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2023


Análise de parâmetros físico-químicos de nascentes do Parque Municipal Saint’Hilaire de Viamão

Resumo: O Parque Natural Municipal Saint’Hilaire (PNMSH) é uma unidade de conservação de proteção integral, localizada entre os municípios de Porto Alegre e Viamão, que possui mais de 50 nascentes contribuindo para a formação do Arroio Dilúvio. O Dilúvio nasce no Saint’Hilaire, se estendendo a mais de 17km escoando águas de outros afluentes em regiões densamente habitadas de Porto Alegre, até desaguar no Guaíba, principal manancial de abastecimento da população da Capital. Desta forma, a avaliação da qualidade das águas dessas nascentes se faz mais que necessária. Complementando o projeto iniciado em 2022, que realizou um diagnóstico ambiental em uma parcela significativa de nascentes do parque, juntamente com a gestão da unidade de conservação para atender ao projeto Águas para o Futuro do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), esta pesquisa tem como objetivo realizar a análise físico-químicas de 20 amostras através dos seguintes parâmetros: pH, temperatura, condutividade, turbidez, oxigênio dissolvido e nutrientes (fósforo e nitrogênio). Esses parâmetros serão medidos no laboratório de Ciências Ambientais do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) – Campus Viamão ou enviados para laboratório terceirizado conforme a especificidade. Os pontos amostrais, quando coletados in loco, serão mapeados e, depois, serão processados de modo a integrar a localização com os resultados das análises físico-químicas. Por fim, além de indicar as condições da qualidade da água das nascentes estudadas, esta pesquisa se propõe a entregar os seguintes produtos: mapas temáticos e banco de dados georreferenciado com os parâmetros analisados.
Coordenador: Adriano Andrejew Ferreira

 

Análise de parâmetros físico-químicos de nascentes do Parque Municipal Saint’Hilaire de Viamão: Zona Oeste

Resumo: O Parque Natural Municipal Saint Hilaire (PNMSH) é uma unidade de conservação de proteção integral, localizada entre os municípios de Porto Alegre e Viamão, que possui mais de 50 nascentes contribuindo para a formação do Arroio Dilúvio. O Dilúvio nasce no Saint Hilaire, se estendendo a mais de 17km escoando águas de outros afluentes em regiões densamente habitadas de Porto Alegre, até desaguar no Guaíba, principal manancial de abastecimento da população da Capital. Desta forma, a avaliação da qualidade das águas dessas nascentes se faz mais que necessária. Complementando os projetos iniciados em 2022, que realizou um diagnóstico ambiental em uma parcela significativa de nascentes do parque, e em 2023, que fez análises físico-químicas de nascentes do parque, juntamente com a gestão da unidade de conservação para atender o termo de cooperação técnica celebrado entre o IFRS Campus Viamão e o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (MPRS) para o desenvolvimento do Projeto Proteção de Nascentes no município de Viamão, esta pesquisa tem como objetivo realizar a análise físico-químicas de 20 amostras por meio dos seguintes parâmetros: pH, temperatura, condutividade, turbidez, oxigênio dissolvido e nutrientes (fósforo e nitrogênio). Esses parâmetros serão medidos no laboratório de Ciências Ambientais do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) Campus Viamão ou enviados para laboratório terceirizado conforme a especificidade. Os pontos amostrais, quando coletados in loco, serão mapeados e, depois, serão processados de modo a integrar a localização com os resultados das análises físico-químicas. Por fim, além de indicar as condições da qualidade da água das nascentes estudadas, esta pesquisa se propõe a entregar os seguintes produtos: mapas temáticos e banco de dados georreferenciado com os parâmetros analisados, para a região oeste do parque.

Coordenador: Adriano Andrejew Ferreira

 

Desenvolvimento de sistema de monitoramento climático e da qualidade do ar através de dispositivos de baixo custo energético com gestão de dados por painel dashboard

Resumo: Sistemas inadequados de monitoramento climático em países emergentes e em desenvolvimento afetam adversamente a capacidade de gerenciar recursos naturais e riscos relacionados. Este estudo propõe a construção de um dispositivo de Internet das Coisas de baixo custo direcionado ao controle de variáveis meteorológicas e de qualidade do ar para o monitoramento climatológico e da poluição do ar, que serão instalados no campus Viamão e no campus Porto Alegre do IFRS. É utilizada a tecnologia Arduino agregada a sensores de temperatura e umidade do ar, pressão atmosférica, pluviômetro, direção e velocidade do vento, monóxido e dióxido de carbono, hidrogênio, entre outros. O desenvolvimento do projeto se dará através de dois eixos, sendo o primeiro destinado à estruturação eletrônica dos sensores e o segundo referente à elaboração de um painel em linguagem SQL (Structured Query Language) a ser disponibilizado em domínio na internet. Os resultados esperados contemplam a geração horária de dados climatológicos e de qualidade do ar que permitam prover o monitoramento de informações meteorológicas num raio aproximado de 1,5 quilômetros de cada estação de sensores. O sistema terá a capacidade de operar como método de controle de qualidade do ar em municípios de pequeno porte.

Coordenador: Adriano Beluco

 

Educação matemática e o uso de animês e mangás para o processo de construção de recursos multiculturais de ensino-aprendizagem no ensino médio técnico

Resumo: Desenvolver o interesse dos alunos do ensino médio técnico e motivá-los a aprender matemática tem sido uma das áreas de atenção dos educadores. O uso de histórias em quadrinhos para o ensino em sala de aula é uma área que está ganhando mais atenção dos educadores. Neste projeto revisamos alguma literatura educacional existente sobre o impacto dos quadrinhos nas necessidades de aprendizagem cognitiva e afetiva dos alunos e da mesma forma propomos uma estrutura baseada no tema, no enredo e nas personagens para educadores projetarem material instrucional usando quadrinhos no estilo mangá para o ensino de matemática na sala de aula de matemática do ensino médio técnico. O resultado esperado deste projeto é um mangá em quadrinhos que ensina um conceito matemático específico. O mangá em quadrinhos será avaliado por um grupo de alunos para determinar sua eficácia no ensino de matemática.

Coordenador: Adriano Beluco

 

ObservaViamão: Comitê Editorial para Publicações e Oficinas de Produção de Notas Técnicas – 2024

Resumo: Este projeto trata da continuidade e evolução do ObservaViamão – Observatório do Desenvolvimento Territorial de Viamão e Entorno – para o ano de 2024, a partir de seus acúmulos e experiências. O objetivo é aprofundar o processo de produção de Notas Técnicas – NTs – divulgando e oferecendo estímulo e formação para a comunidade interna e externo IFRS Campus Viamão ampliar a pesquisa, reflexão, sistematização e disseminação de conhecimentos sobre o seu entorno territorial. Objetivo será buscado através da manutenção do Comitê Editorial das NTs, aprimorando seus processos de promoção, análise e publicação. E através da realização de oficinas de formação da comunidade para a publicação de NTs. Estas, constituem um novo processo do ObservaViamão e visam estimular e ampliar capacidades da comunidade de formular problemas, investigar e melhor compreender as realidades, relações e dinâmicas que movem o território local. As oficinas visam compartilhar as experiências da produção de NTs, estimular olhares locais, sejam para a interpretação de dados já sistematizados, como para olhares ativos e relações com as comunidades, suas necessidades e realidades, e orientar a produção de Notas Técnicas a serem submetidas ao processo de publicação. Comunidades e organizações locais serão envolvidas para participarem das oficinas e para terem suas realidades sujeitas às pesquisas e produções. Como exemplo, a comunidade em torno da Coperav, produtores/as do assentamento Filhos de Sepé e do Instituto de Educação Josué de Castro constituem-se como parceiros prévios. Serão utilizados métodos e recursos de ensino, baseados na metodologia das NTs, em pesquisa bibliográfica e documental e em observação ativa e estímulo à vivências, para o reconhecimento, interpretação e sistematização das realidades locais e de dados secundários, e ainda para o processo de escrita. Assim, busca-se estimular pesquisas, escritas e disseminação de conhecimentos locais e ampliar a submissão e publicação de NTs no Observatório. Além de manter o ObservaViamão aberto a submissão, análise, publicação e divulgação de NTs. Como resultados, ainda, espera-se que tais estímulos transbordem o ObservaViamão, ampliando o protagonismo das comunidades, seu autoconhecimento, novos projetos de pesquisa e disseminação de conhecimentos locais como subsídio a um processo de ensino ativo e contextualizado na comunidade.

