Início do conteúdo

Carta de apoio à servidora Maiara Lopes, do Campus Osório do IFRS


Carta de apoio do Nepgs, Neabi e Napne IFRS Campus Alvorada à servidora Maiara Lopes, do Campus Osório do IFRS

Nós, que integramos o Nepgs, Neabi e Napne do Campus Alvorada do IFRS viemos a público nos solidarizar com a servidora Maiara Lopes, do Campus Osório, e repudiar as situações de racismo e machismo sofridas pela colega ao longo da organização da Festa Junina do seu Campus.

Como núcleos de ações afirmativas, temos o dever e compromisso ético de nos posicionar diante desse caso, o qual explicita a interseccionalidade das violências de raça e gênero. Além disso, tal fato infelizmente não aconteceu de forma isolada, mas é um exemplo de ação corrente praticada pela branquitude no Brasil, como nos alerta Cida Bento:

“É evidente que os brancos não promovem reuniões às cinco da manhã para definir como vão manter seus privilégios e excluir os negros. Mas é como se assim fosse: as formas de exclusão e manutenção de privilégios nos mais diferentes tipos de instituições são similares sistematicamente negadas e silenciadas. Esse pacto da branquitude possui um componente narcísico, de autopreservação, como se o “diferente” ameaçasse o “normal” o “universal”. Esse sentimento de ameaça e medo está na essência do preconceito, da representação que é feita do outro e da forma como reagimos a ele. (Cida Bento, 2022, p.18).”

Valorizamos a coragem de Maiara em publicizar as violências sofridas através de uma carta aberta, pois sabemos a função pedagógica que a circulação desse documento tem. Seguiremos acompanhando esse e outros casos que lamentavelmente já ocorreram e exigindo respostas institucionais concretas.

Com racismo, machismo e pacto da branquitude, não há educação plural, democrática e inclusiva!

Nepgs, Neabi e Napne, campus Alvorada, 09 de julho de 2025.

Carta original pode ser consultada neste link.

Fonte: BENTO, Cida. O pacto da branquitude. São Paulo, Companhia das Letras, 2025.

 

Fim do conteúdo