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Neabi promove reflexão sobre o protagonismo negro na abolição da escravatura


A fim de refletir sobre a abolição da escravatura e o protagonismo negro nesse processo, o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas do Campus Alvorada do IFRS promoveu a exposição “Abolição: a agência negra por liberdade” (com parceria do Núcleo de Arte e Cultura, de 15 a 19 de maio) e o cine-debate com a exibição do documentário “A última abolição” (2018, direção de Alice Gomes), que teve como debatedora a historiadora, doutora em Educação, Marisa Laureano, no dia 16.

Segundo a convidada, o povo negro já estava mobilizado, lutando pela sua liberdade há séculos, muito antes da assinatura da Lei Áurea (em 13 de maio de 1888), portanto o ato da monarquia não é tão significativo e não pode ser visto isoladamente. Como forma de inviabilizar este protagonismo negro nos processos de liberdade e de manter as hierarquias e os latifúndios, o Código Criminal de 1890 surge como uma nova maneira de controle dos sujeitos negros com a criminalização de elementos da cultura negra, por exemplo, a prisão de quem sambava, praticava candomblé ou jogava capoeira. A lei também negava acesso à educação e encarcerava os desempregados. Marisa comentou que isso corrobora para justificar o sistema atual de cotas, pois foi o Estado que tirou a oportunidade de estudar das gerações passadas.

Um caminho para ressignificar o imaginário que muitos ainda têm dos negros, de acordo com a professora Giselle Maria Santos de Araujo, é cumprindo a Lei 10.639/2003, que torna obrigatória a inclusão no currículo das redes de ensino da temática “História e Cultura Afro-brasileira”, alterando a Lei nº 9.394/1996.

Marisa e Giselle ainda ressaltaram que todos devem ter a intenção de combater o racismo.

Ao término do cine-debate, houve um momento cultural vinculado ao projeto de extensão do Campus Alvorada “Eu sou o Samba”.

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