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Bolsistas do grupo de pesquisa SIMC apresentam trabalhos em eventos


Durante os meses de maio e junho, alguns bolsistas do grupo de pesquisa Sonoridades, Imagem e Materialidades da Comunicação e Cultura (SIMC) do Campus Alvorada, da linha “Semiótica e Sonoridades”, participaram de eventos científicos. No dia 27 de maio, o estudante Eric Pedott apresentou o trabalho “Harmônicos do universo: estratégias de composição e singularidades timbrísticas” na V Jornada de Semiótica e Culturas de Comunicação do Grupo de Pesquisa Semiótica e Culturas da Comunicação (GPESC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

De acordo com o discente, a explanação foi um recorte do seu artigo produzido para a conclusão da bolsa e busca compreender como a musicista Desirée Marantes atua ao utilizar instrumentos em suas apresentações ao vivo, que são gravadas. “Desirée utiliza um pedal de “looping” que ao tocar faz com que o som se repita formando uma composição, com isso ela vai adicionando diferentes instrumentos como: violino, guitarra e teclado. Criando essa massa sonora que só é possível em suas apresentações ao vivo, sendo assim, compreendemos que a relação de Desirée se dá entre a organicidade da sua atuação junto de seus instrumentos, que às vezes atuam de forma independente, pois nem sempre ela tem domínio sobre eles. Permitindo imprevisibilidades, criando um território, um espaço onde Desirée se constitui através das diferentes camadas sonoras e desse atrito da mecanização com a organicidade”, relatou o estudante.

Entre 9 e 11 de junho, um grupo de bolsistas participou da II Conferência Internacional de Pesquisa em Sonoridades (CIPS) com dois trabalhos: “Transe, êxtase e introspecção: a escuta de blocos de sensação do rock independente brasileiro” com as alunas Lígia Maria Lasevicius Perissè e Juliana Henriques Kolmar; e “Espirais e turbilhões: A agência das timbragens nos espaços e tempos lisos do rock independente brasileiro”, com os discentes Cristyelen Ambrozio Ferreira e Gabriel Fagundes Gularte. O docente Marcelo Conter, um dos líderes do grupo SIMC e coordenador da linha SemSono, esteve na organização do evento e apresentou o trabalho “Música micelial – Comunicação aberrante e sonoridades dos fungos”, também de autoria de André Correa da Silva de Araujo.

Segundo Cristyelen, seu trabalho foi uma parte da pesquisa “O timbre como afeto no rock independente brasileiro: uma abordagem semiótica”, coordenada pelo professor Marcelo. Para ela, participar da CIPS foi muito empolgante, pois nunca tinha exposto num evento que reuniu pessoas de todo o Brasil e do exterior. “O intenso intercâmbio de conhecimento, que combinou ciência e arte através do som, me aproximou de novas referências culturais, acadêmicas, sonoras e artísticas”, relatou.

Conforme explicou Gabriel – bolsista do projeto desde 2018 – a proposta desse trabalho foi compreender, sob a luz da semiótica das afecções e filosofia da diferença, os momentos do improviso no rock independente brasileiro, partindo do músico francês Pierre Boulez, que desenvolveu os conceitos de espaço-tempo liso e espaço-tempo estriado para análise da música erudita contemporânea. “O primeiro ocorre quando se ocupa sem medir; o segundo, quando se mede para ocupar. Mais tarde esses conceitos chegam na filosofia de Deleuze e Guattari e são usados para compreender fenômenos além dos musicais, como: signos culturais, políticos, sociais, artísticos, etc.”, explicou o estudante, que complementou:

“Nossa tentativa é de nos aproximarmos desses conceitos para a análise da obra de artistas que integram a atual cena do rock independente brasileiro, investigando as estratégias adotadas para alisar os espaços-tempo estriados da música. Esses momentos de alisamento ocorrem quando a música migra de um território pulsado para um território amorfo, explorando texturas sonoras e ruídos. Por isso o interesse específicos por sessões de experimentação e improvisação em performances ao vivo e gravadas das bandas. Sendo elas: My Magical Glowing Lens (ES), Harmônicos do Universo (SP) e Rakta (SP).”

A discente Juliana Henriques Kolmar – também integrante do projeto desde 2018 – enfatizou que o objetivo do trabalho “Transe, êxtase e introspecção: a escuta de blocos de sensação do rock independente brasileiro” foi de entender o papel das timbragens na formação de blocos sonoros que induzem músicos e audiências a estados de alteração de percepção similares ao êxtase e ao transe, responsáveis por potencializar sentidos e criação de perceptos durante performances musicais de bandas analisadas. “Além de pesquisar sobre os shows, nós mapeamos as entrevistas realizadas com os artistas durante os anos de pesquisa”, ressaltou.

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