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Rudinei Müller tomar posse para novo mandato de quatro anos


A gestão 2024-2028 teve início oficialmente no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). Foi realizada na tarde de quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024, a cerimônia de posse dos diretores-gerais dos 17 campi da instituição e o ato simbólico de recondução de Júlio Xandro Heck ao cargo de reitor. O diretor-geral do Campus Restinga, Rudinei Müller, foi empossado para um novo mandato de quatro anos. A solenidade ocorreu na Fundação Casa das Artes, em Bento Gonçalves. Servidores do IFRS, familiares dos dirigentes, reitores de outras instituições, autoridades e entidades sindicais e estudantis lotaram o auditório.

O momento consolida a escolha democrática e paritária de estudantes, professores e técnicos administrativos, que participaram das eleições institucionais realizadas em outubro do ano de 2023. O termo simbólico de posse do reitor reeleito foi entregue pelo conselheiro decano (que possui mais tempo na instituição) do Conselho Superior, Alexandre Machado, professor do Campus Rio Grande. Júlio Heck foi eleito para o terceiro mandato consecutivo como reitor e está à frente da gestão do IFRS desde 2018. A posse oficial ocorrerá em Brasília em data a ser divulgada.

Na cerimônia, os diretores-gerais eleitos ou reeleitos para nova gestão assinaram o termo de posse. Aqueles que deixaram os cargos foram homenageados, com a entrega de uma moção de agradecimento do IFRS pela dedicação durante os quatro anos. Também foram apresentados os pró-reitores e adjuntos que passam a compor a equipe de gestão junto à Reitoria. A servidora do Campus Restinga Elizete Cristina dos Santos, que atuava como Coordenadora de Registros Escolares, assumiu o cargo de pró-reitora adjunta de Extensão.

A solenidade celebrou  também o  aniversário de 15 anos de criação do Institutos Federais, com a exibição do  vídeo “IFRS, 15 anos de história” e a exposição de banners “Institutos Federais, a cara do Brasil”, produzida pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/MEC). Como festejo da arte e da cultura na instituição, houve a apresentação da Banda Marcial do Campus Rolante.

A mesa de autoridades contou ainda com as presenças do prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Segabinazzi Siqueira; do secretário executivo-adjunto do Ministério da Educação (MEC), Gregório Durlo Grisa; e do diretor da Setec/MEC, Alexandre Martins Vidor.

Leia mais sobre a solenidade.

Entrevista com o diretor-geral do Campus Restinga, Rudinei Müller

Nesta entrevista, o diretor-geral do Campus Restinga, Rudinei Müller, faz uma avaliação de seu primeiro mandato e indica os planos para os próximos quatro anos, como a implantação do restaurante para os estudantes, as ações para permanência e êxito e as possibilidades de expansão do número de servidores e abertura de novos cursos.

Sua primeira gestão iniciou num momento bastante difícil para todos nós, com muitos desafios. Passamos por uma pandemia e severos cortes de orçamento. Que avaliação você faz desse período?

Inicialmente, deve-se dizer que a gestão foi totalmente diferente daquilo que a gente previa, principalmente por causa da pandemia que iniciou imediatamente após assumirmos. Assumimos no final de fevereiro e em 13 de março foram interrompidas todas as atividades presenciais. Com isso nós tivemos que refazer tudo tudo aquilo que a gente planejava. Também o governo que nós tivemos de fato dificultou demais o trabalho de todas as instituições públicas de educação, com vários cortes de verbas e também com uma política de redução da força de trabalho. Nós temos menos técnicos administrativos em educação do que quando eu assumi. Então foi um período muito difícil, mas compreendo que a gente conseguiu fazer um bom trabalho, principalmente pela qualidade dos nossos servidores e pela disposição da comunidade.

Que aprendizados você traz desse desse primeiro mandato?

O aprendizado principal que eu trago é que nós não podemos nunca postergar o encaminhamento de algum problema que nos aparece. Os problemas têm que ser enfrentados de frente, sempre compreendendo que os problemas são da comunidade, portanto têm que ser apropriados com diálogo com as pessoas envolvidas e também com diálogo nos encaminhamentos que a gente faz. Sempre numa perspectiva de respeito a todas as pessoas, buscando sempre um encaminhamento que promova a dignidade das pessoas, de uma forma coletiva para o bem dessa comunidade.

Estás iniciando uma nova gestão. O que a comunidade pode esperar desse próximo período?

Quero dizer que essa comunidade pode esperar tudo que nós nos comprometemos durante a campanha eleitoral. Nós nos comprometemos muito com uma gestão democrática, uma gestão que efetivamente compreende que a gestão tem que sempre estar receptiva a todas as críticas que lhe são encaminhadas, como uma forma de poder continuamente repensar suas ações e poder reavaliar elas e encaminhar da melhor forma possível e sempre com as principais decisões nos espaços coletivos tanto nos conselhos do campus como também a nível da instituição federal. Pode contar conosco nos compromissos que nós assumimos no sentido da permanência e êxito, numa gestão que avança nas questões éticas, principalmente em questões e de assédio e de vários outros aspectos. Nós temos o compromisso de avançar na luta por termos um refeitório no campus, de lutarmos para termos mais cursos e mais vagas, mas principalmente o nosso compromisso para termos uma educação com qualidade social, gratuita e pública.