Coordenador: Eduardo Rech

 

Luso-brasileiros, comércio, sociabilidade e processo de urbanização na Praça mercantil de Porto Alegre, século XIX (Fase 8 – Freguesia de Nossa Senhora do Rosário, 1866-72)

Resumo: Ao longo do século XIX Porto Alegre consolidou-se como um importante entreposto comercial entre o interior do Rio Grande de São Pedro e seu único porto marítimo na vila do Rio Grande. A prosperidade gerada pela intensificação da atividade mercantil gerava oportunidades de enriquecimento e mobilidade social. Tomando por objeto de análise os comerciantes atuantes a partir de Porto Alegre e suas redes mercantis e de sociabilidade, busca-se refletir a respeito das transformações ocorridas na presença portuguesa na capital do Rio Grande de São Pedro e na atividade mercantil após o a abertura dos portos ao comércio estrangeiro (1808). No mesmo sentido, pretende-se investigar como as relações familiares e as alianças matrimoniais influenciavam na mobilidade social e nas formas de recrutamento e renovação deste grupo. Complementarmente, a análise das atividades mercantis também permitirá observar as transformações ocorridas no processo de urbanização de Porto Alegre durante o período abordado. A base documental desta etapa da investigação é composta principalmente pelos registros de casamento da freguesia Nossa Senhora do Rosário de Porto Alegre (1866-1872). Metodologicamente, busca-se estabelecer um diálogo entre história social e econômica e a história demográfica. De tal modo, espera-se contribuir para a historiografia do tema proposto, trazendo subsídios para estudantes e pesquisadores em diferentes etapas acadêmicas.

Coordenador: Gabriel Santos Berute

 

Ensino de Economia para a Vida: pesquisa, diálogos e produção de material didático sob as perspectivas substantiva e ecológica – 2024

Resumo: Este projeto objetiva sistematizar e elaborar conteúdos e recursos didáticos para o ensino de Economia voltado a estudantes regulares do ensino médio e tecnólogos do IFRS, que constituem área de atuação do proponente, e à comunidade em geral, sob perspectivas ecológica e substantiva. para uma formação cidadã para todas as dimensões da vida. Assim, amplia com novas perspectivas a pesquisa já em andamento.

A pesquisa objetiva aprofundar, reinterpretar, sistematizar e atualizar referências teóricas à luz de temas e abordagens contemporâneas, com exemplos e recursos contextualizados territorialmente, em diálogos no entorno do campus Viamão. Os produtos esperados devem constituir materiais didáticos para uso no ensino, mas também como subsídios à pesquisas, extensão e projetos. Os limites ambientais do planeta, as desigualdades sociais e econômicas e práticas solidárias e de cooperação serão dialogadas com abordagens gerais da ciência econômica, e em específico da economia política institucional substantiva, da economia ecológica e da economia solidária, além da gestão de organizações e do território e de outras áreas do conhecimento. Desde estas perspectivas, em especial dos referenciais substantivos, ecológicos e solidários, compreende-se que todos os ODS são, necessariamente, contemplados. Pois estes (além de outros) refletem os aspectos de uma perspectiva econômica centrada na vida e no bem viver. Além de pesquisa bibliográfica em referenciais teóricos buscar-se-ão exemplos ilustrativos de publicações (foco formato de redes sociais) e de práticas locais, como, por exemplo, as produções agroecológicas e o manuseio de áreas de preservação ambiental em diálogo com parceiros do campus Viamão (Ex.: Coperav – Cooperativa dos Produtores Orgânicos da Reforma Agrária de Viamão e Instituto Josué de Castro). A relação dialógica – problematização e perguntas provocadoras – será recurso metodológico tanto para oficinas (presenciais e ou virtuais) com parceiros/as como para a elaboração dos conteúdos e materiais didáticos. Espera-se a elaboração de tópicos com conteúdos didáticos escritos e de recursos de áudio e visuais que contextualizem, exemplifiquem e estimulem a imaginação e a interação dos estudantes em seus contextos de vida, emulando práticas transformadoras. E ainda, aprimorar a prática docente, ampliar interações com a comunidade e sintonizar o IFRS com temas fundantes da contemporaneidade, seja com subsídios aos projetos curriculares existentes e à formulação de novos, e a projetos que impactem o desenvolvimento local.

Coordenador: Gabriel Santos Berute

 

Aprendizagem significativa aplicada na construção de conhecimentos em Biologia Celular a acadêmicos de Enfermagem

Resumo: Esse projeto apresenta uma proposta de aplicar a aprendizagem significativa, tida como uma abordagem não tradicional, na construção de conhecimentos em Biologia Celular a acadêmicos de um curso de bacharelado em Enfermagem. Apresentam-se a justificativa, a hipótese e os objetivos do projeto. Na sequência, descreve-se o referencial teórico, discorrendo sobre a aprendizagem significativa e apresentando as competências do bacharel em enfermagem em consonância com a sua formação em Biologia Celular. Por fim, descreve-se a metodologia que será aplicada e apresenta-se o cronograma de execução do projeto.

Coordenador: Iury de Almeida Accordi

 

Escolha o apocalipse: problematizando a ciência a partir da ficção científica

Resumo: Como elemento de problematização na educação em ciências, a ficção científica pode ser trazida para o contexto da educação científica, para discutir a ciência em perspectiva ampla, oferecendo conexões com o contexto social e possíveis futuros imagináveis envolvendo tragédias universais ou terrestres, que se trata aqui como apocalipses. Dessa forma, propõe-se abordar os vários níveis de apocalipse, de modo a analisar as formas como a civilização, a humanidade, o planeta Terra ou o universo como um todo, podem perecer, embasando-se em evidências e teorias científicas, bem como demonstrar como os meios de comunicação e a cultura popular exploram essas formas de apocalipse se apropriando de bases científicas. Serão analisadas as formas como a civilização, a humanidade, o planeta Terra ou o universo como um todo podem perecer, embasando-se em evidências e teorias científicas baseados em pesquisa bibliográfica. Serão demonstrados como os meios de comunicação e a cultura popular exploram os tipos de apocalipse e quais os fundamentos científicos abordados nessas obras, adotando-se procedimentos de pesquisa documental e bibliográfica. Será apresentado ao público interno e externo ao Campus Viamão, teorias e evidências científicas sobre os diversos tipos de apocalipse a partir das mídias produzidas pela cultura popular em obras de ficção científica, oportunizando, dessa forma, reflexões e debates a respeito do que vai acontecer, o que pode vir a acontecer e o que pode ser evitado, utilizando-se de observação participante. Os resultados dessa pesquisa serão compilados em uma base de dados que classificará os produtos midiáticos de acordo com o nível e tipologia em que se enquadram e os analisará à luz do conhecimento científico. Como produto dessa pesquisa projeto, será produzido um e-book intitulado “O Livro dos Apocalipses conforme a ciência”, compilando as informações e as análises feitas ao longo das atividades realizadas.

Coordenador: Iury de Almeida Accordi

 

Inovação em Educação Matemática

Resumo: Esta pesquisa pretende investigar e desenvolver propostas inovadoras para o ensino e a aprendizagem de matemática na educação básica numa perspectiva complexa e transdisciplinar.

Os objetivos do trabalho são: (i) o desenvolvimento de métodos de ensino e aprendizagem que provoquem e desenvolvam a aprendizagem matemática do aluno por meio da utilização de processos didáticos alternativos e inovadores; (ii) a construção de uma fundamentação epistemológica do processo de inovação em educação matemática; (iii) o desenvolvimento de métodos de pesquisa para ambientes educativos inovadores; e (iv) a formação de professores para a prática educativa inovadora.

Desta maneira, esta proposta de pesquisa justifica-se academicamente, pois saber analisar e relacionar fatos e fenômenos da realidade criticamente é a formação mínima esperada de quem frequenta os bancos escolares. Porém, o conhecimento transmitido de maneira fragmentada pela escola não está cumprindo a função social de capacitar os estudantes para enfrentar a realidade complexa do mundo moderno. Desta maneira é preciso investigar, fundamentar e propor modelos didáticos inovadores, principalmente no ensino de matemática.

Metodologicamente, este projeto será desenvolvido numa abordagem qualitativa na perspectiva de pesquisa aplicada, conforme Gerhardt e Silveira (2009). As propostas inovadoras que serão construídas no projeto serão aplicadas em atividades com alunos voluntários dos cursos de ensino médio do Campus Viamão do IFRS.

Como resultados espera-se construir propostas inovadores para o ensino e a aprendizagem de matemática no ensino básico, fundamentar epistemologicamente o processo educativo inovador, desenvolver métodos de pesquisa e proporcionar formação de docentes para a utilização da inovação nas suas práticas educativas.

