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Resultados homologados das eleições para reitor e diretor-geral de campus


O professor Júlio Xandro Heck foi reeleito reitor do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) pelos estudantes e servidores. Nestas eleições, 8.951 estudantes e servidores do IFRS foram às urnas nos 17 campi e na Reitoria e escolheram também os(as) diretores(as)-gerais dos campi (confira a lista abaixo). As eleições foram realizadas no dia 2 de outubro de 2019, com homologação dos resultados nesta segunda-feira, 7 de outubro. As posses devem ocorrer a partir de fevereiro de 2020, e os mandatos terão duração de quatro anos.

> Confira aqui a homologação dos resultados do primeiro turno processo eleitoral

Júlio Xandro Heck foi candidato único e assumirá o segundo mandato como reitor do IFRS. “Em um momento político e econômico bastante complicado para as instituições federais de ensino, o IFRS deu um claro sinal de maturidade institucional e de reconhecimento a nossa gestão com a candidatura única”, observa.

Para o primeiro mandato, o reitor assumiu como pro tempore em maio de 2018, após ter sido eleito em pleito excepcional realizado em março do mesmo ano devido à vacância do cargo, com o falecimento do então reitor, professor Osvaldo Casares Pinto, que havia sido eleito para o quadriênio 2016-2020. O primeiro mandato de Júlio se encerrará em fevereiro de 2020.

Desafios e prioridades

Sobre os desafios atuais, o reitor destaca a necessidade de preservar conquistas históricas do ensino público federal. “Precisamos defender os princípios emanados da nossa lei de criação (Lei dos Institutos Federais – Lei 11.892/2008). Há reformas e projetos em curso que afrontam o nosso modelo de ensino e as nossas concepções pedagógicas e precisamos estar sempre atentos e vigilantes”, aponta Júlio. Ele complementa: “Precisamos reafirmar o IFRS como espaço de transformação social, de desenvolvimento de soluções para os problemas da sociedade, de formação completa e plena dos nossos estudantes e também como um espaço de pluralidade de pensamento, de liberdade de expressão, de aprender e de ensinar. Mas, por óbvio, também precisamos garantir o funcionamento pleno da nossa instituição”.

Quando questionado sobre as prioridades de gestão, Júlio cita a consolidação dos campi, para que todos “tenham estruturas que assegurem ensino, pesquisa e extensão de qualidade”; o combate à evasão e à retenção dos estudantes; e a aproximação com a comunidade externa, desenvolvendo projetos de extensão e pesquisa que contribuam com a sociedade gaúcha. “Mais do que nunca, precisamos ‘sair de dentro dos nossos muros’ e mostrar para a comunidade externa o quanto os Institutos Federais são fundamentais para um desenvolvimento soberano e independente do nosso país”, ressalta.

Sobre o reitor

Júlio Xandro Heck tem 42 anos e atua no magistério há 13, período no qual foi também pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFRS (de 2013 a 2016). É formado em Química Industrial de Alimentos, possui mestrado em Microbiologia Agrícola e do Ambiente, doutorado em Biologia Celular e Molecular e pós-doutorado em Biotecnologia. É natural de Alecrim, casado com a também professora Carine e pai da Alice.

Os próximos passos do processo eleitoral – O próximo procedimento é a homologação do resultado das eleições na reunião do Conselho Superior da Instituição, a ser realizada no dia 5 de novembro de 2019. A posse do reitor, ainda sem previsão de data, ocorrerá no Ministério da Educação, em Brasília.A posse dos novos(as) diretores(as)-gerais de campus está prevista para fevereiro de 2020.

Segundo turno – Nos campi Canoas e Caxias do Sul haverá segundo turno de votação para diretor(a)-geral de campus. Nessas unidades, havia mais de dois candidatos para o cargo e os votos do primeiro colocado não foram superior à soma dos votos dos demais candidatos. A campanha eleitoral ocorrerá de 8 a 21 de outubro e as eleições do segundo turno serão no dia 23 de outubro de 2019.

Sobre as eleições no IFRS

Estudantes regularmente matriculados e servidores são considerados aptos a votar. O voto não é obrigatório e é secreto. A contagem do resultado dá pesos iguais para os votos de cada um dos três segmentos: 1/3 para a manifestação dos professores, 1/3 para a dos técnico-administrativos e 1/3 para a manifestação dos alunos. Júlio Xandro Heck recebeu 8.186 votos.