Que pontos você destaca como prioridades para esses próximos quatro anos?

A prioridade é nós lutarmos para que nós possamos ter um refeitório aqui no campus. Uma segunda questão prioritária é nós lutarmos para que a gente tenha mais códigos de vaga preenchidos. Nós temos hoje 43 códigos de vaga TAE preenchidos, 67 docentes. Também estamos na luta para que o nosso campus mude de modalidade de um campus 70 docentes e 45 técnicos para um campus 90 docentes e 60 técnicos. Porque hoje em dia os nossos servidores todos estão bastante sobrecarregados com o trabalho que nós temos aqui no campus .

Um tema sempre muito levantado pela comunidade é a abertura de novos cursos. O que está no planejamento do Campus Restinga em relação a isso?

Está encaminhada a verticalização da área de Recursos Naturais, inclusive já com o PPC (Plano Pedagógico de Curso) na Proen (Pró-reitoria de Ensino). Será o curso Tecnólogo em Agroecologia. Com isso nós esgotamos a força de trabalho do nosso campus. Está no PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional) a proposta de nós termos mais dois cursos de Ensino Médio integrados e mais uma Licenciatura provavelmente na área da Educação (Pedagogia). Só que isso depende da mudança do nosso campus da modalidade 70/45 para 90/60. Só com isso nós conseguiremos ofertar mais cursos aqui no nosso campus, aumentando também as vagas e proporcionando um serviço melhor para a nossa comunidade, porque esses cursos também são demandas da comunidade aqui da Restinga.

Essa abertura de novos cursos, a expansão do campus, que é muito demandada pela nossa comunidade, passa pela ampliação do número de servidores, que está no seu limite. Como é que a gestão está atuando nessa questão, já apresentaram essa demanda?

As demandas, tanto do refeitório quanto da mudança de modalidade, foram apresentadas em uma visita que a gente fez para SETEC (Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação) no ano passado, em setembro. No entanto, nós continuamos a atuar em todos os momentos. Em todas as audiências públicas que teve aqui em Porto Alegre tanto a nível municipal quanto estadual quanto federal, estive presente sempre pontuando essas tanto essa questão quanto a importância do refeitório, porque os nossos estudantes aqui têm fome tá e nós compreendemos que uma educação com qualidade social ela também precisa ter uma alimentação de qualidade. Então isso tem sido pautado. Semana passada ainda conversei com o nosso diretor na SETEC, Alexandre Vidor, e ele confirmou isso. Na visita recente do reitor (Júlio Heck), retomei e ele confirmou que em 2025 nós vamos, sim, ter um refeitório aqui no campus. Estamos pautando em todos os momentos possíveis essa luta para que a gente consiga mudar de modalidade de um campus 70/45 para 90/60. Gostaria também de destacar um aspecto, que eu considero importante na nossa gestão e considero importante numa gestão do Instituto Federal, que é o envolvimento com a comunidade ao redor. Nós temos atuado muito juntamente com a comunidade, indo nos espaços desta comunidade onde a gente compreende que é fundamental estarmos presentes, como também sempre promovendo a vinda de lideranças e de demandas da comunidade para esse campus. Atualmente estamos também lutando para que esta comunidade consiga trazer para cá a Unilab, que é a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, que atua em regiões matrizes africanas , que é a nossa região aqui. Então também estamos nessa luta, nos somando juntamente com essa comunidade para encaminhar isso.

Poderia falar um pouco mais sobre essa questão da Unilab? Como está sendo costurado com a comunidade, com a Reitoria da Universidade?

Faz mais ou menos um ano que as lideranças da comunidade nos procuraram nos colocando a proposta. Uma proposta que esta comunidade compreende que que é uma proposta adequada para a Restinga. Por ela tratar, em primeiro lugar, de comunidades que falam língua portuguesa e, em segundo lugar, que tenham muita população de matriz africana. Então por isso que eles começaram a se dedicar a esta esta pauta e começaram a tratar diretamente com o reitor da Unilab, Roque Albuquerque, para que nós conseguíssemos encaminhar isso. Então mais ou menos há meio ano a gente está nessa conversa institucional. A partir de janeiro o reitor da Unilab nomeou um assessor para que ele concretamente pudesse efetivar isso aqui. A Unilab pediu uma agenda com o nosso reitor para que a gente possa encaminhar a assinatura de um protocolo de intenções, que por enquanto está encaminhado para o dia 28 de março. Nós compreendemos, assim como a comunidade da Restinga, que vir uma universidade federal com essas características para a região tem todo sentido e pode inclusive fazer com que a Restinga consiga avançar mais ainda em termos de status social. Já foi uma conquista importante o Hospital, o Instituto Federal, mas uma terceira instituição federal ainda poderia contribuir muito. A ideia, e o que se está se discutindo juntamente com a prefeitura, é que essa Universidade Federal ficaria no terreno em frente ao Hospital. Seriam todos cursos na área da saúde. Claro que será definido posteriormente, mas o sonho da comunidade é que tenha curso de Medicina, Odonto, Farmácia. Esses cursos todos que a comunidade aqui sempre esperou que o Hospital da Restinga oferecesse, como tinha sido combinado inicialmente, mas que depois não se tornou possível por questões históricas. Então agora está se buscando resgatar esse compromisso e possibilitar também cursos da área de saúde aqui para essa comunidade.