Coordenador: Luciano Sant Ana Agne

 

O consumidor vulnerável na economia circular da moda

Resumo: A economia circular aplicável a diferentes setores da economia vem ampliando sua importância na sociedade. Uma das indústrias que vem adotando a economia circular é a de moda, especificamente vestuário, um dos setores de que mais polui o meio ambiente. Nesse contexto, o estudo busca compreender a experiência do consumidor vulnerável. O consumidor vulnerável sofre influências que o levam a tomar decisões que prejudicam o seu próprio bem-estar. A vulnerabilidade pode estar relacionada a fatores internos, externos e ao conjunto dessas características. No presente estudo, o consumidor vulnerável a ser analisado é o consumidor de baixa renda e escolaridade. Será examinada a percepção do consumidor vulnerável e suas motivações e resistências para o consumo de serviços de reutilização de roupas. Esses serviços vêm crescendo no Brasil e possibilitam o reuso de roupas, contribuindo para o meio ambiente, e, também, para o acesso ao vestuário, que poderia ser dificultado devido ao valor financeiro de peças novas. Busca-se compreender como os serviços de reutilização de roupas, por meio da economia circular da moda, pode ajudar positivamente o bem-estar do consumidor vulnerável. Os resultados da pesquisa contribuirão para o desenvolvimento de propostas de serviços transformadores que atuam no setor de vestuário.

Coordenador: Luiza Venzke Bortoli Foschiera

 

O consumidor vulnerável na economia circular da moda – fase II

Resumo: A economia circular vem ampliando sua importância na sociedade. Um dos setores em que é possível perceber a adoção da economia circular é o de moda, especificamente vestuário, que também é um dos que mais polui o meio ambiente. Esta pesquisa visa compreender a experiência do consumidor vulnerável nesse contexto. A vulnerabilidade pode estar relacionada a fatores internos, externos e ao conjunto dessas características. No presente estudo, busca-se compreender como o consumidor com baixa escolaridade e renda atua na economia circular. Pessoas em vulnerabilidade possuem intensa participação no modelo que busca reutilizar, reciclar e prolongar a vida útil de bens. A adoção de práticas da economia circular no setor da moda é uma forma de possibilitar o consumo a pessoas que não possuem acesso aos mesmos na estrutura linear. Ao mesmo tempo, esse consumo torna-se relevante para a máxima utilização dos recursos, visando um consumo com menor dano ambiental. Esta pesquisa analisará a percepção do consumidor vulnerável, suas motivações, resistências e trabalho empregado para o vestuário dentro da perspectiva da economia circular. Busca-se compreender como a adoção de práticas vinculadas à economia circular da moda pode impactar o bem-estar do consumidor vulnerável. Os resultados da pesquisa contribuirão para o desenvolvimento de propostas de serviços transformadores que atuam no setor de vestuário.

Coordenador: Luiza Venzke Bortoli Foschiera

O impacto da diplomacia no comércio exterior brasileiro: inflexões a partir do golpe de 2016

Resumo: Ao longo dos últimos vinte anos o Brasil posicionou-se de distintas formas em termos de parcerias comerciais, dadas pela sua orientação na Política Externa. Entre 2002 e 2016, a aproximação com países do Sul Global teve como reflexo a diversificação de mercados e a exportação de produtos com maior intensidade tecnológica. A partir do rompimento da lógica desenvolvimentista nas diretrizes das Relações Internacionais Brasileiras, evidenciaram se impactos negativos nessas promissoras relações comerciais. O presente projeto visa a produção de materiais didáticos e paradidáticos para o Ensino Médio na demonstração das relações entre a Política Externa Brasileira e a Balança Comercial e seus impactos no desenvolvimento econômico do país.

Coordenador: Maira Bae Baladao Vieira

 

Divulgação de estudo dos potenciais para o desenvolvimento do terroir vitivinícola do Distrito Federal: fatores ambientais, humanos e perspectivas de sustentabilidade

Resumo: A vitivinicultura tem se mostrado uma oportunidade de desenvolvimento para o agronegócio do Distrito Federal. Atualmente, já são mais de dez vinícolas existentes, e que foram constituídas nos últimos cinco anos. Isto mostra a força da vitivinicultura do DF, assim como uma alternativa para o desenvolvimento regional e do agronegócio. Como forma de contribuir com o agronegócio do Distrito Federal, este projeto propõe identificar potenciais para o desenvolvimento do terroir vitivinícola do Distrito Federal, considerando ativos territoriais, identidade e fatores de sustentabilidade. Como forma de atingir este objetivo, estruturou-se o projeto em quatro grandes eixos: identidade, inovação, terroir e sustentabilidade. Os eixos não devem ser vistos como itens isolados, são usados apenas como forma de organização da pesquisa, uma vez que a construção de um terroir pressupõe relações. Desta forma, o projeto propõe entregar os seguintes produtos: mapas temáticos da região do Distrito Federal; diagnóstico da vitivinicultura da região do Distrito Federal até o momento; cartilha de boas práticas para vitivinicultoras da região (com vídeos); levantamento de áreas e variedades em 3 vinícolas da região; curso MOOC (Massive Open Online Course)/FIC (Formação Inicial Continuada) na área de manejo da videira; ciclo de palestras no Distrito Federal sobre a identidade, inovação, terroir e sustentabilidade; site contendo os principais resultados do projeto e informações relevantes para auxiliar os produtores de uva da região do Distrito Federal; avaliação do potencial qualitativo regional, com base na maturação tecnológica, para a variedade Syrah; estimativa de demanda evaporativa atmosférica durante o ciclo vegetativo:produtivo em manejos de plantas com poda de verão e podas invertidas, com colheitas de inverno; diagnóstico pontual, ao definir um cadastro vitícola regionalizado, o qual refletirá a realidade atual e possibilitará estudos e projetos futuros de implantação de vinhedos na região; diagnóstico de fertilidade, física de solo e plantas com um levantamento exploratório e reconhecimento pedológico e nutricional dos vinhedos estudados no projeto para, consequentemente, observar sua utilização e contribuição para a melhora na qualidade vitienológica; um artigo científico relacionado à temática voltada à identificação de atores e dinâmicas do ecossistema vitivinícola e suas relações com outros ecossistemas locais e de inovação; e apresentação dos resultados em dois eventos acadêmicos (com publicação de resumo em anais). Já estão sendo desenvolvidas diversas pesquisas de campo no DF, todavia, é fundamental que sejam divulgadas as ações desenvolvidas para a sociedade como um todo através de materiais informativos e redes sociais. Dessa forma, esse projeto foi desenvolvido para auxiliar na divulgação dos resultados, fazendo uma análise comparativa com as regiões vitivinícolas do Rio Grande do Sul e promovendo o desenvolvimento social e econômico.

Coordenador: Priscila Silva Esteves

 

IFRS Contribui – 5° ano

Resumo: A Rede Federal de Ensino tem como uma de suas bases a ideia de diálogo intenso com as comunidades acadêmicas. Neste fluxo de trocas com a sociedade, e, conjuntamente, sendo motivados pela pandemia de Covid-19, surgiu (em 2020) o IFRS Contribui, projeto indissociável multicampi que atende autônomos, micro e pequenos empreendedores, cooperativas e demais vocações sociais e produtivas locais das regiões onde o IFRS está presente. Neste contexto, surgiu a necessidade de estruturar esse projeto de forma a conectar extensão, ensino e pesquisa para gerar maiores oportunidades aos estudantes em todas as áreas de atuação que estão envolvidas na concepção do IFRS Contribui desde o início da pandemia. Este projeto, portanto, objetiva construir uma relação dialógica com a comunidade de modo a localizar demandas e socializar conhecimentos e potencializar os arranjos produtivos locais de modo a promover o desenvolvimento dos territórios nos quais estão estabelecidos seus campi, disponibilizando tecnologias da área de gestão e negócios de acordo com as necessidades manifestadas pelos empreendimentos locais e convertendo-as em ações de ensino e pesquisa a partir das assessorias realizadas. Dessa forma, buscar-se-á uma interconexão entre o setor empresarial e o setor acadêmico, unindo organizações a profissionais e estudantes dos Institutos Federais, na tentativa de minimizar os impactos socioeconômicos ocasionados pela pandemia do Covid-19. Para tal, contará com o apoio das diversas competências existentes em distintos campi do IFRS. O IFRS Contribui já recebeu mais de 100 demandas de organizações, realizou mais de 50 lives com os mais variados temas para pequenos empreendedores e disponibilizou textos e cartilhas gratuitamente sobre conteúdos relacionados a temas de interesse para que estes empreendedores pudessem enfrentar, de forma mais facilitada, a crise

gerada pela Pandemia do Covid-19. Nessas ações, durante os 4 anos que o projeto está sendo desenvolvido, estiveram envolvidos mais de 50 servidores de 12 campi distintos do IFRS. Após a divulgação dos objetivos do projeto às comunidades externa e interna, as organizações interessadas em participar serão assistidas pela equipe do projeto que irá propor, entre outros, um diagnóstico preliminar dos problemas apontados pelos empreendedores, em conformidade com as qualificações dos membros desta proposta de atividade indissociável. Após o diagnóstico preliminar, os membros do projeto e os estudantes voluntários e bolsistas, cujas qualificações sejam capazes de agregar valor aos problemas apontados, passarão a acompanhar a implementação da alternativa de resolução da problemática trazida à consulta da equipe deste projeto. Pretende-se realizar pelo menos 3 encontros virtuais, incluindo o período de diagnóstico, indicação de soluções e indicação das estratégias traçadas aos demandantes a partir dos problemas trazidos.

