Pesquisa
Projeto de pesquisa estuda alternativas para restaurar vegetação em pequenas propriedades rurais
A preservação e a recuperação do meio ambiente são temas frequentes nos projetos de pesquisa, ensino e extensão do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). O tema é tratado de forma transdisciplinar, nos mais diversos cursos e campi. Em diferentes municípios do Rio Grande do Sul, professores e estudantes do IFRS pesquisam e atuam para identificar problemas, testar soluções e, posteriormente, levar esse conhecimento à comunidade.
As atividades agropecuárias movimentam a economia dos municípios localizados na região dos Campos de Cima da Serra, no nordeste do Rio Grande do Sul, mas acabam resultando também em impactos negativos ao meio ambiente. Isso porque há uma degradação de matas nativas, a qual pode resultar em perda de biodiversidade, diminuição da qualidade do solo e contaminação de rios.
Com o objetivo de restaurar as matas no entorno dos rios, em 2018 teve início um projeto de restauração de matas ciliares em pequenas propriedades rurais do município de Vacaria. Foram plantadas 240 mudas de espécies nativas (araucária, bracatinga, araçá amarelo, uvaia e pitanga) em núcleos com cinco mudas, e colocados 200 núcleos de sementes (são espaços de 1 metro quadrado nos quais são colocados folhas, galhos e sementes coletados em floresta de araucária). Entre os objetivos do projeto está estudar a eficácia dessas duas técnicas e oferecer alternativas para a restauração de matas ciliares nas propriedades rurais da região.
As ações integram o projeto de pesquisa e extensão “Alternativas para a restauração da vegetação nativa em áreas degradadas de pequenas propriedades rurais da Região dos Campos de Cima da Serra”, que é coordenado pelos professores Vanderlei Nestor Koefender e Thalita Gabriella Zimmermann, do Campus Vacaria do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). O projeto também tem a participação de estudantes dos cursos de bacharelado em Agronomia e técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio. O monitoramento da sobrevivência das mudas e da realização da transposição das sementes ocorre mensalmente. De acordo com a professora Thalita Zimmermann, após oito meses do plantio das espécies nativas, a sobrevivência foi de 80%, sendo que a maior parte da mortalidade ocorreu devido à predação do javali. Algumas bracatingas já atingiram mais de 1,80 m de altura.
“O monitoramento da sobrevivência das mudas e a coleta das sementes serão realizados até setembro, quando o projeto completa um ano. A partir dos resultados obtidos, poderá ser recomendado o plantio das mudas em núcleos e a semeadura para restaurar as matas ciliares, com foco nas pequenas propriedades agrícolas”, observa. A partir do projeto, essas técnicas de restauração, que apresentam baixo custo, poderão ser implementadas em outros municípios da região dos Campos de Cima da Serra.
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