O restaurante é uma das principais demandas da comunidade acadêmica. O que que o campus tem feito para viabilizar esse projeto? Já temos alguma previsão?

Com a visita da Reitoria aqui no campus, nós conversamos concretamente com a diretora da DPO (Diretoria de Planejamento e Obras), Queila Camargo, para que a gente consiga estruturar um projeto, para que a gente possa ainda em 2024 fazer todos os encaminhamentos e que 2025/1 as aulas iniciem com o refeitório aqui dentro funcionando, com uma refeição gratuita para todos os estudantes do Ensino Médio, ou almoço ou jantar, e de preferência também uma refeição subsidiada para os outros estudantes. Porque os nossos estudantes, mesmo os que não estão no Ensino Médio, eles na grande maioria são trabalhadores e precisam ter também acesso a uma refeição com mais qualidade e que não onere demais eles., Atualmente nós temos isso encaminhado, inclusive a gente compreende que já nos próximos meses tenha valores destinados para que a gente possa dar andamento.

Poderia falar as ações para permanência e êxito dos nossos estudantes, que é um assunto que está sendo bastante trabalhado no IFRS?

A partir da visita da Proen (Pró-reitoria de Ensino) e da Prodi (Pró-reitoria de Desenvolvimento Institucional) em 2022 aqui no campus, nós encaminhamos um grupo de trabalho, inicialmente ligado só ao grupo diretivo mas que posteriormente foi incrementado por pessoas ligados ao Conselho de Campus e também a Comissão de Permanência e Êxito e servidores com saberes relevantes ligados ao tema que compõem hoje a comissão e que trabalharam em todo o ano de 2023 discutindo estratégias, se reunindo com servidores dos eixos. Um trabalho aberto a toda a comunidade, numa compreensão de que todos os cursos do campus são da comunidade, discutindo, em primeiro lugar a partir dos dados já fornecidos, mas discutindo alternativas de encaminhamento. Em todos os eixos de conhecimento já estão definidas as ações que vão ser encaminhadas agora em 2024, que são reelaboração de PPCs com redução de carga horária, ou reestruturação dos Ensinos Médios integrados de quatro anos para três anos, uma vez que a gente terá um refeitório, ou então também descontinuação e oferta de novos cursos para a gente poder ter mais procura para determinados cursos que a gente compreende que não tem tanta procura. Ccompreendemos que essas ações que estão sendo encaminhadas com os eixos são fundamentais, mas é igualmente fundamental para política de permanência e êxito que a gente consiga efetivar o o refeitório. A gente compreende que o refeitório possibilita que os nossos estudantes que estudam aqui de manhã possam ficar ao meio-dia e de tarde participar como bolsistas ou se organizar enquanto grupos de estudo, poderem vivenciar o campus e dessa forma qualificar melhor a sua educação. Como também os estudantes do turno da tarde poderem vir de manhã e usarem o campus para fazer trabalhos e qualquer qualificação, poderem ter uma refeição de qualidade aqui ao meio-dia e poderem assim viver melhor o campus. Juntamente com outras muitas ações que a gente tem aqui no campus, porque nos projetos de pesquisa, extensão, ensino, diversidade, nós sempre colocamos o orçamento além do percentual que as resoluções do Consup (Conselho Superior) definem. Nós também destinamos monitorias para todos os nossos núcleos. Nós estamos destinando também monitoria para o IF Niños, duas vagas, para que os estudantes que precisam trazer seus filhos para o campus, para que o campus possa acolher esses filhos de uma forma adequada e os pais e mães possam ter uma educação de qualidade. Então são várias ações que a gente faz, que a gente compreende que no todo isso vai resultar numa comunidade que possa se dedicar melhor à educação e nós podermos ter melhores resultados.

Gostaria de deixar alguma mensagem final para a comunidade acadêmica?

Eu como diretor desse campus gostaria de, em primeiro lugar, agradecer a comunidade pela parceria que nós tivemos nesses quatro anos que estamos concluindo. Agradecer pela parceria, pelo bom trabalho, pelos servidores comprometidos, comprometidos acima de tudo com a proposta do nosso campus. Não é a proposta da gestão, mas a proposta deste campus, que tem uma proposta de proporcionar uma educação de qualidade com uma formação para o mundo do trabalho e uma educação cidadã. A nossa comunidade aqui está comprometida. E dizer que eles podem contar com essa gestão dentro de uma perspectiva da educação democrática, para nós trabalharmos sempre para que este campus seja um lugar bom de estar, bom de viver e com uma boa qualidade de educação. Sempre em diálogo e integrado com a comunidade da Restinga.

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