Além disso, de forma paralela, serão realizados cursos específicos para empreendedores nas áreas mais demandadas (esses cursos já foram realizados na área de Marketing digital nos anos de 2022 e 2023). Essas atividades de extensão realizadas com a comunidade externa (que já serviram de base para a curricularização da extensão nos campi) serão acompanhadas de ações de pesquisa (como, por exemplo, para elaborar as estratégias para cada demandante) e de ensino (a partir da aplicabilidade dos conteúdos através de utilização dos cases em sala de aula e da inter-relação estabelecida entre as disciplinas dos cursos e os estudantes envolvidos no projeto). Esta é a quarta submissão do projeto no edital indissociável, e este é o quinto ano de atuação no projeto. Seu reconhecimento a importância podem ser evidenciados, também, através do recebimento do “Prêmio SEBRAE de Educação Empreendedora, 2a edição” no ano de 2022.

Coordenador: Priscila Silva Esteves

 

Estratégia de Dados e seus efeitos nas capacidades de gestão da informação no desempenho organizacional

Resumo: A transformação digital demanda uma gestão estratégica de dados que irá desenvolver novos direcionamentos para as organizações. O ecossistema de negócios digital, tem aumentado o volume de dados sobre clientes, de processos, de cadeias de suprimentos, de tendências, dentre outros. A estratégia de dados é o fator fundamental no alinhamento entre as capacidades de gestão de informação. Este alinhamento pressupõe um melhor desempenho de dados, corporativo e competitivo de organizações públicas e privadas. Esse projeto se propõe a investigar as capacidades de gestão da informação, como predecessora de desempenho, influenciada pela estratégia de dados. As hipóteses desenvolvidas têm como base estudos da literatura e de pesquisas em andamento do grupo Capacidades de Informação e de Tecnologia Digital (CITD) do CNPq e faz parte de um projeto maior em parceria com esses pesquisadores. Resumidamente, as hipóteses estão articuladas como segue: (a) A Estratégia de Dados impacta positivamente às Capacidades de Gestão da Informação (Data Literacy, Enriquecimento de Dados, Governança de Dados, Cultura Orientada a Dados, Big Data Analytics e Técnica Analítica); (b) As Capacidades de Gestão da Informação impactam positivamente o Desempenho (Corporativo, de Uso de Dados e de Vantagem Competitiva). Argumenta-se que as hipóteses são plausíveis de serem observadas pois atendem os interesses notórios de organizações públicas e privadas em modelos e processos para gestão de dados, produtos desta proposta. A estratégia metodológica será aplicação de métodos mistos: Qualitativo x Quantitativo, baseado em técnicas de coleta de dados entrevistas, estudos de caso, survey e dados secundários. Os resultados serão consolidados para apresentação integrada dos achados com as organizações e com a academia.

Coordenador: Rafael Alfonso Brinkhues

 

Experiências de aprendizagem gamificadas para os Projetos Integradores dos ingressantes no Ensino Médio Integrado do campus Viamão do IFRS

Resumo: O projeto busca criar atividades gamificadas para engajar os alunos ingressantes, combinando elementos de jogos interativos para melhorar o desempenho acadêmico e a absorção de conhecimento. A gamificação será aplicada nos cursos de Técnico em Administração e Técnico em Meio Ambiente, integrados ao Ensino Médio. A pesquisa tem uma base teórica sólida sobre gamificação e métodos de ensino inovadores, com o objetivo de aprimorar o processo educacional, atender às demandas da Lei dos Institutos Federais e promover a inserção regional dos estudantes. A metodologia envolve pesquisa documental, entrevistas, pensamento computacional e o uso de plataformas de gamificação, como H5P e Scratch, por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle.

Coordenador: Richard Roos Cechin

 

Diagnóstico ambiental de nascentes do Parque Saint’Hilaire – Zona Norte

Resumo: A poluição de nascentes, assim como a degradação de suas Áreas de Preservação Permanente (APPs), continua sendo um problema presente no Parque Natural Municipal Saint’Hilaire (PNMSH) de Viamão. As invasões, seja por ocupações irregulares ou por outras atividades diversas como caça, desmatamento e queimadas, têm provocado impactos que podem comprometer a qualidade ambiental desses mananciais. Conhecer a situação ambiental é necessário para adotar medidas adequadas de restauração e proteção das nascentes e do seu entorno. Assim sendo, dando continuidade ao projeto iniciado no ano de 2022, em parceria com a gestão da unidade de conservação para atender ao projeto Águas para o Futuro do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), esta pesquisa se propõe a diagnosticar ambientalmente as nascentes e APPs do Saint’Hilaire, zona norte do Parque. Para tanto, será realizado o mapeamento das nascentes e depois analisados 20 (vinte) parâmetros qualitativos, sendo 14 (quatorze) aplicados a nascentes e 6 (seis) para APPs. Esses parâmetros serão medidos por meio de atributos para definir o grau de preservação das nascentes. Com isso, pretende-se entregar para a unidade de conservação e ao Ministério Público, produtos, tais como, mapas temáticos indicando o grau de preservação das nascentes junto com banco de dados georreferenciados, o qual poderá ser utilizado em plataformas web maps de acesso gratuito.

Coordenador: Robson Garcia da Silva

 

Diagnóstico ambiental de nascentes do Parque Saint’Hilaire – Zona Oeste

Resumo: As invasões no Parque Natural Municipal Saint Hilaire de Viamão, nos últimos anos, seja por ocupações habitacionais irregulares ou por outras atividades, como caça, desmatamento e despejos de esgotos e de resíduos sólidos, têm provocado impactos que podem comprometer a qualidade ambiental das nascentes e de suas Áreas de Preservação Permanentes (APPs). Conhecer a situação ambiental desses recursos hídricos é fundamental para avaliar o seu grau de preservação e adotar medidas adequadas para fiscalização, restauração e proteção do seu entorno. Assim sendo, dando continuidade ao projeto iniciado no ano de 2022, que já mapeou e analisou quarenta e cinco (45) nascentes das zonas sul, leste e norte do Parque, esta pesquisa se propõe a diagnosticar ambientalmente as nascentes e APP ́s do Saint’Hilaire localizadas na zona oeste. Para isso, será realizado o mapeamento desses mananciais e depois analisados vinte (20) parâmetros, sendo quatorze (14) aplicados às nascentes, quais sejam: processos (erosão ou assoreamento) observados na nascente, cor, turbidez, odor, resíduos sólidos, materiais flutuantes, óleos e graxas, esgoto, eutrofização, acesso de animais, uso por humanos, facilidade de acesso, proximidade com residências ou criatórios e proximidade com equipamentos de infraestrutura; e seis (6) analisados em APPs, como processos (erosão ou assoreamento) observados na APP, resíduos sólidos, esgoto, vegetação, acesso de animais e impacto na APP. Esses parâmetros serão medidos por meio de atributos observacionais, com valores distribuídos em um (1), dois (2), ou três (3), os quais indicarão as suas ausências ou presenças nas nascentes e APPs. Por fim, com este estudo será possível gerar produtos como mapas temáticos e banco de dados georreferenciados — indicando o grau de preservação das nascentes — que será utilizado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul para o desenvolvimento do Projeto Proteção de Nascentes no município de Viamão.

Coordenador: Robson Garcia da Silva

 

A centralidade da linguagem na experiência psicanalítica – Fase III

Resumo: Agora em seu terceiro ano, o presente projeto de pesquisa se propõe a compreender a importância e o papel da linguagem na obra de Jacques Lacan, a partir da identificação dos principais conceitos que fundamentam a compreensão de Lacan sobre o papel da linguagem e de um aprofundamento da importância das relações conceituais entre a obra de Lacan e de Sigmund Freud. O projeto se constrói metodologicamente de forma hermenêutica, com base na interpretação de obras selecionadas de Jacques Lacan e Sigmund Freud e com o auxílio de comentadores. O processo será dialético, no sentido de colocar em diálogo, autores, comentadores, relatos de experiências e percepções coletadas na vivência da realidade atual. Este articula ensino ao envolver as turmas de Ensino Médio da disciplina de Filosofia, extensão na medida em que vai apresentar seus resultados para a comunidade e dialoga com a realidade e pesquisa na interpretação dos textos de Freud e Lacan. Com este projeto buscamos dialogar com a realidade atual e com a comunidade local e científica através de encontros de estudos, participação em eventos e produção de artigos científicos e capítulos de livros.

