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Ciência para a sociedade, arte, cultura e memória: o que foi pauta no segundo dia do Salão
O formato não é o mesmo das edições anteriores, mas a troca de experiências e as reflexões sobre educação e ciência continuam sendo os pontos altos do Salão de Pesquisa, Extensão e Ensino do IFRS. Realizado em uma plataforma virtual, devido à pandemia de Covid-19, o evento ocorre de 16 a 18 de dezembro de 2020, com a apresentação de 561 projetos de pesquisa, extensão e ensino desenvolvidos no IFRS, desta vez em formato de vídeos. São quase mil estudantes e servidores dos 17 campi e da Reitoria participando das atividades.
Os estudantes destacam como participar do Salão contribui para a formação e a vida. “Temos a oportunidade de conhecer trabalhos das mais distintas áreas, que, por sua vez, não estão relacionadas à nossa área de estudo”, comenta Guilherme Bortolotto da Silva, discente do Campus Vacaria, acrescentando que é um momento de preparação, “no que diz respeito a postura, fala e poder de argumentação”.
Eduarda Portella Gallina, aluna do Campus Farroupilha, faz avaliação semelhante e conta que realizar a apresentação em formato de vídeo foi uma experiência nova. “Durante a elaboração e gravação, pude estruturar melhor minha fala oral, porém penso que perdi a dinâmica que uma apresentação presencial proporciona.” Ela também observa a troca de conhecimentos e vivências: “Gostei muito das demais apresentações da minha sessão. Fico feliz em saber que foi possível que esses projetos continuassem seus trabalhos durante a pandemia, apesar das adversidades e dos eventuais atrasos em relação aos planejamentos iniciais”.
A diversidade das ações apresentadas é uma das questões que chamou a atenção do estudante João Guilhermino Prieto Félix, do Campus Viamão. “É importante que a gente participe, pois desta forma vamos conhecendo outras realidades. Apesar da pandemia, percebemos os esforços da direção, docentes e técnicos-administrativos para que o Instituto continue se fortalecendo e articulando as comunidades do entorno para construir as melhorias necessárias ao desenvolvimento da educação e da vida das pessoas”.
Além das sessões de trabalhos, estudantes e servidores puderam participar de palestras, mostras, painéis e entrar com as crianças da casa em um divertido e criativo Espaço Kids vritual. Confira um pouco das atividades que fizeram parte da programação do segundo dia do Salão:
Extensão no currículo
A curricularização da extensão foi tema de duas atividades no segundo dia do Salão. Representantes dos Institutos Federais do Pará (IFPA) e de Santa Catarina (IFSC) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) contaram experiências na área, apontaram desafios e boas práticas. Apesar de ser uma obrigação legal para os cursos superiores, que deve estar em funcionamento em 2021, a inclusão da extensão nos currículos deve ser considerada a partir de outra motivação: a oportunidade para fazer ainda mais a diferença na instituição e na sociedade. Esse foi um aspecto unânime entre os palestrantes.
O pró-reitor de Extensão do IFPA, Fabrício Medeiros Alho, destacou o impacto na formação do estudante e a reconexão social das instituições como melhorias esperadas a partir do processo. A diretora de Extensão do IFSC, Letícia Cunico, salientou que a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão devem ser fortalecidas. Ela ainda contou a experiência de promover a extensão a partir do protagonismo discente, permitindo que os estudantes pensem em como podem contribuir com as localidades a partir de ações de extensão. São vivências que resultarão em um profissional e cidadão mais sensível aos problemas da sociedade, conclui. Fabrício e Letícia ministraram o painel “Curricularização da Extensão: perspectivas para o IFRS”, na manhã desta quinta-feira.
À tarde, Daniela Borges Pavani, professora do Departamento de Astronomia da Ufrgs e coordenadora de diferentes programas de extensão, falou sobre “A Curricularização da Extensão e a Política Nacional de Extensão”. Daniela acrescentou que as instituições de ensino públicas precisam estar junto da comunidade, que a sustenta e necessita delas para o seu desenvolvimento. A extensão é uma ponte nessa relação. Para a docente, o papel da extensão vem sendo melhor entendido a partir das discussões da curricularização, e não deve ser tarefa dos extensionistas curricularizar a extensão, mas de todos na instituição. Uma das formas de se fazer isso, acredita, é dar continuidade ao que foi realizado nesta quinta-feira no Salão: refletir sobre diferentes experiências, conhecer o que é possível e o que não é, ampliar a conscientização.
