Início do conteúdo

Projeto Vivências promove ações em assentamento e em comunidade indígena de Viamão


Grupo com mais de 40 estudantes de diferentes campi conheceu produção agroecológica, organização de um movimento social e de comunidade indígena

 

A organização de um movimento social, a vida em uma comunidade indígena e a produção agroecológica são conhecimentos que estão nos livros ou chegam pelos meios de comunicação, mas são compreendidos de outra forma quando é possível experienciá-los na prática. De 26 a 28 de setembro de 2023, ocorreu a primeira edição do Projeto Vivências, com a participação de 43 estudantes de diferentes campi do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). Foram realizadas atividades formativas e de trocas no município de Viamão.

Acompanhados de servidores, o grupo hospedou-se no Instituto de Educação Josué de Castro (IEJC), no Assentamento Filhos de Sepé, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. No local, aprendeu sobre regras de convivência e o método pedagógico do IEJC, que alterna dois meses de “tempo escola”, quando alunos moram no Instituto, com dois meses de “tempo comunidade”, momento em que retornam aos territórios e desenvolvem atividades relacionadas ao cotidiano de seus territórios. Fizeram ainda uma integração com estudantes da Argentina e Venezuela que estavam no IEJC.

Os participantes também visitaram o assentamento, estiveram em espaços de produção de alimentos orgânicos e na unidade de conservação Refúgio de Vida Silvestre Banhado dos Pachecos. Ao final, foram recebidos na Terra Indígena Tekoa Jata´ity, onde residem aproximadamente 200 indígenas guaranis. Eles participaram de uma dança de recepção, conversaram com os moradores e conheceram o artesanato produzido pelas famílias.

As vivências devem seguir refletindo na vida acadêmica, pessoal e profissional de quem integrou a iniciativa. O estudante Henrique Alves dos Santos, de 19 anos, conta que foi motivado a participar pela curiosidade. No último dia do projeto, concluiu: vai “carregar para sempre” a experiência. Para ele, aluno do Campus Vacaria, a prática leva para além do conhecimento teórico:  “A gente tinha uma ideia (de como eram as comunidades visitadas) porque tinha estudado. Mas estar aqui é diferente. Nos livros a gente vê esse local (a comunidade indígena) resumido em algumas palavras. Aqui a gente consegue ver os morros ao redor, o campo de futebol, as pessoas, as danças, a língua…”.

Do Campus Erechim, Vitória Aschidamini Dall’agnol, de 16 anos, terminou o Vivências com ideias sobre mudanças que pretende praticar e propor no IFRS. Ela se impressionou com a forma de organização no IEJC, onde os alunos ajudam nas tarefas para a manutenção do espaço, se responsabilizam por dar avisos e fazer a chamada. Chamou sua atenção que em vez de punições, há “reciprocidade e respeito entre alunos e professores”.“Acho que tem muita coisa no IF que podemos melhorar. Como indivíduo, vou ser mais coletiva, pensar mais no próximo.”

O projeto é uma iniciativa da Pró-reitoria de Ensino em conjunto com a Comissão Intercampi de Agroecologia, Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável e Educação Ambiental (Ciase). Tem entre os objetivos estimular uma formação humana e integral, bem como promover uma articulação com os arranjos produtivos locais, como é previsto na lei de criação dos Institutos Federais e na missão do IFRS. A segunda edição está prevista para o ano de 2024.

 

Confira imagens do Projeto Vivências:

 

Fim do conteúdo