Coordenador: Rogerio Foschiera

 

Ética e autenticidade em Charles Taylor – Fase II

Resumo: Taylor parte das ideias de Allan Bloom para criticar severamente a ideia de juventude cultivada nos dias atuais. O traço principal desta visão da vida é a aceitação de um relativismo acomodatício. Todos têm seus próprios valores e é impossível argumentar sobre os mesmos. Não se trata de uma posição epistemológica, de uma visão sobre os limites do que a razão pode garantir. Trata-se de uma moral em que qualquer valor deve ser aceito sem discussão. Tais valores são objeto de decisões pessoais e, como tais têm que ser respeitados, sem que se pergunte por uma norma geral, válida para todos.

Em outras palavras, para Taylor, todos têm o direito de desenvolver sua própria forma de vida, fundada num sentido próprio do que tem importância ou tem valor. Pede-se às pessoas que sejam fiéis a si mesmas e busquem sua auto realização. Em que isto consiste cabe, em última instância, a cada um determinar. Nenhuma pessoa pode ditar seu conteúdo. Esta é hoje uma postura bastante conhecida. Reflete o que se poderia chamar de individualismo da auto realização, tão difundido em nossa época, e que se fortaleceu especialmente nas sociedades ocidentais desde os anos 60. Este individualismo centra-se no eu e numa inconsciência das grandes questões ou inquietudes que transcendem o eu, sejam elas religiosas, políticas ou históricas. Como consequência a vida se limita e, ao final, perde o sentido.

Taylor afirma estar de acordo com muitas críticas que autores como Daniel Bell, Christopher Lasch e Gilles Lipovetsky fazem da cultura contemporânea, pois acredita que o relativismo hoje em dia amplamente adotado constitui um profundo erro e em certos aspectos até se auto anula. A cultura da auto realização tem levado muitas pessoas a perder de vista aquelas preocupações que as transcendem. Muitos têm adotado formas de vida trivializadas e autoindulgentes. Isto pode resultar numa espécie de absurdo, na medida em que aquelas pessoas que se esforçam para ser elas mesmas tendem a se conformar com as ideias dominantes. Além disso, geram-se novas formas de dependência, na medida em que as pessoas inseguras de sua identidade se voltam para toda a sorte de tipos de autoajuda e de gurus que se mascaram pelo prestígio da ciência ou por uma espiritualidade exótica.

Taylor percebe, porém, em Bloom um desprezo pela cultura que está descrevendo. Não parece reconhecer que existe um poderoso ideal moral em ação, por mais confusa que possa ser sua expressão. O ideal moral que sustenta a auto realização é o ideal de ser fiel a si mesmo, em uma compreensão especificamente moderna do termo. Taylor toma de Lionel Trilling o termo autenticidade para definir o ideal contemporâneo.

2 O ideal moral

O que se entende por ideal moral? Trata-se de um modo de vida melhor ou superior, em que melhor e superior se definem não em função do que se deseja ou se necessita, mas do que se oferece como norma do que se deve desejar. A força de termos como narcisismo ou hedonismo está no fato de que no núcleo deles não atua nenhum ideal moral, fazendo-os operar só na superfície ou na autoindulgência. Tal como disse Bloom: Há uma certa retórica de auto realização que dá um ar de encanto a esta vida, mas não há nada de especialmente nobre. A luta pela sobrevivência substituiu o heroísmo como qualidade digna de admiração. Não há dúvidas de que narcisismo e hedonismo são descrições válidas para algumas pessoas, até para muitas, mas constitui um grande erro pensar que expressam tudo o que está havendo na atual mudança da cultura. É fundamental compreender esse ideal se se quer explicar inclusive por que é utilizado como desculpa por parte dos autoindulgentes.

Neste caso, é importante compreender a força moral que respalda noções como a da auto realização. Enquanto se explicar isto simplesmente como uma espécie de egoísmo, ou uma autoindulgência com respeito a uma época anterior, mais dura e exigente, perde-se o rumo. Falar de permissividade é errar o alvo. Segundo Taylor, lassitude moral existe e esta época não é singular nisto. O que se necessita explicar é o que de peculiar existe hoje. Não se trata apenas das pessoas que sacrificam suas relações sentimentais e o cuidado dos filhos para dedicar-se a uma carreira profissional. O importante da questão está em que muitas pessoas se sentem chamadas a trabalhar deste modo, em crer que devem atuar assim e têm a impressão de que desperdiçariam suas vidas não agindo dessa forma.

Nosso autor afirma que o que se perde nesta crítica é a força moral do ideal da autenticidade. Esta permanece, de algum modo, implicitamente desacreditada, junto com suas formas contemporâneas. Que a adesão à autenticidade tome a forma de relativismo fácil, significa que a vigorosa defesa de qualquer ideal moral fica de algum modo fora de consideração. Suas implicações, tal como foram descritas anteriormente, indicam que algumas formas de vida são superiores a outras, e a cultura da tolerância frente à auto realização individual se retrai ante tais pretensões. Isto significa que há algo contraditório e contraproducente em sua postura, já que o relativismo mesmo se vê impulsionado, ao menos parcialmente, por um ideal moral. De modo coerente ou não, esta é a postura habitualmente adotada. O ideal se apresenta como axioma, algo que não se põe em discussão, porém que tampouco se explica.

Taylor destaca que, ao adotar o ideal, as pessoas da cultura da autenticidade prestam apoio a um tipo de liberalismo que tem sido abraçado por muitos outros. Trata-se do liberalismo da neutralidade. Um de seus princípios básicos é que uma sociedade liberal deve ser neutra em questões que dizem respeito ao que constitui o bem viver. O bem viver é aquilo que cada indivíduo busca à sua maneira; um governo faltaria à imparcialidade, e portanto ao respeito equitativo aos cidadãos, se tomasse partido nesta questão. Mesmo que muitos autores desta escola sejam apaixonados oponentes do relativismo brando (Dworkin e Kymlicka entre eles), o resultado de sua teoria consiste em relegar as discussões sobre o bem viver para a margem do discurso político. Como resultado se tem a incapacidade de articular um dos ideais constitutivos da cultura moderna. Seus adversários o depreciam e seus partidários não podem falar dele. O debate em seu conjunto permanece na sombra. Isto tem consequências prejudiciais. Mas existem outros fatores que contribuem para intensificar este silêncio.

Um deles é a influência que tem o subjetivismo moral em nossa cultura. Por ele se compreende a visão segundo a qual as posturas morais não se fundam na razão nem na natureza das coisas, mas que em última instância são adotadas por cada um porque ele assim o quer. Segundo este ponto de vista, a razão não pode mediar disputas morais. Naturalmente alguém pode apontar certas consequências de uma determinada posição nas quais o outro não tenha pensado. Porém, se o interlocutor se mantém na postura inicial, nada mais pode ser dito para contradizê-lo.

Os fundamentos desta visão são complexos e vão bastante além das razões morais de um relativismo brando, mesmo que o subjetivismo proporcione um claro respaldo a este relativismo. Evidentemente, muitas pessoas imersas na cultura contemporânea da autenticidade se sentem felizes adotando esta compreensão do papel, ou ausência de papel, da razão. O mais surpreendente é que assim se sentem também muitos de seus oponentes, que se vêem levados ao desespero. Se os jovens não se preocupam realmente com as causas que transcendem o eu, o que se lhes pode dizer então? Naturalmente, há críticos que sustentam que existem critérios morais da razão. Pensam que existe algo como a natureza humana e que a compreensão da mesma mostrará que certas formas de vida são corretas e outras errôneas, que umas são superiores e melhores que outras. As raízes desta postura se encontram em Aristóteles. Por contraposição, os subjetivistas modernos tendem a ser muito críticos com Aristóteles, e dizem que sua biologia metafísica está hoje em descrédito. Os filósofos que pensam deste modo, porém, têm sido contrários ao ideal da autenticidade; consideram-no um desvio errôneo do modelo fundamentado na natureza humana. Estas éticas aristotélicas não têm razão para articular um ideal da autenticidade; e os subjetivistas não o fazem exatamente por serem subjetivistas.

Um terceiro fator que tem obscurecido a importância da autenticidade como ideal moral tem sido a forma normal de explicação das ciências sociais. Estas se têm abstido de invocar ideais morais e têm assim aberto mão de fatores essenciais em sua explicação. Deste modo os traços da modernidade aqui enfocados: o individualismo e a expansão da razão instrumental têm sido tratados como subprodutos das mudanças sociais ou como efeitos indiretos da industrialização ou da maior mobilidade, ou da urbanização. As relações causais são fundamentais, para explicar as atuais mudanças de cultura e de perspectiva, mas alguns autores tendem a omitir o poder intrínseco dos ideais morais.

3 Autenticidade e mudanças sociais

Naturalmente é necessário explicar as mudanças sociais que, supostamente, engendram essa nova perspectiva e isto faz com que se recorra às motivações humanas, a menos que se suponha que a industrialização, ou o crescimento das cidades, ocorreram num momento de distração.