Para assistir às atividades na íntegra, aguarde a divulgação das gravações do 5º Salão no canal IFRS-Oficial do YouTube.
Arte e Cultura no IFRS
Reconhecer a arte e a cultura como um campo de produção de saberes, de reflexão e crítica, em todos os âmbitos da formação educacional, profissional e integral. Ver a arte e a cultura como elementos indissociáveis presentes na extensão, no ensino, na pesquisa. Garantir investimentos para arte e cultura no âmbito do instituto. Esses foram alguns dos assuntos abordados no bate-papo sobre “Política de Arte e Cultura do IFRS”.
Estavam presentes integrantes do grupo de trabalho (GT) que elaborou a “Política de Arte e Cultura do IFRS”: Viviane Diehl, Lilian Cordeiro, Juliana da Cruz Mülling e Agnes Schmeling, e a pró-reitora adjunta de Extensão, Daiane Trentin.
Na oportunidade, foi apresentada uma contextualização das atividades realizadas pelo GT para constituir o documento que hoje guia o IFRS nas questões culturais que a Política busca fomentar.
Também foram abordadas as próximas ações: criação da Assessoria de Arte e Cultura, implementação dos Núcleos de Arte e Cultura (NAC) e da Comissão Permanente de Arte e Cultura (Cpac) nos campi do IFRS, essas, após aprovação do Regimento pelo Conselho Superior (Consup).
A Política de Arte e Cultura do IFRS foi aprovada pelo Conselho Superior no dia 6 de agosto de 2020.
Ficou interessado em saber mais? Após o Salão, a gravação da palestra será disponibilizada na íntegra no canal IFRS-Oficial do YouTube.
Por que fazer Ciência em tempos de Pandemia?
“Vou começar com uma confissão: Eu adoro ciência, mas ao longo do tempo nós, cientistas, nos distanciamos da sociedade. Está lá a sociedade usando toda a tecnologia que a ciência criou, mas não reconhecendo e julgando direito os cientistas”. Foram as palavras iniciais da palestrante Márcia Barbosa, professora titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), que abordou o tema “Por que fazer Ciência em tempos de Pandemia?” (foto em destaque).
Para isso, a palestrante recomendou usar todos os meios possíveis para divulgar o conhecimento; combater as fake news usando empatia, evidências, eficiência e equidade; olhar para as “nossas instituições” buscando inovação, aprendizagem ativa, administração inovadora, interdisciplinaridade, diversidade, democracia e divulgação do conhecimento.
Márcia também apontou mitos, questionamentos e então alternativas de respostas para uma atuação em defesa da ciência e do conhecimento. “Por que confiar na ciência e no conhecimento?” O crescimento da expectativa de vida pode ser um bom argumento! Se nos anos 1800 um europeu vivia em média 35 anos, nos anos 2015 a expectativa de vida média subiu para 68 anos, graças aos avanços em saúde e qualidade de vida. “O que acontece quando se confia no conhecimento?” Márcia lembrou do presidente norte-americano John Kennedy. Ele afirmou que em dez anos levaria alguém até a lua e sabia que se investisse no conhecimento isso aconteceria. A tecnologia inventada para essa conquista acabou sendo utilizada nas mais diversas áreas, até os dias atuais, a exemplo dos semicondutores, importantes para o funcionamento de aparelhos de televisão e telefones celulares, entre outros.
Mas neste texto foi possível citar apenas alguns trechos abordados pela palestrante. Vale assistir a palestra na íntegra. Após o Salão, a gravação será disponibilizada no canal IFRS-Oficial do YouTube.
Memória institucional
O Núcleo de Memória do IFRS foi apresentado em atividade virtual do salão, com um convite para que estudantes conheçam, participem e façam projetos na área. Saiba mais em memoria.ifrs.edu.br.
Sobre o Salão
O 5º Salão de Pesquisa, Extensão e Ensino congrega sete eventos: 9º Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica (Sict); 8º Seminário de Extensão (Semex); 7º Seminário de Educação Profissional e Tecnológica (Semept); 5º Seminário de Pós-Graduação (5º SPG); 5º Seminário de Internacionalização; Sessão de Indissociabilidade; Mostra de Inovação e Tecnologias (MIT); Mostra dos Produtos da Pós-graduação (MPPG).
Acesse o site desta edição , confira a programação completa e leia também:
> Começa o 5º Salão de Pesquisa, Extensão e Ensino do IFRS
> Salão de Pesquisa, Extensão e Ensino começa na quarta-feira com a participação de 561 trabalhos
> Salão do IFRS terá palestras, atividades culturais e mostras