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Campus Osório conquista 14 premiações na Mostratec


O Campus Osório do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) conquistou 14 premiações na Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), o maior número de prêmios que já obteve em um único evento externo. A Mostratec é a maior feira de ciências da América Latina destinada a estudantes de educação infantil e de ensinos fundamental, médio, técnico e EJA.

Os cinco trabalhos do campus participantes da mostra foram multipremiados, sendo quatro primeiros lugares em suas áreas e um segundo lugar. Dos três projetos que ficaram melhores colocados na feira, dois são do Campus Osório.

A cerimônia de encerramento da 36ª edição ocorreu de forma virtual no final da tarde deste sábado, 30 de outubro de 2021. Este ano, a feira reuniu cerca de 500 trabalhos de 17 unidades da federação e de 14 países. Os apresentaram pesquisas que buscam encontrar soluções sustentáveis e inovadoras para problemas que afetam suas comunidades.

O Campus Bento Gonçalves e o Campus Caxias do Sul do IFRS também tiveram trabalhos premiados. > Saiba mais na matéria Trabalhos de pesquisa de estudantes do IFRS conquistam premiações na Mostratec

 

> Confira os reconhecimentos obtidos e saiba mais sobre os projetos:

Economia Circular: um estudo comportamental dos jovens do Litoral Norte Gaúcho

O trabalho conquistou credencial para representar o Brasil em uma das maiores feiras de ciências do mundo: a Regeneron International Science and Engineering Fair (ISEF) 2022. Da aluna Victórya Leal Altmeyer Silva, com orientação da professora Flávia Twardowski, do Campus Osório, recebeu o 1º lugar em História e Ciências Sociais e o 1º lugar geral no Prêmio da Assembleia Legislativa. Foi ainda um dos selecionados para representar o Rio Grande do Sul no Encontro Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Brasília, no ano de 2022.

Victórya, que é estudante do curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio, desenvolveu um método de intervenção comportamental e demonstrou que ações educativas são capazes de estimular jovens a adotarem um comportamento de consumo com responsabilidade social e ambiental. O estudo utilizou equações matemáticas e análise multivariada (observação de diferentes características) para estudar o comportamento de jovens do Litoral Norte gaúcho na economia circular, a qual privilegia redução no consumo, reutilização e reciclagem.

 

Estudo de extratos aquosos de plantas medicinais na inibição do agente causal da sigatoka-amarela 

O projeto foi o 1º lugar em Biologia Celular e Molecular e Microbiologia; e o 2° lugar geral no Prêmio Assembleia Legislativa. Também será um dos representantes do Rio Grande do Sul no Encontro Anual da SBPC, em Brasília, no próximo ano. O trabalho é de autoria da estudante Amanda de Lorenzi Borges, do curso Técnico em Administração Integrado do Ensino Médio, que receberá uma bolsa de pesquisa do CNPq. Foi orientado pela professora Flávia Twardowski.

Amanda estudou a ação de diferentes extratos de plantas medicinais na inibição do crescimento de um fungo que causa a sigatoka-amarela, a qual afeta as bananeiras e pode resultar em perdas totais na produção. Ela observou que os extratos aquosos de alho e de cravo-da-índia controlaram inteiramente o desenvolvimento do fungo responsável por essa doença, sendo uma alternativa aos métodos convencionais de controle que utilizam agrotóxicos.

 

SustainPads: desenvolvimento de absorventes higiênicos a partir de resíduos agroindustriais

Recebeu 1° lugar na área de Engenharia e Materiais e credencial para a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) 2022. Conquistou também o Prêmio Mostratec, que concede patrocínio para ida à Febrace, em São Paulo e o Prêmio Revista Inciência, na qual terá um artigo publicado. O projeto é das estudantes Camily Pereira dos Santos, do curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio; e Laura Nedel Drebes, do Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio, com orientação da professora Flávia Twardowski.

As estudantes pesquisaram e desenvolveram materiais absorventes a partir das fibras da palmeira juçara e do pseudocaule da bananeira. São alternativas mais baratas e ambientalmente sustentáveis para a confecção de absorventes higiênicos em comparação com o algodão e os plásticos comumente utilizados. A pesquisa busca contribuir para reduzir o problema da falta de acesso a produtos adequados para o cuidado da higiene menstrual.