Para Taylor, necessita-se de alguma noção que explique o que era que movia as pessoas a atuarem firmemente, seguindo um rumo regular, um rumo que, por exemplo, apontava para uma aplicação cada vez maior da tecnologia à produção, ou a maiores concentrações de população. O que geralmente se invoca, porém, são motivações que não são de ordem moral. Motivações que podem impulsionar as pessoas, sem conexão com ideal moral algum, tal como definido anteriormente. Frequentemente essas mudanças sociais são explicadas em função do desejo de maior riqueza ou de poder, ou de meios de sobrevivência ou de controle sobre os outros. Hoje, para que uma explicação seja considerada sólida e científica deve omitir os ideais morais, mesmo que todas as coisas sejam tramadas a partir deles.

No dizer de Taylor, mesmo quando a liberdade individual e o desenvolvimento da razão instrumental se tomam como ideias cujo atrativo intrínseco pode ajudar a explicar sua aceitação, este atrativo é visto com frequência em termos não morais. Ou seja, o poder destas ideias se entende não em termos de força moral, mas em função das vantagens que parece oferecer às pessoas, independente de sua visão moral, ou da ausência de qualquer visão moral. A liberdade permite fazer o que se quer e a maior aplicação da razão instrumental oferece mais do que se deseja, seja o que for.

O resultado disto consiste em tornar mais densa a escuridão que cerca o ideal moral da autenticidade. Os críticos da cultura contemporânea o menosprezam como ideal, e o confundem com um desejo não moral de fazer o que se quer sem interferências. Os defensores desta cultura se veem incapacitados de articular a questão por sua própria perspectiva. A força geral do subjetivismo no mundo filosófico atual e o poder do liberalismo neutral intensificam a sensação de que não se pode nem se deve falar destes temas. E, além disso, as ciências sociais parecem estar dizendo que, para compreender tais fenômenos como a cultura contemporânea da autenticidade, não se deve recorrer a coisas tais como ideais morais, mas que se deve considerar tudo isto em termos de mudanças recentes no modo de produção, de novos padrões de consumo juvenil, ou da segurança e da opulência. Muitas das coisas que os críticos da cultura contemporânea atacam são formas degradadas e pervertidas deste ideal. Isto é, procedem dele, e aqueles que as põem em prática apelam a ele, mas de fato não representam uma autêntica realização do ideal em si mesmo. O relativismo brando é pertinente neste caso. Bloom adverte que ele tem uma base moral: a relatividade da verdade não é uma intuição teórica, mas um postulado moral, a condição de uma sociedade livre, como creem os jovens estudantes. Mas a relatividade da verdade engana e trai esta intuição moral.

Algo similar se pode observar nas apelações à autenticidade que servem de justificação para omitir tudo o que transcende o eu: a rejeição do passado considerado irrelevante; a negação das exigências da cidadania, ou dos deveres da solidariedade, ou das necessidades do meio ambiente natural. De forma parecida, justificar em nome da autenticidade a auto realização individual é uma paródia que se anula a si mesma. A afirmação do poder de escolha como um bem que será maximizado constitui um produto pervertido do ideal.

O que Taylor quer sugerir é uma posição distinta tanto dos defensores quanto dos críticos da cultura contemporânea. Ao contrário dos defensores, ele não acredita que tudo seja como deveria ser nesta cultura. Nisto está de acordo com os críticos. Porém, ao contrário destes, crê que a autenticidade deve ser tomada seriamente como ideal moral. Diverge também de diversas posições intermediárias, que sustentam que há algumas coisas boas nesta cultura, como uma maior liberdade para o indivíduo, porém que essas são conseguidas ao custo de alguns perigos, como o enfraquecimento do sentido de cidadania, de modo que a melhor política de cada um consiste em encontrar o ponto ideal de negociação entre vantagens e custos. Taylor oferece uma descrição de um ideal que se degradou, porém que em si mesmo vale a pena e resulta, de fato, impossível de ser repudiado pelos modernos. O que se necessita não é uma condenação desde a raiz nem um louvor desprovido de qualquer crítica, nem tampouco um intercâmbio cuidadosamente equilibrado. O que faz falta é um trabalho de recuperação, que ajude a restaurar a prática.

Para conseguir isto Taylor destaca que precisa acreditar em três coisas, todas elas controvertidas: 1. que a autenticidade é um ideal válido; 2. que se pode argumentar razoavelmente sobre os ideais e sobre a conformidade da prática com estes ideais; 3. que estas argumentações engendram uma diferença.

Coordenador: Rogerio Foschiera

A centralidade da linguagem na experiência psicanalítica – Fase IV

Resumo: Agora em seu quarto ano, o presente projeto de pesquisa se propõe a compreender a importância e o papel da linguagem na obra de Jacques Lacan, a partir da identificação dos principais conceitos que fundamentam a compreensão de Lacan sobre o papel da linguagem e de um aprofundamento da importância das relações conceituais entre a obra de Lacan e de Sigmund Freud. O projeto se constrói metodologicamente de forma hermenêutica, com base na interpretação de obras selecionadas de Jacques Lacan e Sigmund Freud e com o auxílio de comentadores. O processo será dialético, no sentido de colocar em diálogo, autores, comentadores, relatos de experiências e percepções coletadas na vivência da realidade atual. Este articula ensino ao envolver as turmas de Ensino Médio da disciplina de Filosofia, extensão na medida em que vai apresentar seus resultados para a comunidade e dialoga com a realidade e pesquisa na interpretação dos textos de Freud e Lacan. Com este projeto buscamos dialogar com a realidade atual e com a comunidade local e científica através de encontros de estudos, participação em eventos e produção de artigos científicos e capítulos de livros.

Coordenador: Rogerio Foschiera

 

Ética e autenticidade em Charles Taylor – Fase III

Resumo: Taylor parte das ideias de Allan Bloom para criticar severamente a ideia de juventude cultivada nos dias atuais. O traço principal desta visão da vida é a aceitação de um relativismo acomodatício. Todos têm seus próprios valores e é impossível argumentar sobre os mesmos. Não se trata de uma posição epistemológica, de uma visão sobre os limites do que a razão pode garantir. Trata-se de uma moral em que qualquer valor deve ser aceito sem discussão. Tais valores são objeto de decisões pessoais e, como tais têm que ser respeitados, sem que se pergunte por uma norma geral, válida para todos.

Em outras palavras, para Taylor, todos têm o direito de desenvolver sua própria forma de vida, fundada num sentido próprio do que tem importância ou tem valor. Pede-se às pessoas que sejam fiéis a si mesmas e busquem sua auto realização. Em que isto consiste cabe, em última instância, a cada um determinar. Nenhuma pessoa pode ditar seu conteúdo. Esta é hoje uma postura bastante conhecida. Reflete o que se poderia chamar de individualismo da auto realização, tão difundido em nossa época, e que se fortaleceu especialmente nas sociedades ocidentais desde os anos 60. Este individualismo centra-se no eu e numa inconsciência das grandes questões ou inquietudes que transcendem o eu, sejam elas religiosas, políticas ou históricas. Como consequência a vida se limita e, ao final, perde o sentido.

Taylor afirma estar de acordo com muitas críticas que autores como Daniel Bell, Christopher Lasch e Gilles Lipovetsky fazem da cultura contemporânea, pois acredita que o relativismo hoje em dia amplamente adotado constitui um profundo erro e em certos aspectos até se auto anula. A cultura da auto realização tem levado muitas pessoas a perder de vista aquelas preocupações que as transcendem. Muitos têm adotado formas de vida trivializadas e autoindulgentes. Isto pode resultar numa espécie de absurdo, na medida em que aquelas pessoas que se esforçam para ser elas mesmas tendem a se conformar com as ideias dominantes. Além disso, geram-se novas formas de dependência, na medida em que as pessoas inseguras de sua identidade se voltam para toda a sorte de tipos de autoajuda e de gurus que se mascaram pelo prestígio da ciência ou por uma espiritualidade exótica.

Taylor percebe, porém, em Bloom um desprezo pela cultura que está descrevendo. Não parece reconhecer que existe um poderoso ideal moral em ação, por mais confusa que possa ser sua expressão. O ideal moral que sustenta a auto realização é o ideal de ser fiel a si mesmo, em uma compreensão especificamente moderna do termo. Taylor toma de Lionel Trilling o termo autenticidade para definir o ideal contemporâneo.

O que se entende por ideal moral? Trata-se de um modo de vida melhor ou superior, em que melhor e superior se definem não em função do que se deseja ou se necessita, mas do que se oferece como norma do que se deve desejar. A força de termos como narcisismo ou hedonismo está no fato de que no núcleo deles não atua nenhum ideal moral, fazendo-os operar só na superfície ou na autoindulgência. Tal como disse Bloom: Há uma certa retórica de auto realização que dá um ar de encanto a esta vida, mas não há nada de especialmente nobre. A luta pela sobrevivência substituiu o heroísmo como qualidade digna de admiração. Não há dúvidas de que narcisismo e hedonismo são descrições válidas para algumas pessoas, até para muitas, mas constitui um grande erro pensar que expressam tudo o que está havendo na atual mudança da cultura. É fundamental compreender esse ideal se se quer explicar inclusive por que é utilizado como desculpa por parte dos autoindulgentes.

