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Bolsistas do Projeto Afrocientista e membros do Neabi Viamão participam do VII Copene Sul na UFSM


Entre os dias 15 e 18 de outubro de 2025, bolsistas do Projeto Afrocientista e membros do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) do Campus Viamão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) participaram do VII Congresso de Pesquisadores e Pesquisadoras Negros e Negras da Região Sul (Copene Sul), realizado na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O evento teve como tema “Resistência do Sul a Sul: Tecendo cosmopercepções para o bem viver” e reuniu pesquisadores, estudantes, professores e lideranças comunitárias de diversos estados da região Sul do Brasil.

A delegação do Campus Viamão foi composta pela coordenadora do Neabi Viamão, coordenadora do Projeto Afrocientista e assessora de Relações Étnico-Raciais do IFRS, Alba Cristina Salatino, pelo vice-coordenador do projeto e secretário do Neabi Dario Bezerra, pela bolsista do Projeto Afrocientista, Bianca Oliveira, pela integrante e representante discente do Neabi Viamão, Thainá Rocha, e pela pesquisadora externa do Neabi Viamão, Lúcia Regina Pereira. Acompanharam a delegação, a coordenadora do Neabi do Campus Osório e orientadora do Afrocientista Maiara Lopes e o vice-coordenador do Neabi do Campus Rolante, Gustavo Rodrigues.

Durante os quatro dias de evento, os participantes puderam assistir e apresentar trabalhos, participar de rodas de conversa, oficinas culturais e atividades formativas voltadas para a reflexão sobre a identidade negra, o enfrentamento ao racismo e o fortalecimento da presença de pessoas negras nos espaços acadêmicos e científicos. O Copene acontece anualmente, alternando a abrangência nacional e regional. É um dos mais importantes espaços de articulação e socialização regional de pesquisas realizadas por intelectuais e ativistas de movimentos sociais negros, sendo também um espaço de construção de saberes coletivos e de valorização das ancestralidades africanas e afro-brasileiras.

A participação do Neabi Viamão e dos bolsistas do Projeto Afrocientista de Viamão, Alvorada e Osório, que compõem o projeto Afrocientista no IFRS, foi de grande relevância. Até o momento, são os únicos participantes do RS no projeto nacional, promovido pela Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN). Além dos trabalhos apresentados, participaram do painel Afrocientista com o presidente da ABPN, Adilson Pereira dos Santos, o coordenador nacional do Afrocientista, Luiz Herculano de Souza Guilherme e Alba Cristina Salatino

O Projeto Afrocientista, busca incentivar o interesse pela ciência entre jovens negros e negras do ensino médio, por meio de ações de iniciação científica e de valorização das identidades étnico-raciais. No campus Viamão, o projeto intersecciona os objetivos nacionais comnos locais, voltado a temas da agrecologia e reconhecimentondos saberes dos povos tradicionais. O Neabi por sua vez contribui para o debate e a implementação de políticas de acesso e permanência de estudantes negros, indígenas e quilombolas, dentro da instituição.

Salatino compartilhou sua experiência no evento:

“Ter participado do Copene como uma pesquisadora negra e coordenadora do Projeto Afrocientista foi de grande importância pra mim e pra minha trajetória enquanto pessoa e servidora pública. O Copene é um espaço de encontro da intelectualidade negra deste país, onde converge a intelectualidade negra de todas as áreas do conhecimento, discutindo e conversando as epistemologias e as relações étnico-raciais. Estar lá com a delegação do Neabi Viamão e com os Afrocientistas que apresentaram trabalhos incríveis é afirmar que a nossa presença e existência em todos os lugares, são direitos inegociáveis. Nós somos capazes e o Copene evidencia as nossas trajetórias e contribuições para toda a sociedade.”

A presença do grupo no VII Copene Sul reafirma o comprometimento do Neabi e do próprio projeto no Campus Viamão com a construção de uma educação antirracista, de valorização da ciência negra e com o fortalecimento das políticas de equidade e reconhecimento da diversidade étnico-racial. O evento representou um momento de trocas, aprendizados e reafirmação de identidades, inspirando novas ações e projetos dentro e fora do campus.

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