Campus Viamão
IFRS Campus Viamão recebe palestra-performance Dopinho: um lugar de memórias sensíveis
O Campus Viamão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) recebeu, na quarta-feira, 15 de outubro, a palestra-performance “Dopinho: um lugar de memórias sensíveis”, apresentada pela atriz e pesquisadora Marta Haas. A atividade integrou o projeto “Isso também acontece aqui”, selecionado pelo Edital SEDAC nº 28/2024 – Cultura e Educação (PNAB-RS), e reuniu estudantes e servidores no auditório do campus.
A obra revisita a história do Dopinho, casarão localizado na Rua Santo Antônio, nº 600, em Porto Alegre, que funcionou como o primeiro centro clandestino de detenção e tortura do Cone Sul, nos primeiros anos da ditadura civil-militar brasileira. O nome faz referência ao DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), órgão de repressão do regime.
Inspirada em fatos reais, a narrativa parte do caso do sargento Manoel Raymundo Soares, cujo corpo foi encontrado no Rio Jacuí, em 1966, com sinais de tortura e as mãos amarradas, episódio conhecido como o “caso das Mãos Amarradas”, que revelou a existência do centro clandestino.
O formato de palestra-performance, que combina a exposição reflexiva de uma conferência com recursos cênicos do teatro e da arte performática, convida o público a uma experiência sensorial e crítica sobre o tema da memória e da violência de Estado. Após a apresentação, houve uma conversa aberta com a artista e os participantes.
A criação tem origem na pesquisa desenvolvida por Marta Haas em seu doutorado em Educação, realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e na Université Paris Nanterre. Sua tese, “Por uma pedagogia performativa da memória: performance e testemunho sobre violência de Estado na escola”, recebeu o Prêmio Capes de Tese na 19ª edição, uma das principais distinções da ciência brasileira. Marta também integra o grupo teatral Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz e o Coletivo Testemunho e Ação – Memória, Verdade e Justiça.
As vídeo-performances exibidas na obra têm fotografia e montagem de Pedro Isaias Lucas, que também esteve no Campus Viamão realizando os registros do evento.
📸Alessandra Aragon Nevado