Neste caso, é importante compreender a força moral que respalda noções como a da auto realização. Enquanto se explica isto simplesmente como uma espécie de egoísmo, ou uma autoindulgência com respeito a uma época anterior, mais dura e exigente, perde-se o rumo. Falar de permissividade é errar o alvo. Segundo Taylor, lassitude moral existe e esta época não é singular nisto. O que se necessita explicar é o que de peculiar existe hoje. Não se trata apenas das pessoas que sacrificam suas relações sentimentais e o cuidado dos filhos para dedicar-se a uma carreira profissional. O importante da questão está em que muitas pessoas se sentem chamadas a trabalhar deste modo, em crer que devem atuar assim e têm a impressão de que desperdiçariam suas vidas não agindo dessa forma.

Nosso autor afirma que o que se perde nesta crítica é a força moral do ideal da autenticidade. Esta permanece, de algum modo, implicitamente desacreditada, junto com suas formas contemporâneas. Que a adesão à autenticidade tome a forma de relativismo fácil, significa que a vigorosa defesa de qualquer ideal moral fica de algum modo fora de consideração. Suas implicações, tal como foram descritas anteriormente, indicam que algumas formas de vida são superiores a outras, e a cultura da tolerância frente à auto realização individual se retrai ante tais pretensões. Isto significa que há algo contraditório e contraproducente em sua postura, já que o relativismo mesmo se vê impulsionado, ao menos parcialmente, por um ideal moral. De modo coerente ou não, esta é a postura habitualmente adotada. O ideal se apresenta como axioma, algo que não se põe em discussão, porém que tampouco se explica.

Taylor destaca que, ao adotar o ideal, as pessoas da cultura da autenticidade prestam apoio a um tipo de liberalismo que tem sido abraçado por muitos outros. Trata-se do liberalismo da neutralidade. Um de seus princípios básicos é que uma sociedade liberal deve ser neutra em questões que dizem respeito ao que constitui o bem viver. O bem viver é aquilo que cada indivíduo busca à sua maneira; um governo faltaria à imparcialidade, e portanto ao respeito equitativo aos cidadãos, se tomasse partido nesta questão. Mesmo que muitos autores desta escola sejam apaixonados oponentes do relativismo brando (Dworkin e Kymlicka entre eles), o resultado de sua teoria consiste em relegar as discussões sobre o bem viver para a margem do discurso político. Como resultado se tem a incapacidade de articular um dos ideais constitutivos da cultura moderna. Seus adversários o depreciam e seus partidários não podem falar dele. O debate em seu conjunto permanece na sombra. Isto tem consequências prejudiciais. Mas existem outros fatores que contribuem para intensificar este silêncio.

Um deles é a influência que tem o subjetivismo moral em nossa cultura. Por ele se compreende a visão segundo a qual as posturas morais não se fundam na razão nem na natureza das coisas, mas que em última instância são adotadas por cada um porque ele assim o quer. Segundo este ponto de vista, a razão não pode mediar disputas morais. Naturalmente alguém pode apontar certas consequências de uma determinada posição nas quais o outro não tenha pensado. Porém, se o interlocutor se mantém na postura inicial, nada mais pode ser dito para contradizê-lo.

Os fundamentos desta visão são complexos e vão bastante além das razões morais de um relativismo brando, mesmo que o subjetivismo proporcione um claro respaldo a este relativismo. Evidentemente, muitas pessoas imersas na cultura contemporânea da autenticidade se sentem felizes adotando esta compreensão do papel, ou ausência de papel, da razão. O mais surpreendente é que assim se sentem também muitos de seus oponentes, que se veem levados ao desespero. Se os jovens não se preocupam realmente com as causas que transcendem o eu, o que se lhes pode dizer então? Naturalmente, há críticos que sustentam que existem critérios morais da razão. Pensam que existe algo como a natureza humana e que a compreensão da mesma mostrará que certas formas de vida são corretas e outras errôneas, que umas são superiores e melhores que outras. As raízes desta postura se encontram em Aristóteles. Por contraposição, os subjetivistas modernos tendem a ser muito críticos com Aristóteles, e dizem que sua biologia metafísica está hoje em descrédito. Os filósofos que pensam deste modo, porém, têm sido contrários ao ideal da autenticidade; consideram-no um desvio errôneo do modelo fundamentado na natureza humana. Estas éticas aristotélicas não têm razão para articular um ideal da autenticidade; e os subjetivistas não o fazem exatamente por serem subjetivistas.

Um terceiro fator que tem obscurecido a importância da autenticidade como ideal moral tem sido a forma normal de explicação das ciências sociais. Estas se têm abstido de invocar ideais morais e têm assim aberto mão de fatores essenciais em sua explicação. Deste modo os traços da modernidade aqui enfocados: o individualismo e a expansão da razão instrumental têm sido tratados como subprodutos das mudanças sociais ou como efeitos indiretos da industrialização ou da maior mobilidade, ou da urbanização. As relações causais são fundamentais, para explicar as atuais mudanças de cultura e de perspectiva, mas alguns autores tendem a omitir o poder intrínseco dos ideais morais.

Naturalmente é necessário explicar as mudanças sociais que, supostamente, engendram essa nova perspectiva e isto faz com que se recorra às motivações humanas, a menos que se suponha que a industrialização, ou o crescimento das cidades, ocorreram num momento de distração.

Para Taylor, necessita-se de alguma noção que explique o que era que movia as pessoas a atuarem firmemente, seguindo um rumo regular, um rumo que, por exemplo, apontava para uma aplicação cada vez maior da tecnologia à produção, ou a maiores concentrações de população. O que geralmente se invoca, porém, são motivações que não são de ordem moral. Motivações que podem impulsionar as pessoas, sem conexão com ideal moral algum, tal como definido anteriormente. Frequentemente essas mudanças sociais são explicadas em função do desejo de maior riqueza ou de poder, ou de meios de sobrevivência ou de controle sobre os outros. Hoje, para que uma explicação seja considerada sólida e científica deve omitir os ideais morais, mesmo que todas as coisas sejam tramadas a partir deles.

No dizer de Taylor, mesmo quando a liberdade individual e o desenvolvimento da razão instrumental se tomam como ideias cujo atrativo intrínseco pode ajudar a explicar sua aceitação, este atrativo é visto com frequência em termos não morais. Ou seja, o poder destas ideias se entende não em termos de força moral, mas em função das vantagens que parece oferecer às pessoas, independente de sua visão moral, ou da ausência de qualquer visão moral. A liberdade permite fazer o que se quer e a maior aplicação da razão instrumental oferece mais do que se deseja, seja o que for.

O resultado disto consiste em tornar mais densa a escuridão que cerca o ideal moral da autenticidade. Os críticos da cultura contemporânea o menosprezam como ideal, e o confundem com um desejo não moral de fazer o que se quer sem interferências. Os defensores desta cultura se veem incapacitados de articular a questão por sua própria perspectiva. A força geral do subjetivismo no mundo filosófico atual e o poder do liberalismo neutral intensificam a sensação de que não se pode nem se deve falar destes temas. E, além disso, as ciências sociais parecem estar dizendo que, para compreender tais fenômenos como a cultura contemporânea da autenticidade, não se deve recorrer a coisas tais como ideais morais, mas que se deve considerar tudo isto em termos de mudanças recentes no modo de produção, de novos padrões de consumo juvenil, ou da segurança e da opulência. Muitas das coisas que os críticos da cultura contemporânea atacam são formas degradadas e pervertidas deste ideal. Isto é, procedem dele, e aqueles que as põem em prática apelam a ele, mas de fato não representam uma autêntica realização do ideal em si mesmo. O relativismo brando é pertinente neste caso. Bloom adverte que ele tem uma base moral: a relatividade da verdade não é uma intuição teórica, mas um postulado moral, a condição de uma sociedade livre, como creem os jovens estudantes. Mas a relatividade da verdade engana e trai esta intuição moral.

Algo similar se pode observar nas apelações à autenticidade que servem de justificação para omitir tudo o que transcende o eu: a rejeição do passado considerado irrelevante; a negação das exigências da cidadania, ou dos deveres da solidariedade, ou das necessidades do meio ambiente natural. De forma parecida, justificar em nome da autenticidade a auto realização individual é uma paródia que se anula a si mesma. A afirmação do poder de escolha como um bem que será maximizado constitui um produto pervertido do ideal.