 

Implicações ambientais por microplásticos: utilizando o lodo ativado como agente na biodegradação de micropartículas plásticas

Primeiro colocado em Ciências Ambientais, recebeu também o Prêmio de Excelência da Associação Brasileira de Incentivo à Ciência (Abric), pelo qual será publicado na revista Scientia Prima. Foi credenciado para a Feira Mineira de Iniciação Científica (Femic). De autoria dos estudantes Igor da Rosa de Oliveira e Laura Teixeira da Rosa, do curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio, é orientado por Cláudius Soares e coorientado por Flávia Twardowski.

O trabalho verificou, na região costeira do Litoral Norte gaúcho, a ocorrência de pequenas partículas de plástico (microplásticos) que impactam negativamente o meio ambiente. A partir disso, propôs uma forma de reduzi-los, com a biodegradação a partir do uso de lodo resultante do processo de tratamento de esgoto (lodo ativado).

 

Desenvolvimento de polímero biodegradável a partir dos resíduos agroindustriais da uva

Segundo lugar em Engenharia Ambiental, recebeu também o Prêmio Corsan. É de autoria da estudante Amanda Ribeiro Machado, do curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio, com orientação da professora Flávia Twardowski.

O trabalho busca aproveitar resíduos da produção do suco de uva e processamento de vinho, utilizando um processo biotecnológico para transformar o que iria para o lixo em um material alternativo aos polímeros artificiais (utilizados para a produção dos mais diversos objetos e materiais). As membranas desenvolvidas são biodegradáveis e têm uma promissora aplicabilidade em células combustíveis, como uma membrana de troca de prótons. As células combustíveis são capazes de transformar energia liberada em reações de oxirredução em energia elétrica.

 

Ciência que transforma

Os estudantes comentam sobre desafios e transformações que fazer ciência na educação básica vêm trazendo para a vida e para a formação de cada um. “O projeto me  mostra que é possível sermos protagonistas nas mudanças que desejamos ver no mundo. Sem dúvidas, minha formação não seria a mesma sem essa oportunidade”, destaca Victórya, complementando: “Pude não só me tornar uma jovem cientista, mas uma pessoa que enxerga os problemas de minha comunidade e é capaz de propor soluções”, diz a estudante, que já recebeu outros prêmios por seus projetos de pesquisa (leia mais aqui).

Camily também acredita que o projeto de pesquisa no Ensino Médio é o “início de uma caminhada”: “Fazer esse trabalho foi com certeza uma das melhores e mais desafiadoras oportunidades que eu já tive. Há alguns meses decidi que era isso que queria fazer, e nunca imaginei a mudança que a ciência me proporcionaria. Esse projeto foi a porta para que eu entrasse no mundo da ciência e começasse a construir uma caminhada”, fala.

Laura Drebes destaca o orgulho em integrar a equipe do IFRS participante da Mostratec. “Sei o quanto eu e minha colega Camily nos esforçamos até chegar aqui. Ser reconhecida com o primeiro lugar em Engenharias e Materiais da Mostratec é muito especial” (saiba mais sobre outras premiações conquistadas por Laura).

A professora Flávia destaca a importância da ciência para a sociedade, “principalmente neste momento em que ela que salvou milhares de vidas em todo o planeta”, aponta, referindo-se ao contexto de pandemia de Covid-19. “Quando a educação se une à ciência e a estudantes ávidos pelo conhecimento, eles podem transformar o seu entorno”, acrescenta. Flávia lembra que as estudantes Amanda De Lorenzi Borgese Amanda Ribeiro Machadoforam suas bolsistas do projeto Meninas nas Ciências do CNPq ainda no Ensino Fundamental. “Elas mostraram por suas vivências como a educação pública e de qualidade pode fazer a diferença”, finaliza.

 

Sobre a Mostratec

A 36ª Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec) foi realizada de 26 a 28 de outubro de 2021, de forma virtual, reunindo cerca de 500 trabalhos de 17 unidades da federação e de 14 países: Albânia, Argentina, Brasil, China, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, Indonésia, Itália, México, Paraguai, Taiwan, Turquia e Ucrânia. A feira destina-se a estudantes de educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e ensino técnico. A organização é da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, de Novo Hamburgo.

Inúmeras instituições públicas e privadas oferecem prêmios e incentivos educacionais para os projetos destaques da feira. Neste ano, foram 27 distinções, além dos primeiros colocados de cada uma das 14 áreas de pesquisa.

 

> Texto: Comunicação da reitoria do IFRS

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