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IFRS é vencedor do Prêmio Mulheres e Ciência
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) conquistou o Prêmio Mulheres e Ciência – Edição 2024 na categoria Mérito Institucional. O resultado foi divulgado na tarde desta sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025. Trata-se de uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em parceria com o Ministério das Mulheres, o British Council no Brasil e a Corporação Andina de Fomento (CAF).
Esta é a primeira edição do prêmio, que objetiva promover e valorizar a diversidade, a pluralidade e a participação de mulheres nas carreiras de ciência, tecnologia e inovação. Na categoria Mérito Institucional, 27 propostas foram submetidas por instituições de educação superior ou institutos de pesquisa, sendo três premiadas.
O Instituto receberá R$ 50 mil para investir no desenvolvimento de ações voltadas à promoção da igualdade de gênero. A cerimônia de entrega da condecoração ocorrerá em Brasília em 12 de março de 2025.
O reitor, Júlio Xandro Heck, considera a conquista um reconhecimento ao empenho do IFRS para promover a diversidade e a participação das mulheres nos espaços de ciência e tecnologia. “É um prêmio a todo um conjunto de ações, de várias áreas da instituição, que convergem esforços e energias em prol de uma causa”, aponta, complementando: “Nossa responsabilidade só aumenta e reforçamos ainda mais nossos compromissos com a promoção da igualdade de gênero na instituição”.
A pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação, Flávia Twardowski, lembra dos inúmeros reconhecimentos nacionais e internacionais recebidos por projetos de pesquisa de meninas estudantes da instituição e afirma que haverá mais iniciativas e incentivos. “A partir desse prêmio, o IFRS poderá ampliar suas ações, buscar mais recursos e estabelecer novas parcerias, garantindo que nossas políticas sejam ainda mais eficazes e impactantes na promoção da igualdade de gênero e no incentivo à participação feminina na ciência e na tecnologia.”
Ações a partir do prêmio
Como parte da proposta submetida ao edital do CNPq, o IFRS aderiu ao Marco Referencial para a Igualdade de Gênero em Instituições de Ensino Superior no Brasil, da British Council. Para a assessora de Gênero e Sexualidade do IFRS, Lauren Nunes, a adesão vai impulsionar mais mudanças institucionais para enfrentar a discriminação, eliminar práticas excludentes e transformar comportamentos na educação e na pesquisa. “A instituição ganha uma ferramenta poderosa para fortalecer e qualificar seu compromisso com a equidade de gênero, garantindo que esse trabalho continue avançando”, avalia.
Um plano de ação também foi apresentado pelo IFRS e será concretizado com os recursos da premiação. Entre as atividades previstas está a expansão do edital Meninas na Ciência, para estimular projetos de pesquisa desenvolvidos por alunas, e a promoção de outras iniciativas de incentivo à participação feminina em áreas como Ciências, Tecnologias, Engenharias ou Matemática.
O Instituto irá ainda implantar uma equipe de autoavaliação institucional para atuar junto à sua Assessoria de Gênero e Sexualidade. Esse grupo terá entre as atribuições avaliar a eficácia de ações implementadas e organizar dados para embasar o desenvolvimento de políticas de inclusão.
Outras propostas institucionais são reforçar políticas que ajudem estudantes e servidores a equilibrar a vida profissional e familiar, incluindo arranjos de trabalho flexíveis e ampliação do apoio a mães e pais; aumentar a representatividade e a equidade em cargos de liderança e estruturas decisórias, com ênfase na inclusão de pessoas negras, indígenas e quilombolas, por meio de critérios transparentes e políticas inclusivas.
Reconhecimento à atuação institucional pela diversidade de gênero
Em sua trajetória institucional, o IFRS implantou diretrizes e ações para a construção de um ambiente inclusivo e diverso, que foram explicitadas na proposta ao Prêmio Mulheres e Ciência. A instituição conta com Núcleos de Estudos e Pesquisas em Gênero e Sexualidade (Nepgss) em cada um de seus 17 campi. Os Nepgs foram regulamentados em 2017 e são responsáveis por promover ações relacionadas a corpo, gênero e sexualidade, incluindo eventos, cursos e projetos de extensão.
No ano de 2020, o IFRS tornou-se o primeiro Instituto Federal do Brasil a implementar uma política institucional de prevenção e combate ao assédio e à violência. Já em 2021, foi implantada também a Assessoria de Gênero e Sexualidade, para atuar no planejamento e na execução de políticas voltadas a essas temáticas juntamente com as assessorias de Relações Étnico-Raciais; e de Ações Afirmativas, Inclusivas e Diversidade.
O estímulo à pesquisa e ao protagonismo feminino ocorre na instituição por diferentes iniciativas. Entre elas estão os editais Meninas na Ciência para apoiar projetos de pesquisa de alunas do IFRS. A partir desses editais, ocorreu, por exemplo, a premiação de um projeto científico desenvolvido por uma aluna de ensino médio que a levou a ser a primeira menina brasileira a participar da cerimônia de premiação do Prêmio Nobel. Além disso, três alunas do IFRS já tiveram pesquisas agraciadas com o Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
No âmbito da extensão, o IFRS aderiu ao Programa Mulheres Mil, do governo federal, ofertando 550 vagas em cursos para mulheres em situação de vulnerabilidade social. Outra ação desenvolvida recentemente foi a implementação de fraldários e espaços de amamentação em todas as unidades; capacitações em gênero, sexualidade e prevenção de violências.