O que Taylor quer sugerir é uma posição distinta tanto dos defensores quanto dos críticos da cultura contemporânea. Ao contrário dos defensores, ele não acredita que tudo seja como deveria ser nesta cultura. Nisto está de acordo com os críticos. Porém, ao contrário destes, crê que a autenticidade deve ser tomada seriamente como ideal moral. Diverge também de diversas posições intermediárias, que sustentam que há algumas coisas boas nesta cultura, como uma maior liberdade para o indivíduo, porém que essas são conseguidas ao custo de alguns perigos, como o enfraquecimento do sentido de cidadania, de modo que a melhor política de cada um consiste em encontrar o ponto ideal de negociação entre vantagens e custos. Taylor oferece uma descrição de um ideal que se degradou, porém que em si mesmo vale a pena e resulta, de fato, impossível de ser repudiado pelos modernos. O que se necessita não é uma condenação desde a raiz nem um louvor desprovido de qualquer crítica, nem tampouco um intercâmbio cuidadosamente equilibrado. O que faz falta é um trabalho de recuperação, que ajude a restaurar a prática.

Para conseguir isto Taylor destaca que precisa acreditar em três coisas, todas elas controvertidas: 1. que a autenticidade é um ideal válido; 2. que se pode argumentar razoavelmente sobre os ideais e sobre a conformidade da prática com estes ideais; 3. que estas argumentações engendram uma diferença.

Coordenador: Rogerio Foschiera

 

Ocorrência de coliformes totais e termotolerantes em nascentes do Parque Saint’Hilaire de Viamão

Resumo: Este projeto tem por objetivo analisar a ocorrência de coliformes totais e termotolerantes em águas de nascentes e/ou cursos d’ água localizados no Parque Municipal Saint’Hilaire, em Viamão, tendo em vista auxiliar no diagnóstico das nascentes e servir de subsídio ao poder público, para a criação de possíveis estratégias de recuperação de nascentes que apresentem contaminação, como forma de apoio à saúde da comunidade e ao equilíbrio ambiental. Conhecer as condições ambientais de recursos hídricos são passos importantes para poder adotar medidas de proteção e de restauração de ecossistemas relacionados com a água. Será analisada a ocorrência de coliformes totais e termotolerantes de amostras de nascentes e/ou cursos d’água através do uso de kits rápidos de detecção da presença desse grupo bacteriano, associado ao desenvolvimento de instrumentos de aulas práticas utilizando as metodologias aplicadas na pesquisa, para a sensibilização dos alunos do curso de Tecnólogo em Gestão Ambiental para com a importância da análise das contaminações microbiológicas, tendo em vista a saúde humana e dos níveis de poluição dos cursos hídricos, além de prepará-los para a prática profissional, de modo que essas análises microbiológicas são comumente realizadas por profissionais da área.

Coordenador: Rosana Serpa

 

Ocorrência de coliformes totais e termotolerantes em nascentes do Parque Saint’Hilaire de Viamão – Zona oeste

Resumo: Este projeto tem por objetivo analisar a ocorrência de coliformes totais e termotolerantes em águas de nascentes e/ou cursos de água localizados na zona oeste no Parque Municipal Saint’Hilaire, em Viamão, tendo em vista auxiliar no diagnóstico das nascentes e servir de subsídio ao poder público, para a criação de possíveis estratégias de recuperação de nascentes que apresentem contaminação, como forma de apoio à saúde da comunidade e ao equilíbrio ambiental. Conhecer as condições ambientais de recursos hídricos são passos importantes para poder adotar medidas de proteção e de restauração de ecossistemas relacionados com a água. Será analisada a ocorrência de coliformes totais e termotolerantes de amostras de nascentes e/ou cursos d’água através do uso de kits rápidos de detecção da presença desse grupo bacteriano.

Coordenador: Rosana Serpa

 

Química como ferramenta para economia sustentável: novas metodologias de produção de sabão ecológico

Resumo: A necessidade de incentivar a Economia Sustentável é extremamente relevante, tanto no aspecto social como ambiental. Os cursos FIC ofertados pelas instituições de ensino, por exemplo, são organizados para preparar para a vida produtiva e social, promovendo a inserção e reinserção de jovens e trabalhadores no mundo do trabalho. Nesta perspectiva, a fabricação do Eco-sabão pode ser utilizada como ferramenta no desenvolvimento da iniciativa. Apesar de ser um procedimento conhecido há muito anos, a ciência evoluiu e traz novas oportunidades de produção do sabão ecológico. Na presente proposta, pretende-se empregar óleo de soja residual, fontes alcalinas alternativas, óleos essenciais e outros produtos aditivos no estabelecimento de novas metodologias para a produção do Eco-Sabão utilizado para limpeza, com avaliação de rendimento e redução de custos. Posteriormente, essas metodologias serão apresentadas como alternativa de geração de renda a discentes de curso FIC do IFRS.

Coordenador: Rosana Serpa

 

Ensino de Economia na educação básica, técnica e tecnológica: pesquisa e produção de material didático sob a perspectiva substantiva e ecológica para a vida

Resumo: Este projeto de pesquisa é uma continuidade de outro submetido ao Edital Fluxo Contínuo Proppi 07/2022. A pesquisa objetiva aprofundar, sistematizar e atualizar referências teóricas, temas e abordagens contemporâneas contextualizadas para o ensino de economia a estudantes do ensino básico, técnico e tecnológico, que enfatizem desafios centrais da contemporaneidade, como os limites ambientais do planeta e as desigualdades sociais e econômicas, em regra, negligenciadas e resultantes da economia convencional. Seu desdobramento aplicado esperado é a produção de referenciais e materiais didáticos de suporte ao ensino de economia e suas interações interdisciplinares e com projetos. Em um primeiro momento (esta etapa) com subsídios sistematizados e a produção de tópicos de apoio e exercícios aplicados ao ensino de economia. A motivação está na (i) limitada abordagem da ciência econômica convencional, sobretudo do chamado “mainstream” econômico ortodoxo, em tratar as limitações ambientais frente aos sistemas econômicos vigentes e às necessidades substantivas de qualidade de vida das populações e na (ii) respectiva insuficientes abordagens e bibliografias vigentes nos componentes de Economia dos cursos verificados no IFRS. A economia é compreendida como parte das relações que devem sustentar a vida humana e do planeta e contribuir para transformações que ampliem as potencialidades e capacidades humanas para o bem viver. Esta perspectiva teórica substantiva é tomada como referencial teórico em encontro com as abordagens ecológica, da cooperação, solidária e de outras centradas nos aspectos sociais da vida humana. A integração com olhares multi e transdisciplinares e de diversidades culturais, que oferecem e buscam subsídios aos desafios postos pelas diversas crises que se combinam nesta terceira década do Séc. XXI, constitui desafio prático e metodológico. A busca de referenciais do cotidiano, como elementos instigadores e envolventes da perspectiva de vida dos estudantes, é objetivo integrador e aplicado ao ensino da economia. Tais referenciais chegam ao campus e à sala de aula com o contexto e necessidades de vida dos estudantes. Mas também com as demandas da comunidade no apoio à empreendimentos, grupos, cooperativas e associações que se constituem como busca de geração de renda e soluções socioeconômicas e ambientais para as comunidades.

O projeto é uma sequência aos estudos, às experiências profissionais e à prática docente do proponente. Busca responder a questão geral de qual economia ensinar/aprender para os atuais desafios da humanidade. Utilizar-se-á de pesquisa bibliográfica teórica, de notícias, materiais visuais, de dados e de casos aplicados para fins ilustrativos e de significação e contextualizados social e territorial para o ensino. Também usará pesquisação, nas atividades docentes correntes e nas relações com projetos de extensão e pesquisa do campus e suas interações com a com a comunidade. Espera ampliar referenciais teóricos, produzir e aperfeiçoar metodologias e recursos didáticos para o ensino da economia aplicáveis na educação básica, técnica, tecnológica e de cidadãos e cidadãs em geral, independente das áreas de formação buscadas, e como suporte para o mundo do trabalho, a ampliação das capacidades e potencialidades humanas e à promoção do bem viver coletivo. Espera-se contribuir com novas e mais adequadas formulações de projetos pedagógicos de cursos do IFRS, planos de ensino específicos e projetos de extensão, primando pela economia integrada a outras áreas do conhecimento e aos desafios concretos da comunidade. A pesquisa será desenvolvida em etapas compatíveis com o (limitado) tempo de dedicação semanal e os possíveis recursos de apoio, em especial com a contribuição de estudante bolsista. Nesta etapa (2023) espera-se produzir tópicos de apoio, de ilustração e de exercícios aplicáveis em aula.

Coordenador: Sergio Roberto Kapron

 

A formação do leitor e o ensino de literatura no Ensino Médio

Resumo: Esse projeto pretende analisar as metodologias de ensino utilizadas nas aulas de língua portuguesa e literatura do ensino médio para verificar se elas contribuem para a formação de leitores autônomos e críticos. A partir dos resultados, o objetivo é propor estratégias metodológicas para a otimização da formação desses leitores.

Coordenador: Vanessa Hack Gatelli

Última atualização em 04/11/2024

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