhecimento das características socioculturais e econômicas dos ingressantes indígenas, apoio acadêmico através de monitorias, tutorias e acompanhamento psico-pedagógico e o apoio financeiro aos alunos por meios da assistência estudantil.

Informações completas como: forma de ingresso, permanência e acompanhamento podem ser acessadas na Resolução 23/2019 – Política de Ingresso Especial e Permanência dos Estudantes Indígenas do IFRS.

Veja as fotografias da visita no perfil do Campus Alvorada do Facebook.

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