 

>> Resultados das eleições para diretor(a)-geral de campus:

Campus Alvorada – diretor reeleito Fábio Azambuja Marçal

Campus Bento Gonçalves – diretor eleito Rodrigo Otávio Câmara Monteiro

Campus Canoas – haverá segundo turno entre as servidoras Jaqueline Terezinha Martins Corrêa Rodrigues e Patrícia Nogueira Hübler.

Campus Caxias do Sul – haverá segundo turno entre os servidores Jeferson Luiz Fachinett e Rachel Oliveira.

Campus Erechim – diretor reeleito Eduardo Angonesi Predebon

Campus Farroupilha – diretor reeleito Leandro Lumbieri

Campus Feliz – diretor eleito Marcelo Lima Calixto

Campus Ibirubá – diretora eleita Sandra Peringer

Campus Osório – diretora eleita Flávia Santos Twardowski Pinto

Campus Porto Alegre – diretor eleito Fabrício Sobrosa Affeldt

Campus Restinga – diretor eleito Rudinei Müller

Campus Rio Grande – diretor reeleito Alexandre Jesus da Silva Machado

Campus Rolante – diretora eleita Cláudia Dias Zettermann

Campus Sertão – diretor reeleito Odair José Spenthof

Campus Vacaria – diretor reeleito Gilberto Luíz Putti

Campus Veranópolis – diretor eleito Daniel de Carli

Campus Viamão – diretor reeleito Alexandre Vidor

 

>> Confira a entrevista com o reitor do IFRS, Júlio Xandro Heck

 1) Em março de 2018, após as eleições para seu primeiro mandato, você citou entre os principais desafios para a gestão reagrupar as forças institucionais e consolidar os campi. Passado esse período, mesmo curto, de gestão, que avanços você citaria – nessas e em outras questões?

Júlio Xandro Heck – Entendo que esse desafio de reagrupar e unir as forças institucionais foi alcançado. E o fato de termos tido uma candidatura única é o principal sinal disso. Em um momento político e econômico bastante complicado para as instituições federais de ensino, o IFRS deu um claro sinal de maturidade institucional e de reconhecimento a nossa gestão. Além disso, apesar do pouco tempo, avançamos em muitas questões, como as ações afirmativas e combate aos assédios, na elaboração do Plano Estratégico de Permanência e Êxito (de estudantes), na gestão democrática e participativa – principalmente por conta da aproximação com os movimentos sindicais e estudantis -, na criação de fomento para os projetos indissociáveis, na consolidação do Escritório de Projetos, na aprovação de um PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional) que reflete os anseios e desejos da nossa comunidade e na ótima exposição de mídia que o IFRS teve nesse último período, assumindo um protagonismo importante nas discussões e debates sobre ensino público.

Quanto à consolidação dos campi, também tivemos avanços importantes e eu cito os investimentos que fizemos no Planos de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCIs), escolhidos como prioridade para investimentos e questão na qual estamos conseguindo, gradativamente, adequar as estruturas acadêmicas dos campi e da Reitoria às normas legais. Também temos avançado na construção de estruturas esportivas, tão importantes e necessárias. O Campus Restinga inaugurou a sua quadra poliesportiva coberta recentemente, e os campi Canoas e Caxias devem inaugurar as suas em breve. E mais virão. Outro ponto que destaco é que, aos poucos, também estamos conseguindo consolidar os efetivos de professores e técnicos em todos os nossos campi. Para isso, dependemos de liberação de vagas do MEC, no entanto, tivemos progressos nisso também.

 

2) Para a próxima gestão, o que considera como principais desafios?  

Júlio Xandro Heck – Os tempos que vivemos exigem principalmente que se faça defesa das nossas conquistas históricas. Precisamos defender os princípios emanados da nossa lei de criação. Há reformas e projetos em curso que afrontam o nosso modelo de ensino e as nossas concepções pedagógicas e precisamos estar sempre atentos e vigilantes. Precisamos reafirmar o IFRS como espaço de transformação social, de desenvolvimento de soluções para os problemas da sociedade, de formação completa e plena dos nossos estudantes e também como um espaço de pluralidade de pensamento, de liberdade de expressão, de aprender e de ensinar. Mas, por óbvio, também precisamos garantir o funcionamento pleno da nossa instituição, assegurando orçamento público para tal e procurando sempre captar parceiros e recursos externos, mas sem jamais desviarmos dos nossos objetivos e finalidades preconizados na nossa lei de criação e nos nossos documentos internos.

