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Dia da Ciência e Tecnologia: homenagem às mães na Ciência
Em 16 de outubro é comemorado o Dia da Ciência e da Tecnologia, e o Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) gostaria de homenagear todos os cientistas e pesquisadores com a história delas, as mulheres na ciência. Atualmente, o IFRS tem 146 coordenadoras de projetos de pesquisa; e nos anos de 2020 e 2021, contabilizou 614 bolsistas e voluntárias mulheres em projetos de pesquisa.
Para essa homenagem, o texto destaca um pouco da trajetória de duas servidoras do IFRS que foram selecionadas como embaixadoras do movimento Parent in Science: as professoras Marilia Bonzanini Bossle (do Campus Viamão e atualmente pró-reitora adjunta de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação) e Fabiana Lopes da Silva (do Campus Caxias do Sul) .
O Parent in Science é formado por cientistas e tem a missão de estimular reflexões e ações relacionadas à maternidade e carreira acadêmica. No IFRS, as embaixadoras pretendem realizar reuniões com representantes da gestão, da Assessoria de Ações Afirmativas, Inclusivas e Diversidade e dos Núcleos para planejar atividades. Segundo elas, a intenção é compor um grupo que trabalhará no IFRS, com representatividade de docentes, técnicos e estudantes.
Saiba um pouco mais sobre a participação das docentes do IFRS no Parent in Science.
Histórias para inspirar e se identificar
Marilia conta que quando engravidou começou a sentir a pressão sobre a relação entre maternidade e carreira, sobre a visão distorcida que a sociedade impõe, de que é incompatível ser mãe e uma boa profissional, dedicada e bem sucedida. “Defendi minha tese de doutorado grávida e tive medo de a minha gravidez atrapalhar na seleção de pós-doutorado que eu fazia na época. Depois de ter bebê, vi as dificuldades de me manter produtiva academicamente com as novas demandas de mãe. Logo em seguida, comecei em um emprego novo e depois em um cargo de gestão, com mudança de cidade, alta demanda de trabalho e com a rede de apoio reduzida”, explica.
Acompanhando as ações do Parent in Science ela se identificou e se sentiu contemplada com as discussões e dificuldades trazidas e, mais do que tudo, com as possibilidades de buscar soluções, “de mostrar a realidade das mulheres mães e de influenciar políticas públicas de financiamento, políticas institucionais de financiamento, ocupação de espaços de poder, de apoio em geral para as mães cientistas, de tornar o nosso meio acolhedor para mães, pais e crianças”. “Fui acompanhando cada vez mais o grupo nas redes sociais, fizemos algumas ações e criamos grupos de mães da administração e também pudemos desenvolver algumas ações no IFRS (como o Espaço Kids no Salão de Pesquisa, Extensão e Ensino e incluir a licença maternidade/adotante nos editais de fomento etc)”.
Para Fabiana, assim como para muitas mulheres, durante muito tempo a carreira profissional, o desejo constante pela qualificação e crescimento profissional vinham em primeiro lugar, mas junto deles o desejo de ser mãe que era postergado. “Esta sempre foi uma questão que me incomodava, pois, enquanto os homens não precisavam adiar seus sonhos de serem pais a qualquer tempo, nós, mulheres, sempre tivemos que ficar colocando na balança carreira x maternidade”
Ela comenta que quando pensou em desistir de sua qualificação (doutorado) para realizar o sonho de ser mãe, encontrou a Parent in Science e conheceu muitas histórias de mulheres inspiradoras que, assim como ela, enfrentavam os desafios de conciliar carreira, qualificação e maternidade. “Lembro que participei do Simpósio da Parent in Science e a cada relato eu me identificava mais e mais. Pude então perceber que eu não era a única que vivenciava aqueles dilemas e que carregava aquela culpa. Foi um momento libertador para mim! Conheci também, neste simpósio, diversas iniciativas de projetos que visavam inspirar meninas nas áreas de ciências, nas exatas e nas engenharias”.
Pelo Parent Science Fabiana percebeu a importância de ter uma rede para discutir temas e referências de mulheres reais que inspiram nas tecnologias e engenharias. “Foi neste momento que idealizei e passei a me dedicar ao projeto de extensão ELAS na Tecnologia e Engenharia e também que me apaixonei pela pauta da Parent in Science a ponto de não pensar duas vezes em me candidatar como embaixadora quando do lançamento do edital. Penso que as pautas gênero e maternidade são indissociáveis e que temos muito espaço para pensarmos e propormos estratégias institucionais, como as sugeridas pela cartilha da Parent in Science, bem como estratégias a serem construídas coletivamente pela nossa comunidade acadêmica”, finaliza.
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