Institucional
IFRS lança Política de Ingresso Especial e Permanência do Estudante Indígena
Para estimular os indígenas a terem acesso a cursos técnicos e superiores, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) terá um processo seletivo especial para Indígenas. E para garantir a sua permanência e incentivar que esses estudantes concluam seus estudos com êxito, o IFRS desenvolverá ações de apoio pedagógico específicas para esses estudantes. Essas são algumas das iniciativas previstas na nova Política de Ingresso Especial e Permanência do Estudante Indígena do instituto, aprovada pelo Conselho Superior (Consup) da instituição neste mês.
O processo seletivo especial contará com duas vagas suplementares por curso. A seleção se dará por meio de uma redação, para os cursos de nível superior, e por sorteio, para os de nível técnico. A previsão é que o primeiro processo seletivo especial indígena ocorra para ingresso ainda no segundo semestre de 2019. Quanto às ações de permanência dos estudantes nos cursos, estão previstos também o uso de metodologias de interação que privilegiem o (re)conhecimento das características socioculturais e econômicas dos ingressantes indígenas, apoio acadêmico através de monitorias, tutorias e acompanhamento psico-pedagógico e o apoio financeiro aos estudantes através da assistência estudantil.
Em seu compromisso com a inclusão, o IFRS conta com diferentes núcleos de ações afirmativas em seus campi, incluindo Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabis) – que atuam como um setor propositivo e consultivo em ações orientadas a questões etnicorraciais. De acordo com o pró-reitor de Ensino do IFRS, Lucas Coradini, a política foi uma demanda dos Neabis, que identificaram baixo número de estudantes indígenas no IFRS, o que decorre do fato de concorrerem em desvantagem com os demais candidatos, mesmo dentro das cotas étnico-raciais.
Entre as razões que podem ter influência nesses números estão as diferenças culturais, as distintas formas de socialização e escolarização nas comunidades e o isolamento social e geográfico a que, muitas vezes, estão submetidas as comunidades indígenas. “Com isso, compreende-se também que há uma dívida histórica do Estado brasileiro para com os povos indígenas no que diz respeito à garantia dos seus direitos constitucionais, dentre os quais, o direito à educação”, completa o pró-reitor.
Lucas destaca que a Política de Ingresso Indígena do IFRS avança para além das questões de acesso, ao voltar-se também para a permanência desses estudantes. Dessa forma, a instituição como um todo buscará promover um atendimento diferenciado aos estudantes indígenas.
Informações completas como: forma de ingresso, permanência e acompanhamento podem ser acessadas na Resolução 23/2019 – Política de Ingresso Especial e Permanência dos Estudantes Indígenas do IFRS.