Além disso, não podemos perder de vista que alguns dos nossos campi ainda precisam de estruturas básicas, como salas de aula, laboratórios e estruturas esportivas. E garantir isso é um desafio  a ser superado!

 

3) Quais serão as prioridades?  

Júlio Xandro Heck – Não podemos falar em prioridades sem falar da necessidade de consolidação dos nossos campi, conforme dito acima. Temos que assegurar que todos os campi do IFRS tenham estruturas que assegurem ensino, pesquisa e extensão de qualidade. Para além disso, as prioridades do momento devem ser a implementação do nosso Plano Estratégico de Permanência e Êxito, que visa, principalmente, combater a evasão e a retenção acadêmica. Também deve ser uma prioridade a aproximação com a comunidade externa, através do desenvolvimento de projetos de extensão e pesquisa que possam contribuir com a sociedade gaúcha. Mais do que nunca, precisamos “sair de dentro dos nossos muros” e mostrarmos para a comunidade externa o quanto os Institutos Federais são fundamentais para um desenvolvimento soberano e independente do nosso país.

 

4) Como evitar que a atual conjuntura, com redução de orçamento, comprometa o trabalho do IFRS e no IFRS?  

Júlio Xandro Heck – Em primeiro lugar, temos que ter a clareza de que o IFRS é uma instituição pública federal e que, como tal, dependemos do orçamento público, conforme previsto na nossa Constituição. Ou seja, nosso primeiro papel é e sempre será lutar pelo cumprimento das leis orçamentárias aprovadas e pela garantia de um justo orçamento público. No entanto, estamos em constante busca de complementações orçamentárias que nos permitam expandir as nossas atividades e assegurar mais e melhores condições para que nossos estudantes e servidores participem de projetos de pesquisa, extensão e ensino. Portanto, temos um compromisso com a busca de recursos extraorçamentários, por meio de projetos específicos apresentados ao MEC e para captação de emendas parlamentares, de projetos apresentados para editais de fomento externo e de captação de recursos junto a sociedade, desde que assegurado o caráter pedagógico dos projetos e também o alinhamento aos nossos objetivos e finalidades.

 

5) O que você espera da comunidade acadêmica? 

Júlio Xandro Heck – Espero que a nossa comunidade continue dedicando-se à causa que nos une neste momento, que é a educação pública de qualidade. O IFRS é hoje esta instituição importante e respeitada por causa dos seus servidores e estudantes! Quem fez o IFRS ser o único Insituto Federal no ranking das “melhores universidades” (conforme ranking do Centro de Classificações Universitárias Mundiais) do mundo foi a nossa comunidade. Por isso, espero dela o mesmo empenho e engajamento de sempre. Como eu falei em todas as minhas idas aos campi e Reitoria durante a campanha, o fato de termos uma candidatura única não significa unanimidade (e jamais deverá significar). Precisamos continuar tendo uma comunidade que seja crítica, que exerça o contraditório, que lute pelo que acha certo, mas que tenha sempre o melhor para o IFRS e para a sociedade como sua causa maior. É isso que eu espero. Além disso, particularmente, espero ser merecedor da confiança que recebi dos meus colegas e que eu possa honrar este cargo tão importante.

 

6) A respeito de equipe, é possível adiantar se haverá mudanças e quais?  

Júlio Xandro Heck – Da mesma forma que fiz na campanha anterior, aproveitei o momento para ouvir a nossa comunidade, receber sugestões, críticas e considerações acerca das nossas ações e da equipe também. Sempre insisto nisso: campanha serve pra ouvir as pessoas!! De posse destas escutas, farei as devidas reflexões sobre uma série de questões, incluindo a equipe de gestão. Logicamente que tenho as minhas avaliações e muito me orgulha o trabalho que fizemos em equipe nestes 16 meses de gestão. O reconhecimento da comunidade, manifestado na candidatura única, também é um reconhecimento à equipe. Mas ressalto que estes momentos são importantes para esse tipo de análise e também que um reitor eleito não deve ter compromisso com pessoas, mas sim com ideias. E essa tranquilidade eu tenho!

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